Corregedora do CNJ afirma que há “bandidos” no Judiciário

Declaração foi qualificada como leviana pelo presidente do CNJ

Eliana Calmon e Cezar Peluso

A juíza corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, afirmou em uma entrevista à Associação Paulista de Jornais que há atualmente “bandidos de toga” no Judiciário brasileiro. O presidente do CNJ Cezar Peluso reagiu através de uma nota oficial, lida em sessão ocorrida ontem, na presença da corregedora, onde consta que o CNJ “repudia veementemente acusações levianas e que, sem identificar pessoas nem propiciar qualquer defesa, lançam sem prova dúvidas sobre a honra de milhares de juízes que diariamente se dedicam ao ofício de julgar com imparcialidade e honestidade”.
O que está ocorrendo é que integrantes do Judiciário brasileiro – federal e estaduais – estão incomodados com diversas investigações que têm sido realizadas pela Corregedoria do CNJ, em que foram identificadas inúmeras irregularidades e ilegalidades. A reação desses representantes, ao invés de sanarem os problemas, foi a de contestar a competência do CNJ – através da sua Corregedoria – em relação ao controle que vem exercendo sobre o Judiciário, cujo processo será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Vejam postagem sobre o tema no link: http://www.blogdocavalcanti.com/2011/08/cnj-realiza-estudo-sobre-corrupcao-na.html.
Segundo informações prévias vindas de ministros do STF, há indicativos de que o poder da Corregedoria do CNJ será restringido, com o que a juíza corregedora Eliana Calmon se indignou, emitindo a seguinte afirmação na citada entrevista:

Acho que é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga.”

Seria um grande retrocesso restringir as ações do CNJ quanto ao controle do Judiciário brasileiro, pois o trabalho que vem sendo desenvolvido mostra ações no sentido de sanar irregularidades diversas, havendo casos em que foram identificaddas até ações criminosas. A solução encontrada por alguns representantes do Judiciário, infelizmente, é a de contestar a competência do CNJ nas investigações, quando deveriam estar mais preocupados em sanar os problemas apontados pela Corregedoria do órgão.

Redação

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