Barroso intima Segovia a se explicar sobre inquérito de Temer

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

 
Jornal GGN – Agora é a vez do Supremo Tribunal Federal se mostrar insatisfeito com as declarações de Fernando Segovia sobre o inquérito em que Temer é o alvo de investigação. O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, intimou o diretor-geral da Polícia Federal, para que confirme as declarações feitas de que a tendência é arquivar a investigação sobre o presidente Michel Temer.
 
O ministro, que é relator do inquérito no STF, disse em despacho ter considerado ‘manifestamente imprópria’ a fala de Segovia e que, em tese, poderia ‘caracterizar infração administrativa e até mesmo penal’. As falas do diretor-geral da PF foi feita à Reuters, publicada na noite desta sexta-feira, dia 9, e amplamente divulgada na mídia e redes sociais.

 
Barroso disse que o inquérito tem ainda várias diligências a serem realizados, que não recebeu relatório final do delegado responsável, Cleyber Malta, do Ministério Público, nem dele próprio, e essta é a ‘razão pela qual não devem ser objeto de comentários públicos’.
 
No despacho, Barroso determina que o Ministério Público seja informado do fato e que ‘tome as providências que entender cabíveis’.
 
Segovia disse à Reuters que não há provas de crimes contra o presidente no tal decreto dos Portos e que, caso a Presidência acione formalmente a PF a propósito das perguntas feitas pelo delegado responsável, poderá ser aberto um procedimento administrativo disciplinar contra ele.
 
A equipe de Temer entende que Segovia errou por ter se antecipado, criando uma animosidade desnecessária dentro da Polícia Federal, principalmente com o delegado responsável pela investigação. Na avaliação do Palácio do Planalto, figura sem nome oferecida pela reportagem da Folha, Segovia atrapalhou a condução do inquérito e o episódio afeta sua imagem público, ‘mas não tem força suficiente para derrubá-lo do cargo neste momento’.
 
A PGR (Procuradoria-Geral da República) disse à reportagem que só se manifestará nos autos.
A Folha apurou que Segovia chegou à diretoria-geral da PF cultivando alguns desafetos, entre eles o responsável pelo inquérito, delegado Cleyber Malta.
 
Com informações da Folha
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

11 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. a pergunta é…
    …. Pq um delegado tem explicar alguma coisa a juiz ? Tem que explicar ao seu superior ! Ao juizo o delegado deve responder acusações de crimes que possa ter praticado ou como testemunha, parece que juízes é quem define conduta de funcionários do poder executivo, o que demonstra que procuradores e juízes são uma extensão da Polícia, quando deveria ser a extensão do direito a cidadania e das prerrogativas do direito que garanta o equilíbrio entre o cidadão e poder que o estado tem sobre os indivíduos.

    1. muito bem pensado…

      permita-me acrescentar apenas que é justamente por aí, pelo desrespeito e invasão das competências de cada um, que eles praticamente impedem ou dificultam ao máximo que os advogados tenham acesso aos autos do inquérito.

      Quando metidos com a política e com a mídia bandida, que sempre pagaram muito bem por serviços prestados, nenhum se contenta em apenas fazer o que lhe compete

      È assim que conseguem…

      1 – antecipar a culpa de inocentes

      2 – tirar o rabo dos verdadeiros bandidos da reta, como se tentou fazer com Temer

      1. vai além…
        Existe uma súmula do tj-rj em que se não houver testemunha em uma acusação feita pelo ministério público os policiais que fizeram a prisão do acusado pode ser testemunha da acusação, o sistema judiciário acaba sendo uma extensão da Polícia, são os justiceiros, lembra o filme enlatado judge dread.

  2. Um membro do CNJ

    Pois é quando juizes vazam, ou mesmo antes de ter provas e ou evidencias, ou ainda na fase de inquérito, vão a publico e a mídia, falar mal de pessoas indiciadas, não vi jamais um membro do STF chamar um juiz para prestar esclarecimentos. E temos visto isto ocorrer aos montes desde que pulverizaram os poderes do judiciário. Quando um juiz desrespeitando a lei e o cidadão vazou audios ilegais de um ex-presidente e uma então presidente, não vi uma manifestação como esta de algum membro do judiciário.  Quando um juiz se nega a extinguir o processo da esposa do ex presidente. Quando um outro retira o passaporte de um ex-presidente, convidado pela ONU, não vi o CNJ  pedir esclarecimentos.  O silêncio foi geral. Quando nesta mesma semana, um dos participantes de uma operação   que levou um reitor a morte,   foi isentado por uma sindicancia, feita por um outro participante da mesma operação, não vimos sequer uma manifestação nem do Superintendente chefe da PF nem de algum membro do STF, mas receberam o aval do ministro da Justiça

    Mas agora eu vejo um membro do CNJ, pedir esclarecimentos para um membro da PF, mais do que um membro o a principal autoridade da PF.  ( O que posso dizer é que o caso é extremamente midiático e político )

    Independente do assunto e independente do que eu um mero cidadão possa pensar sobre as ações de Segovia, eu não posso deixar de notar que apenas nesta semana, o STF age como corregedoria da polícia e o juiz que preside o TSE, quer em nome da  sua autoridade interpretativa agir como legislador e mudar a lei.

    E a suprema Carmem, diz que é apequenar o STF a discussão sobre se há ou não violação da constituição, e dos direitos do cidadão na questão  da prisão em segunda instância.

    Em resumo eles acham que  discutir o que  é da alçada deles é se apequenar.   Mas tem tempo suficiente para  abençoar as benesses do auxílio moradia. e se calar diante de tanta coisa.

  3. Um bravateiro de mão cheia
    Uma jogada para fazer de conta que as Instituições são republicanas, o que não é o caso…Um bravateiro de mão cheia esse ministro coxinha: o Temer está estudando a troca do delegado que o investiga. Barroso deveria era respeitar a CF, o que não faz ao defender a prisão de Lula sem o transito em julgado, o que o torna um golpista, pois quem como ele frauda a CF está dando um golpe de estado.  

    1. Um…

      Sabe caro Ministro, ‘uma coisa é uma coisa. E outra coisa é outra coisa’. Muito bem explicado. Assuntio encerrado e devidamente engavetado, declara o Magistrado. 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador