Cinco assessores e interlocutores de Temer podem ser investigados

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Michel Temer ao lado de Rodrigo Rocha Loures durante ato em maio de 2014 em Curitiba
Temer ao lado de Rocha Loures em ato em maio de 2014 em Curitiba – Foto: Getty Images
 
Jornal GGN – Michel Temer é alvo de uma denúncia por corrupção passiva e pelo menos mais duas estão a caminho da Câmara dos Deputados envadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Mas nos autos de acusação que recaem contra o mandatário, Temer não foi o único arrolado pelas delações de Joesley Batista e executivos da JBS. Intermediários do peemedebista teriam sido decisivos para os escândalos envolvendo o presidente.
 
Além do próprio ex-assessor de Temer no Planalto, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), preso no dia 3 de junho e agora em domiciliar com tornozeleira eletrônica, foram identificados outros personagens ligados ao presidente: Ricardo, Celso, coronel, Edgar e Yunes foram os nomes citados em grampos nas mãos dos investigadores.
 
Tratam-se de interlocutores do atual presidente que receberiam as quantias de propinas, mencionados em conversas de Loures com o diretor de relações institucionais do grupo J&F, Ricardo Saud. No dia 24 de abril, quatro dias antes de o ex-deputado ser flagrado carregando uma mala com R$ 500 mil, ambos se reuniram em um café em São Paulo. 
 
A Polícia Federal já identificou os nomes: Ricardo Conrado Mesquita e Antônio Celso Grecco, ambos executivos da empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos; “coronel” é João Baptista Lima Filho, dono da Argeplan Arquitetura e Engenharia; Edgar Rafael Safdié, apontado como um dos operadores de dinheiro a Temer; e o amigo e ex-assessor do presidente, José Yunes.
 
Os cinco agora não somente teriam atuado e mencionados como interlocutores de propina a Temer no episódio atual, deflagrado pelas delações da JBS, como também a Procuradoria-Geral da República acredita que eles já agiram como operadores para Temer e Loures em outros casos, pela foram como foram mencionados nos diálogos.
 
“Os elementos de informação até então colhidos indicam que as pessoas de “Ricardo” (Ricardo Conrado Mesquita), “Celso” (Antônio Celso Grecco), “Edgar” (Edgar Rafael Safdie), “Coronel” (João Batista Lima Filho) e José Yunes intermediaram os repasses de valores ilícitos em favor dos denunciados”, disse a PGR.
 
Tais constatações levaram a um pedido, feito pela Procuradoria ao ministro relator das ações da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, a autorizar a abertura de um inquérito separado contra estes interlocutores de propina de Temer. A PGR suspeita que ocorreu a prática de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro pelos assessores e amigos do presidente.
 
“Há nos autos elementos suficientes que justificam a instauração de investigação específica para melhor elucidar os fatos, de maneira não apenas a confirmar a identidade das pessoas mencionadas, como também esclarecer em quais circunstâncias atuaram para repassar dinheiro ilícito aos denunciados”, escreveu a PGR.
 
Além disso, os investigadores anexaram ao pedido uma outra frente de apuração: a que mira em um decreto assinado pelo presidente Michel Temer, em maio deste ano, que favorece o setor portuário. A suspeita é que tal medida foi uma forma de beneficiar os empresários que participaram do esquema de corrupção e repasses de propina.
 
Fachin já recebeu o pedido do procurador-geral, Rodrigo Janot, mas pediu esclarecimentos se o caso deve mesmo ser decidido por ele, que é relator da Lava Jato, ou pelo ministro Marco Aurélio Mello, que assumiu uma investigação contra Temer por esquema de corrupção no Porto de Santos, mas que já foi arquivada.
 
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. cinco….

    Piodem?! Estamos num país de lunáticos !! Como estas figuras não estão presas? Como Temer não está preso? Como Aécio não está preso? Como Geddel não está preso, depois de casos de corrupção e ameaça à testemunhas? Que país sairá desta acordo entre bandidos? Que país sairá desta situação entre comparsas onde o povo não é chamado para dar a opinião final e definitiva? Que farsa de democracia que é esta? Qual a finalidade desta ConstituiçãoEscárnioCaricaturaCidadã fora aumentar os cômodos da Casa Grande que alojar a nova Elite Esquerdopata? Que país é este que seu futuro é decidido e planejado em terras estrangeiras, juntamente com outros povos que não os brasileiros? 30 anos perdidos apenas para revelar mais uma fase da Cleptocracia Tupiniquim? É Surreal !!!

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