Ataque de pistoleiros deixa índios baleados e com as mãos decepadas, no Maranhão

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Ana Mendes/Cimi

Jornal GGN – No Maranhão, um grupo de indígenas gamelas foi atacado na tarde do domingo, 30, por pistoleiros. Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), cinco foram baleados e dois tiveram as mãos decepadas. O número de feridos por golpes de facão chega a 13, e não há, até o momento, a confirmação de mortes.

O Estadão relatou que cinco indígenas foram transferidos durante a noite deste domingo e madrugada desta segunda-feira, 1º, para o Hospital Socorrão 2, na capital São Luís. “De acordo com informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Aldeli Ribeiro Gamela foi atingido por um tiro na costela e um na coluna, e teve mãos decepadas e joelhos cortados. Seu irmão, José Ribeiro Gamela, levou um tiro no peito. O terceiro atingido foi o indígena e agente da CPT no Maranhão Inaldo Gamela, com tiros na cabeça, no rosto e no ombro.”

O ataque ocorreu quando os indígenas “decidiram sair de uma área tradicional retomada, prevendo a violência iminente.” A CPT afirma que a ação foi planejada e articulada por fazendeiros e pistoleiros da região, organizados através do WhatsApp.

Lideranças indígenas cobram investigação para descobrir a autoria do atentado e exigem do governo do Estado e da Funai “proteção para as famílias gamelas que moram em aldeias no município”.

O Ministério da Justiça do governo Temer, por outro lado, colocou a comunidade indígena sob suspeição e disse que a Polícia Federal foi enviada ao município de Viana, no Maranhão, “para evitar mais conflitos” com os capangas. Em nota, a pasta comunicou que “está averiguando o ocorrido envolvendo pequenos agricultores e supostos indígenas no povoado de Bahias, no Maranhão”.

Cerca de 700 famílias gamelas vivem na área de apenas 530 hectares próxima ao Povoado de Bahias, local do ataque. Não é a primeira vez que elas são ameaçadas. Outros eventos, menos violentos, ocorreram em 2015 e 2016. “Há três anos, lideranças da etnia iniciaram um processo para retomar áreas ocupadas ilegalmente por fazendeiros nos anos 1980.”

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Às vezes…

    Confesso que dá vontade de ver o Código de Hamurabi de volta.

    E, depois, os índios é que são considerados selvagens…

    Muito triste.

  2. E o guardião da constituição?

    A ruptura da constituição deu força a todos os bandidos e grupos fora da lei!

    Quem vai cumprir a lei que o STF não cumpriu?

    Quem arrebentar, quem trucidar com mais violência é o chefe!

    É o dono!

    Nas cadeias e fora delas essa foi uma das leituras possíveis do golpe contra Dilma!

    A bandidagem não lê editoriais dos jornalões.

    Os bandidos simplesmente vêm em seu jogo de esperteza a esperteza dos outros…

    É fácil de ver a esperteza…

    Essa notícia sairá em todos os jornais do mundo – estão matando índios no Brasil!

    O governo corrupto e ineficiente será capaz de proteger os índios e sua floresta da cobiça?

    Começa agora o que foi dito quando os governos do Brasil eram chamados de pouco sérios…

    Um jornal do estrangeiro levantará a questão da internacionalização da Amazônia e proteção dos nativos…

    Ongs planetárias alertarão os governos do mundo contra o genocidio no brasil pela Internacionalização da Amazônia!

    E além de tudo é um bom negócio, tem riquezas!

    No ritmo em que vamos este dia está cada vez mais próximo!

  3. Suposto dia do trabalhador

    Com esse massacre indígena, parece mesmo que estamos sendo representados maravilhosamente bem por nossos governantes, SUPONHO.

    Não falta mais nada. Depois da onda de CONVICÇÃO, viramos o país das SUPOSIÇÕES!

    Pois além do SUPOSTO ministro da justiça falando em “SUPOSTOS” indígenas, o SUPOSTO governador do Maranhão, SUPOSTAMENTE comunista, falou que é da União a responsabilidade por “SUPOSTAS” terras dos gamelas.

    Enquanto isso, SUPOSTOS evangélicos, se juntam com SUPOSTOS policiais e SUPOSTOS fazendeiros e, a mando de SUPOSTO deputado federal, SUPOSTAMENTE ligado ao Sarney, se vestem SUPOSTOS pistoleiros e vão, SUPOSTAMENTE, passar fogo em trabalhadores indígenas.

    E a coisa não termina aí…

    Nossa imprensa SUPOSTAMENTE dada a eufemismo, acompanha o SUPOSTO governador do estado do Maranhão, e chama MASSACRE de SUPOSTO conflito

     

    Hoje é 1º de maio, SUPOSTAMENTE dia do trabalhador.

  4. suposições

    É assim que reage esse governo golpista ao seguir o discurso veiculado pela Folha de SP sobre a quebra do crâneo de um estudante de Goiânia por um suposto policial? Um discurso que enseja o simulacro de notícias ao deturpar fatos evidentes.

    E agora adotando o simulacro jornalístico dos Frias, vem o ministeriozinho da justiça(?) duvidar qual duvidou no início do ano das decepações de cabeças nos presídios e para seguir o discursinho falso do “pavoroso acidente”do golpista?

    Quando o estado de exceção discursa em desfavor dos abandonados através de  sua falsa política social diante de decepações criminosas da qual são vítimas indígenas e brasileiros sob sua custódia, vem à tona a política do maior criminoso do século XX na África, o rei belga Leopoldo II. O qual parece estar servindo de exemplo no Brazzzzil da atualidade, onde o golpismo ensaia ampliar e instalar o neo escravismo do belga facínora e assassino? A semelhança não é mera casualidade.Parece ser política mesmo.

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