Bolsonaro não dará entrevista coletiva em Davos

Em meio a crise envolvendo primogênito, Palácio do Planalto tenta blindar presidente 
 
Fabrício Queiroz e Jair Bolsonaro. Image: Reprodução
 
Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro não dará entrevista coletiva para a imprensa no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. A informação foi confirmada no sábado (19), pelo porta-voz da Presidência, Rêgo Barros. Possivelmente por uma estratégia de blindagem. 
 
A crise envolvendo seu filho, Flávio Bolsonaro, se agravou nos últimos dias. Na sexta-feira (19), a TV Globo divulgou uma reportagem em cima de um novo relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que identificou uma série de movimentações suspeitas na conta bancária do senador eleito. 
 
Um total de 48 depósitos em espécie, somando R$ 96 mil, foram feitos na conta de Flávio entre junho e julho de 2017, quando ainda atuava como deputado estadual do Rio de Janeiro. A entrega do dinheiro foi realizada por um terminal de autoatendimento da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). Em um dos dias, foram feitos dez depósitos de R$ 2 mil em um intervalo de cinco minutos, cada.
 
Neste domingo (20), o jornal “O Globo” divulgou que o relatório identificou também uma movimentação total de R$ 7 milhões, em três anos, na conta de Fabrício Queiroz, o motorista e ex-assessor da Flávio, quando estava na Alerj.
 
Segundo Coaf, Queiroz chegou a repassar para uma conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, R$ 24 mil, que o presidente afirmou se tratar do pagamento de um empréstimo feito entre o ex-motorista e ele, então deputado federal. 
 
Por isso, a avaliação é que o governo está blindando o presidente, evitando que dê entrevistas. Na nota escrita à imprensa informando a decisão, o porta-voz da presidência não explica os motivos, apenas que “a fim de precisão na informação, optou-se pela leitura de um comunicado à imprensa pelo presidente. Os ministros esclarecerão os detalhes”, completou. 
 
“A nossa equipe de viagem também me garantiu que não foi requerido oficialmente um espaço na agenda do evento especialmente para uma coletiva pergunta-resposta”, prosseguiu Rêgo Barros.
 
O presidente Bolsonaro viajou à Davos na noite deste domingo (20) e retornará na quinta-feira. Ele foi acompanhado dos ministros da Justiça, Sérgio Moro, Economia, Paulo Guedes, e de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. 
 
Segundo Rêgo Barros, o presidente brasileiro será “o grande destaque” dessa edição do Fórum Econômico Mundial lembrando que, pela primeira vez, um chefe de Estado latino-americano discursará na abertura da sessão plenária do fórum.
 
“O presidente foi muito requisitado, tendo recebido dezenas de solicitações de bilaterais de chefes de Estado e mais de cem solicitações de representantes de grandes empresas”, disse.
 
Bolsonaro fará discurso na abertura do jantar da América Latina, participará de discussões sobre a Venezuela e receberá 50 executivos para um almoço sobre o Brasil. “Percebe-se a dimensão e o significado deste evento para o nosso país”, concluiu o porta-voz. 
 
Leia também: Queiroz movimentou R$ 7 milhões em 3 anos, aponta Coaf
 
*Com informações do jornal O Globo 
 
Redação

2 Comentários

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  1. Bolsonaro deve ser incapaz de

    Bolsonaro deve ser incapaz de redigir um discurso razoável, por si mesmo e, por outro lado, deve ter dificuldades para ler. O uso das redes sociais não é uma opção, mas o único recurso que preenche suas limitações. Diante da mídia internacional, sua melhor opção é o silêncio.

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