Com novos indícios, Justiça bloqueia bens de esposa de Sérgio Cabral

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O Ministério Público Federal descobriu outras operações de compras de joias por sistema paralelo pelo ex-governador Sérgio Cabral e a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, na joalheira Antonio Bernardo, além da H. Stern. Com novo conjunto de provas, a 7ª Vara Federal do Rio determinou o bloqueio de bens imóveis também de Adriana.
 
A gerente da loja no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro, foi quem revelou as novas informações. Vera Lúcia Guerra narrou que o casal comprou R$ 5,1 milhões em joias pagando em dinheiro vivo, sem nota fiscal ou comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Fazenda (Coaf).
 
No sistema de contabilidade, Cabral era tratado pelo codinome “João Cabra”e sua esposa como “Lourdinha”. Os investigadores reuniram na Operação Calicute o novo relato às provas colhidas junto à H.Stern, onde Cabral comprou outros R$ 2,1 milhões de joias da mesma forma.
 
A tese defendida pelos procuradores é que o ex-governador comandava um esquema de propina e lavagem de dinheiro, incluindo aí a compra das joias, movimentando mais de R$ 220 milhões durante os seus mandatos, entre 2007 e 2014.
 
Diante das informações, os procuradores solicitaram ao juiz da 7ª Vara Federal do Rio, Marcelo Bretas, o bloqueio dos bens imóveis da ex-primeira-dama e de seu escritório de advocacia, Ancelmo Advogados.
 
O juiz que comanda as investigações da Lava Jato no Rio atendeu ao pedido, nesta segunda-feira (28). Os investigadores consideram que há provas suficientes de que Adriana praticou diversos atos que indicam sua participação na lavagem e ocultação de recursos de origem ilícita, decorrentes de corrupção praticada por Sérgio Cabral.
 
Em meio às investigações, o juiz determinou o bloqueio “em especial no que diz respeito à aquisição de grande quantidade de joias de altíssimo valor, normalmente em dinheiro vivo, pela própria investigada ou por pessoas interpostas, nas principais joalherias do Rio de Janeiro”.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Compra de jóias sem nota fiscal

    A autoridade fiscal é notificada quando a polícia e a procuradoria descobre tais ilícitos? A meu ver, a(s) empresas são tão corruptas quanto as pessoas denunciadas.

    R.  Lins

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