Cardozo discutiu Pizzolato, Hotel St. Peter e Siemens em audiência na Câmara

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A audiência na Câmara, nesta quarta-feira (04), para ouvir o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre o caso Siemens teve mais de três horas de pronunciamentos e debates sobre diversas pautas. Na ocasião, Cardozo também se manifestou a respeito do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, e sobre a denúncia do Jornal Nacional relacionando o proprietário do hotel St. Peter a José Dirceu.

No discurso do ministro da Justiça, o tema central foi, mais uma vez, explicações sobre as investigações que correm na Polícia Federal sobre fraudes nos contratos de licitações do sistema de trens e metrôs do estado de São Paulo. A novidade, contudo, foi o caloroso debate que marcou a reunião.

Além de reiterar, novamente, que sua atitude de encaminhar o documento de possíveis irregularidades à Polícia Federal justificou-se por postura ética e que, se não o fizesse, seria um delito; Cardozo apontou contradições no discurso do PSDB, citando que os adversários defendem que as denúncias anônimas sobre o caso não deveriam ser levadas adiante, mas que no passado, em 2008, o atual líder tucano na Câmara, Carlos Sampaio, representou contra o ministro Tarso Genro com um dossiê apócrifo – acusando-o de cometer prevaricação pela demora em ordenar que a polícia investigasse um dossiê sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em resposta, Sampaio afirmou que são casos diferentes, já que, naquele ano, Tarso Genro havia recebido denúncias formalmente no Ministério da Justiça. O deputado tucano disse, ainda, que o ministro agiu neste novo caso politicamente, com o objetivo de atingir o PSDB. A discussão, então, passou a ser de rebates e antagonismos partidários.

Mas a audiência contou com outros temas políticos entre os partidos. Como que representante do PT, o ministro da Justiça pronunciou-se sobre Henrique Pizzolato. De acordo com ele, ainda não se sabe o paradeiro do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, mas que se estiver na Itália, o país europeu que decidirá pela extradição para o Brasil de Pizzolato.

Caso isso não ocorra, falou Cardozo, o Brasil encaminhará à Justiça italiana os documentos reunidos pelo Supremo Tribunal Federal para um novo julgamento e que “se for condenado, cumprirá pena lá”. Mas que, de qualquer modo, o Brasil já havia incluído Pizzolato na lista de procurados pela Interpol.

O deputado Otávio Leite (PSDB-SP) questionou quais medidas o Ministério da Justiça adotou para impedir a fuga do condenado. Cardozo respondeu que somente depois dos mandatos de prisão que a Polícia Federal pôde agir.

Ainda na mesma audiência, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) solicitou investigação sobre a denúncia divulgada pelo Jornal Nacional, que envolve um dos proprietários do hotel St. Peter, de Brasília, e o ex-ministro José Dirceu, condenado pela Ação Penal 470, cujo emprego de gerência foi oferecido pelo hotel com um salário mensal de R$ 20 mil.

De acordo com o senador, o ministro da Justiça deve convocar especialistas para investigar supostos proprietários ocultos do hotel, como o divulgado pela rede Globo, que mora no Panamá.

“Com espírito de desengavetador, nós esperamos que o Ministério da Justiça possa instaurar todos os procedimentos para uma investigação rigorosa que possa nos levar a esclarecer os mistérios desta arquitetura de ilegalidade visível”, afirmou Álvaro Dias.

Com informações de Valor Econômico, Agência Brasil e Agência Câmara.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Só queria entender

    Deixa eu vê se entendi: Um minsitro é convovocado a depor na Câmara só pq disse que não vai engavetar denúncia contra tucanos envolvidos numa roubalheira que ultrapassa os bilhões de reais, eu heim

  2. BOLA CHEIA…. BOLA MURCHA.

    NO INÍCIO: TUCANADA  TODA EMPLUMADA, PREPOTÊNCIA, ARROGÂNCIA, IMPÁFIA.

    NO FINAL:  PLUMAS RECOLHIDAS, BICO CALADO,  VIOLA NO SACO. INÉRCIA

     

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