Corte italiana decide pela extradição de Pizzolato

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Henrique Pizzolato será extraditado, decidiu hoje (22) o Conselho de Estado da Itália, órgão da segunda instância da Justiça administrativa italiana, que julgou sobre o cumprimento da pena para o ex-diretor do Banco do Brasil, condenado na AP 470, conhecido como mensalão. 
 
Os juízes rejeitaram o recurso apresentado pela defesa de Pizzolato, que questionava as condições das prisões brasileiras. Eles decidiram que o Brasil apresentou garantiras suficientes de que serão preservados os direitos humanos, “tanto pelo governo quanto pelas máximas autoridades judiciárias brasileiras”.
 
Em junho, o conselho havia adiado para setembro a decisão sobre extraditar Pizzolato, pedindo ao governo brasileiro novos documentos e esclarecimentos sobre a situação das penitenciárias. Os advogados afirmavam que os centros de detenção no Brasil violam os direitos humanos. 
 
A audiência, realizada na manhã desta terça-feira, ocorreu a portas fechadas. Cinco magistrados ouviram por cerca de meia hora os argumentos da defesa de Pizzolato, Michele Gentiloni, representante da União; e Giuseppe Alvenzio, do Ministério da Justiça da Itália.
 
Henrique Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva no processo de mensalão, em novembro de 2013. Ele fugiu para a Itália com um passaporte falso de seu irmão Celso, morto há 30 anos, onde foi preso por falsidade ideológica. 
 
O advogado Alessandro Sivelli disse que, ainda que não conquistado o esperado, conseguiram ao menos a garantia de que o sistema carcerário brasileiro respeitará os direitos humanos. “Pelo menos obtivemos isso, ainda que não seja aquilo que desejávamos”, disse.
 
Ainda há chances de a defesa tentar, por meio de outros argumento, a não extradição do ex-diretor do Banco do Brasil. Como é réu por falsificação ideológica, poderiam argumentar que Pizzolato não deve ser expulso até que o processo seja concluído. 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. Epa. Vaccari e Pizzolato na

    Epa. Vaccari e Pizzolato na mesma cela e com Pallocci e Berzoini na mira da mani pulite da Lava Jato pode configurar máfia italiana…hehe

     

  2. Duvido-d-o-dó que ele venha

    o que H.P. teme não é a prisão – como já disse uma vez – é o abraço que o espera. Alguns poucos, estirando um tiquinho as antenas, já percebiam há muuuuuitos anos antes do caso Gushiken. Há idealistas, sim, no PT (e noutros), e que bom que haja os sonhadores e que prezam o “de tudo duvidar” (uma frase preferida de Marx) : destes, raríssimos,muito raros, o mundo, a passos lentos, vai-se transformando. Mas, pelo idealismo, cegam-se e afrouxam o rigoroso sistema de segurança e acompanhamento por mais brilhante, simpático, charmoso, conquistador de afetos, amigos seja um militante, um soldado, um líder sindical e partidário brilhante, e HP é.

    1. e inteligente, muito.

      com traços de psicopatia, mas também de outra coisa – eu, que o conheci e outros pouqíssimos de nós tivemos mais do que intuição, uma comprovação, fico com a segunda alternativa, cujo adjetivo deixo à imaginação de quem for ler essas mal traçadas linhas, meu amor.

  3. Por que Pizzolato?

    Uma pergunta que não se quer calar. Por que Pizzolato foi o único diretor do BB condenado por corrupção?

    Sendo ele diretor de Marketing, tinha poderes para liberar o dinheiro assinando as notas técnicas sozinho?

    Desculpem, esqueci que esconderam o inquérito 2247 da AP 470.

    Uma vergonha!

  4. Eles não quiseram é ficar com

    Eles não quiseram é ficar com essa bucha: ter de julgar de novo Pizzolato e absolvê-lo. Seria algo inédito no mundo, o Judiciário de um país expondo ao mundo a podridão do Judiciário de outro país. Preferiram a omissão covarde.

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