Cardozo quer Corregedoria da PF investigando conduta de delegados partidários

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – E o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou à Polícia Federal que apure o comportamento dos delegados federais da Operação Lava Jato. Durante a campanha eleitoral esses senhores usaram as redes sociais se desmanchando em elogios ao candidato do PSDB, Aécio Neves, e torpedearam em críticas a candiidata do PT, Dilma Rousseff. O ministro se pronunciou após revelação do caso pelo jornal. Cardozo defendeu a liberdade de manifestação e a imparcialidade que um investigador deve ter. Clamou pela ética. Leia a matéria do Estadão.

do Estadão

Corregedoria da PF vai apurar denúncia, diz Cardozo

Rafael Moraes Moura

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou na tarde desta quinta-feira que determinou à Corregedoria-Geral da Polícia Federal uma apuração sobre o comportamento de delegados federais da Operação Lava Jato que, durante a campanha eleitoral, usaram as redes sociais para fazer elogios ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, e críticas à presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo de hoje.

Conforme informou a reportagem, delegados da superintendência da Polícia Federal do Paraná, onde as investigações da operação estão concentradas, compartilharam propaganda eleitoral de Aécio que reproduzia reportagens com conteúdo da delação premiada do doleiro Alberto Youssef. As manifestações foram feitas em perfis fechados no Facebook.

“Todos os cidadãos têm direito à liberdade de manifestação. Pouco importa se são favoráveis ou contrárias ao governo. Mas, da mesma forma, quem preside uma investigação deve agir com imparcialidade, tem o dever de não endossar vazamentos indevidos nem de orientar investigações a partir dos seus pontos de vista pessoais”, disse Cardozo, em coletiva de imprensa no Ministério da Justiça.

Cardozo pediu à Corregedoria da Polícia Federal que apure o caso na “maior celeridade possível”, mas evitou fixar prazos para a conclusão da investigação sobre o comportamento dos delegados.

“É exatamente para verificar se houve alguma ilicitude, alguma dimensão de atuação que fira a ética, que a Polícia Federal fará uma apuração da conduta desses agentes policiais. Se for comprovada alguma ilegalidade ou ofensa ética, as medidas serão tomadas. Caso contrário, não há que se falar em punições.”

Questionado se os comentários nas redes sociais não comprometeriam as investigações, Cardozo respondeu: “Devemos ter uma apuração para verificar a conduta que foi adotada no caso. Se a conduta legal foi respeitada, se não houve a crença do delegado passada para investigação, se a investigação não foi partidarizada, não há obviamente o que se falar”.

“Caso contrário, medidas têm de ser tomadas para que a investigação tenha o seu curso legal. Nós jamais podemos admitir partidarização de nenhuma investigação. A impessoalidade é uma característica das investigações policiais e das ações administrativas e cabe ao Ministério da Justiça verificar. Se a Constituição foi violada, temos de tomar as medidas cabíveis.”

Na avaliação do ministro, quem faz investigação policial tem de ser “impessoal, não pode ser partidário, não pode orientar investigação para prejudicar adversários ou favorecer amigos”. “Faremos apuração criteriosa para que possamos chegar a uma conclusão. Vamos aguardar a apuração. É muito ruim pré-julgar situações que depois não se confirmem. Se os fatos revelarem violação à lei ou infrações éticas, há medidas apropriadas para serem tomadas no caso”, afirmou o ministro.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

13 Comentários

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  1. De um dicionário

    De um dicionário online:

    Significado de Corporativismo

    s.m. Doutrina segundo a qual as corporações profissionais são as estruturas fundamentais de uma instituição social, política ou econômica, sendo essas corporações controladas pelo Estado.
    Defesa que prioriza a categoria profissional ao invés da sociedade de uma forma geral.
    (Etm. corporativo + ismo)

    Definição de Corporativismo

    Classe gramatical: substantivo masculino
    Separação das sílabas: cor-po-ra-ti-vis-mo

  2. Corregedoria? E ela é

    Corregedoria? E ela é confiável? Não encontraríamos ali a filosofia Francisquiana? Demostiana talvez? Ou pior, a Joaquiniana? A continuar assim,quem terá que receber adicional de periculosidade, sera cada cidadão brasileiro. Como se fosse possível ser cidadão em meio a tantas facções…

  3. Tá. E na corregedoria da PF

    Tá. E na corregedoria da PF os delegados “isentos” são filiados a qual partido? PPS, PSB? Espera sentado, Zé, que com sua competência e conhecimento da máquina da PF jamais vai ser apurado alguma coisa. O que não isenta esses funcionários públicos canalhas que conspiram com o Psdb do Álvaro Dias, que pegou dinheiro para não instalar a CPI da Petrobrás, para um golpe político no país.

    Esse ridículo Ministro da Justiça já entregou sua carta de demissão? Quantas vezes esse ministreco se rebaixou aos milicos da PF declarando-a republicana…

  4. O ministério público de São

    O ministério público de São Paulo, Paraná e Goiás são os piores estados da Federação. estão contaminados até o pescoço. Se houvesse uma investigação séria, com cruzamento de vencimentos e rendas desses funcionários públicos teríamos, aí sim, um dos maiores escândalos da República. A coisa é mais séria do que a gente imagina.

  5. Ah, tá!

    Ele quer. Certo.

    (Som de grilos cricrilando…)

    Existem, grosso modo, três grupos antagônicos dentro da PF: delegados tucanos, delegados petistas e policiais (delegados, agentes e peritos) neutros e técnicos. Os três grupos tem em comum o ódio a José Eduardo Cardozo.

  6. Pegar tucano é coisa de “estado policial”

    Vou esperar sentado prá ver se acontecerá com esses delegado o mesmo que aconteceu com Protógenes por ter avisado a Globo da prisão de Daniel Dantas, como se sabe, este delegado sofreu pesadas penas por quebra do sigilo funcional

  7. Cada minuto que passa com o

    Cada minuto que passa com o Cardozo ainda ministro da justila, maior fica o buraco onde será enterrado o governo Dilma. Nada posso fazer a não ser esperar que a presidenta resolva proteger seu mandato.

    Taí, todo mundo está vendo, saiu no pig inclusive, onde se trama a crise para desestabilizar o governo. Tem endereço e até nome e sobrenome. O Estadão até fez esse favor, já que o citado ministro não sabe de nada que acontece na sua cara. Repito, a blogosfera nada pode fazer a não ser esperar que a presidenta faça o óbvio, que pede apenas uma coisa, instinto de sobrevivência

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