Argumentos de Léo Pinheiro em carta já foram desmentidos

Defesa lembra de carta de João Vaccari que rebate Leo Pinheiro e que funcionários da OAS que "ajustaram" depoimento receberam R$ 6 milhões

Foto: Reprodução

Jornal GGN – A carta de Léo Pinheiro à Folha de S.Paulo traz argumentos que já foram desmentidos anteriormente e também confronta as falas dos próprios procuradores divulgadas pelo The Intercept, no ultimo domingo (30).

Tanto os fatos já demonstrados anteriormente, como as revelações do jornal confirmam que o empreiteiro Leo Pinheiro, da OAS, produziu uma versão para incriminar Lula e obter benefícios em sua condenação, ao contrario do que sustenta agora na carta.

A defesa do ex-presidente divulgou uma nota na manhã desta quinta (04), relembrando todos os pontos que rebatem a auto-defesa de Pinheiro. Como exemplo, citou reportagem da própria Folha de S.Paulo, de junho de 2016, de que a sua delação havia sido travada após, em primeiro depoimento, inocentar Lula.

Naquele mesmo ano, o empreiteiro acusava o processo do Triplex de ser “ilegal e inconstitucional”. A própria OAS havia informado ao ex-juiz Sergio Moro naquele período que “não foram localizadas contratações ou doações para exPresidentes da República, tampouco para institutos ou fundações a eles relacionadas”.

“Léo Pinheiro foi pressionado a apresentar uma narrativa incriminadora contra Lula por uma só razão: após ouvir 73 testemunhas de defesa e de acusação, o ex-juiz Sergio Moro não dispunha de um fiapo de prova para impor a Lula a sentença condenatória que estava predefinida desde o início do caso”, sustentou a defesa de Lula.

Também a titulo de exemplo, enquanto Leo Pinheiro afirmava que tinha negociado o triplex do Guaruja com Joao Vaccari – agora no segundo depoimento prestado diretamente ao ex-juiz Sergio Moro, que veio a sustenta a condenação de Lula -, Vaccari também havia escrito uma carta negando e contrariando completamente a versão do empreiteiro da OAS.

“Portanto, é a palavra de Léo Pinheiro contra a palavra de João Vaccari”, afirmaram os advogados de Lula. A carta de Vaccari mencionada pode ser lida aqui:

Carta Vaccari 2

 

Além disso, os advogados relembram que um último acontecimento recente trouxe ainda mais sustentação contra a delação de Pinheiro. Trata-se do ex-gerente administrativo da OAS, que em reclamação trabalhista contra Pinheiro, admitiu que os executivos da empreiteira que “ajustaram os depoimentos aos interesses” da empresa receberam R$ 6 milhões.

O fato havia sido exposto pelo Conjur, em reportagem de março deste ano [leia aqui]. Na reclamação trabalhista, o ex-executivo disse ter sido demitido sem receber adicional de FGTS ou amparo financeiro, pelo motivo de “não ter entrado no pacote de diretores, cujas delações foram montadas de acordo com as diretrizes do ‘andar de cima’”.

A ação pode ser visualizada abaixo:

sentenca-executivo-oas-indenizacao

 

 

Redação

4 Comentários

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  1. O fato de Léo Pinheiro e José Adelmário (sic) publicarem uma carta justamente neste momento em que a Lava Jato está sendo desmascarada, apenas confirma que o delator foi e está sendo pressionado na prisão. Talvez, nem tenha sido ele quem a escreveu. Apenas copiou o texto do desesperado ghostwriter (risos).

  2. A Folha de São Paulo não faz jornalismo há muito tempo, é um jornal de quinta categoria, como se vê pela forma declaratória com que a carta do delator corrupto Léo Pinheiro foi editada. Os supostos jornalistas da Folha nao usaram sequer as matérias apuradas por eles mesmos para contraditar as declarações do velho ladrão da OAS!!!! Glenn está dando lições de jornalismo aos supostos profissionais da suposta imprensa brasileira, e, sobretudo, lições sobre honra e coragem pessoais!

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