Após conflitos internos na AGU, vice pede demissão

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: José Cruz/Agência Brasil
 
Jornal GGN – A ministra da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Mendonça, decidiu exonerar o seu vice, o número 2 do órgão, Paulo Gustavo Medeiros Carvalho, após uma sequência de demissões da ministra na pasta. Em carta, o vice demonstrou que manterá influência.  
 
Entre os bastidores da AGU, fala-se que Paulo Carvalho supostamente tentava derrubar Grace Mendonça junto ao governo de Michel Temer. O vice-AGU já havia mostrado suposta traição pelos movimentos do subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, de quem Carvalho é próximo.
 
Gustavo é subchefe de Assuntos Jurídicos, mas tentou assumir o comando da Advocacia, tentativa que foi mal vista entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Corte com quem a AGU deve manter bom acesso. Gustavo foi apontado, ainda, de tentar desestabilizar a advogada-geral da União.
 
Neste cenário, na semana passada, Grace já havia exonerado dois integrantes de sua equipe, alegando “melhorar a defesa do governo” em tribunais do país. Junto com os dois funcionários, a advogada-geral teria pedido a demissão de seu vice, Paulo Carvalho.
 
Em seu posto, o vice chegou a substituir Grace em momentos de ausência da ministra durante um ano e meio. O pedido de exoneração foi enviado à Casa Civil no dia 24 de abril, ainda sem ter sido executado. Mas nesta quarta (02), o vice-AGU pediu a demissão.
 
“Concluo esta etapa com o sentimento de dever cumprido, após lançar sementes na busca incessante de valorização de nossa instituição”, disse em carta. Disse, ainda, que irá “continuar atuando pelo interesse público e da instituição, certo de que este sempre deve prevalecer sobre projetos e interesses pessoais”.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. Tipico em tempos de conflitos

    Tipico em tempos de conflitos de poderes, a traição aprece em todos os ciclos de fins de regime quando o tecido que une o Estado está se esgarçando, todos se julgam aptos a qualquer cargo mesmo que não tenham estatura, experiencia, cultura, conhecimento para a função, pelo rosot se ve que é um jovem, jovem demais para chefiar a AGU, a Ministra Grace tem longa carreira na AGU e parece ter maior estatura, ela vem do Vale do São Francisco, uma região de gente sólida e séria.

    O que espanta é o ambiente de punhais que perpassa toda a Administração, marca de épocas de traições e delações.

  2. cota do ex-deputado Eduardo Cunha

    A ministra Grace Mendonça, da Advocacia-Geral da União, começa a enfrentar um levante dentro da instituição que comanda. Até agora, ela está se fingindo de morta no inquérito envolvendo o presidente Michel Temer e sua omissão está deixando mal a AGU. Seu vice Paulo Gustavo Medeiros Carvalho já está articulando para substituí-la, independentemente da saída ou não de Temer, porque a equipe do PMDB no Planalto acredita que a cassação ou renúncia do presidente não afetará o status quo, vejam a que ponto chega a prepotência dessa gente.

    O vice Paulo Gustavo Carvalho, que é da cota do ex-deputado Eduardo Cunha, opera em dupla com Gustavo Rocha, chefe da Assessoria Jurídica da Casa Civil, que também foi nomeado por Cunha, com apoio de todos os caciques do PMDB, porque era advogado do partido.  Paulo Gustavo Carvalho é o “PG” que Gustavo Rocha mencionou no caso Geddel, na conversa gravada pelo então ministro da Cultura Marcelo Calero, quando afirmou que havia se entendido com uma pessoa na AGU para refazer o parecer e liberar a construção do prédio na área histórica de Salvador. 

    http://www.otaviosaleitao.com.br/noticias/ministra-da-agu-cai-em-desgraca-e-agora-luta-para-nao-ser-derrubada-do-cargo-confira

  3. Caso Geddel

    ..O vice Paulo Gustavo Carvalho, que é da cota do ex-deputado Eduardo Cunha, opera em dupla com Gustavo Rocha, chefe da Assessoria Jurídica da Casa Civil, que também foi nomeado por Cunha, com apoio de todos os caciques do PMDB, porque era advogado do partido.  Paulo Gustavo Carvalho é o “PG” que Gustavo Rocha mencionou no caso Geddel, na conversa gravada pelo então ministro da Cultura Marcelo Calero, quando afirmou que havia se entendido com uma pessoa na AGU para refazer o parecer e liberar a construção do prédio na área histórica de Salvador.

     

    http://www.tribunadainternet.com.br/2017/05/page/4/

  4. Tudo se resolve…

    Uma faca para cada um e cinco minutos de luz apagada num cubículo trancado. O Presidente pode ser o juiz da contenda, que eu não acho má ideia…

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