Ciro e dirigentes do PDT pedem autorização para visitar Lula em Curitiba

Porque atitudes dúbias e o passado não trazem confiança

Em Harvard, em entrevista ao PIG, ele não disse nada disso. Disse que no primeiro ano, aproveitaria o cacife político para passar a reforma da previdência (segundo ele diferente da que está aí… hãhã), e disse que faria uma reforma tributária também.

Quando ele foi ministro da fazenda de Itamar ele privatizou a Embraer. Vá lá que ele não foi o mentor, mas não interrompeu. Ele defendeu a privatização da Vale ainda em 1994, antes de FHC e Serra.

Não acredito em Ciro pelo próprio histórico dele. E estou cansado de Cristovans, Martas, Barrosos, o próprio Temer, FHC e outros que se elegem com um programa e depois fazem outro.

Palavras ao vento não encobrem atitudes.

Mineração no caso da Vale é monopólio natural e ele apoiou.

A COELCE (Companhia Energética do Ceará), distribuidora de eletricidade, além de ser monopólio natural, foi privatizada para o capital estrangeiro em 1998 por Tasso Jereissati e teve apoio de Ciro (Ciro e Tasso continuaram aliados, ainda que informal, até 2002, pelo menos).

Ciro defendeu a privatização da Telebras para o capital estrangeiro. Está gravado no Roda Viva de 1999.

Além disso, nenhuma bravata recente de Ciro sobre enfrentar o impeachment, o golpe, foi cumprida. Ele cumpre é a agenda do golpe de desconstruir a imagem de Lula e do lulismo.

Vale tinha mais de 80% da extração de ferro

Mineração no Brasil é concessão. Concedeu uma jazida a uma empresa, outra não pode explorar ali. A Vale estatal tinha mais de 80% da produção de minério de ferro (e ainda tem quase 90% quando somado à controlada Samarco). Se isso não constitui um monopólio natural realmente não sei o que seria.

Mas é bom saber de você essa visão neoliberal do Ciro Gomes, pois o pré-sal também é recurso natural da união explorado sob concessão como o minério de ferro. É triste saber que, por analogia, Ciro não teria nada contra privatizá-lo.

Bravatas recentes de Ciro Gomes:

1) “Se Lula for ser preso, vamos sequestrá-lo e levar para uma embaixada” (reconhecendo que Lula seria preso político vítima de perseguição jurídica). Depois de Lula preso vem a incoerência oportunista: “não é preso político” (para agradar a globo, o mercado e os coxinhas).

2) “Se impicharem Dilma no dia seguinte entro com pedido de impeachment de Temer porque ele também assinou pedaladas”. Estamos esperando até hoje. Aliás, Ciro disse depois do impeachment que era hora de virar a página e seguir em frente.

A guinada à direita o golpe já deu. A agenda agora é de continuidade do governo Meirelles (Temer foi apenas o articulador político com o Congresso). E Ciro prometeu essa continuidade na entrevista em Harvard, ao dizer que faria a reforma da previdência no primeiro ano de governo.

Lulismo à ésquerda é Psol. Ciro abandonou o lulismo e aderiu à direita, para ser a 3a. via do golpe, um puxadinho do mercado.

Então não venha c/discurso udenista

pra cima da gente que não cola. Foi você que começou a citar os ataques ataques baixos de Ciro e apenas lhe mostrei que ele tem telhados de vidro que quem está dentro do sistema político desde que seu pai era prefeito de Sobral.

Eu não disse que é crime ter Steinbruck como patrão de um emprego de executivo. Disse que Ciro não tem moral para criticar a moral de Lula, e não tem mesmo.

O link que você pede do mensalão. Marcio Lacerda foi tesoureiro de campanha de Ciro em 2002 e depois o número 2 do então ministro Ciro Gomes no Ministério da Integração regional (em 2004 girou R$ 51 milhões em conta tendo renda de R$ 9 milhões, mas não teve a vida devassada porque não era do PT).

http://hojeemdia.com.br/primeiro-plano/pol%C3%ADtica/marcio-lacerda-gira-r-51-milh%C3%B5es-no-auge-do-mensal%C3%A3o-1.57563

Ciro não ganhou a eleição para sabermos exatamente o que daria, mas é claro que se ganhasse daria cargos e ministérios a Paulinho da Força, Bornhaussen, ACM, Roseana Sarney, Roberto Jefferson, todos esses formavam a base política da candidatura de Ciro: PDT, DEM, PTB eram os maiores partidos da coligação.

Ciro participou dos governos Lula e Dilma, teve cargos, assim como o PMDB. Que me consta ele não saiu do governo quando Cunha teve a diretoria de Furnas. Durante um bom tempo Lula e Dilma entregaram para o grupo de Ciro a secretaria dos Portos, destituindo o grupo de Temer. Então Ciro conhece muito bem as limitações da governabilidade para ficar calado enquanto era conveniente e vir dar uma de santo hoje.

Quanto à visão de opinião pública não discuto, cada um tem a sua. Mas não gosto de políticos que se escoram só nelas. Líderes políticos devem também formar a opinião pública e isso acontece com os mais talentosos, que saem debaixo das pesquisas e vencem ou fazem bonito, disseminando ideias e projetos políticos. Isso não é problema, é solução. Ciro poderia até desempenhar esse papel também, caso não se dedicasse a pisar no pescoço de Lula para querer subir nas pesquisas.

Quanto a Bolsonaro está na frente de Alckmin no estado de São Paulo, sem máquina e sem marketing. E Alckmin não é um político carismático para virar essa situação fácil. Não adianta brigar com a realidade, por mais feia que ela seja.

Continua no udenismo golpista para desconstruir Lula

Você começou com estória (com E) de criticas udenistas de Ciro a Lula sobre moral frouxa e sobre filhos, que não poderiam ser repondidas. Apenas respondi. E isso é discurso da Veja, amigo. Se liga. E continua com esse discurso rastaquera de “benefício anti-ético”. A CSN tem vários diretores de carreira mais competentes na área e mais envolvidos no mundo dos negócios, então a razão de Steinbruck colocar Ciro caindo de paraquedas como presidente de uma subsidiária (ferrovia Transnordestina) e saindo na hora que quer, é para dar renda ao Ciro (benfício pessoal), e dependendo de quem olha pode gerar suspeitas de usar sua condição de político influente capaz de resolver problemas dentro do governo junto ao FINOR, BNDES,e Valec envolvidos no empreendimento. Não foi escolha porque Ciro é executivo de carreira na iniciativa privada, nem recrutado por head hunters. 

Óbvio que não acho que isso seja coisa para criminalizar e acho estéril discutir ética polítca por esse ângulo, mas é empresário com negócios em governos ajudando político que o ajudou. Ciro pode, não é? Lula não pode ter nenhum contato legítimo com empresário, que já vira crime, deslize ético, etc.

Ciro não só conviveu com o PMDB dentro do governo Lula calado, como seu irmão Cid, de seu grupo político, com seu apoio, coligou-se com o PMDB cearense. Eunício Oliveira elegeu-se senador em 2010 em coligação com Cid, do grupo de Ciro.  Em 2006 Ciro foi o deputado federal mais votado, coligado com o PMDB, puxando uma bancada peemedebista. Logo Ciro é tão responsável pelo empoderamento do PMDB quanto Lula foi ao fazer alianças. Essa crítica pode ser feita pelo PSol que não se coligou, Ciro quando as faz age como um hipócrita oportunista.

Você viu como o governo Dilma foi inviabilizado em 2015 com as pautas bombas no Congresso, quando medidas simples para equilíbrio do orçamento foram barradas? Pois isso aconteceria com Lula se não fizesse alianças quando governou. E teria havido impeachment em 2005 na época do mensalão. Até eleição para presidente da Câmara, Lula perdeu para Severino Cavalcanti (o candidato do governo era Greenhald). Resultado: com todos os erros (alguns inevitáveis) o governo Lula e o de Dilma deixaram um legado de ascensão social, geração de empregos, crescimento econômico, marco regulatório do pré-sal, desenvolvimento e expansão educacional que não existiria se Lula não tivesse cometido o “erro” de formar maioria no Congresso para não sofrer golpe parlamentar em 2005 e para conseguir passar no Congresso os programas sociais e desenvolvimentistas.

Quando você se fixa em Ciro ser alternativa aos candidatos de direita (Bolsonaro e Alckmin) só confirma que Ciro que está no campo da direta. É claro que uma metade do Brasil votará em um projeto mais de centro-esquerda do lulismo e oposição à Temer e outro de direita anti-lulista que é continuidade do golpe e do programa do Temer. O voto da direita vai existir, e não me interessa em quem ele se concentre (seria como escolher qual carrasco vai te executar). Me interessa nossa luta de esquerda, onde Lula tem uma grande base, e nessa luta que Ciro não entra e ainda fica disparando “fogo amigo”. Assim, quer queira, quer não, Ciro escolher ser 3a. via do golpe, ser plano B do golpe, pois segue a agenda do golpe de desconstruir Lula.