Criticado por pressa na cassação de Lula, Barroso integra campanha “Escolha a Calma”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: STF
 
Jornal GGN – “Escolher a calma é escapar de algumas armadilhas da vida. Entre elas estão a pressa e a raiva. E uma outra: a tentação de dar reciprocidade aos maus sentimentos”. O autor é o ministro Luis Roberto Barroso, alvo de críticas por ter antecipado o julgamento da cassação da candidatura de Lula, retirando direitos de ampla defesa garantidos pela Constituição.
 
O ministro e professor titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro é uma das vozes de uma campanha intitulada “Escolha a Calma”, iniciativa da organização internacional Brahma Kumaris, sem fins lucrativos, com sede na Índia.
 
Um dos textos da campanha é assinado por Barroso [acesse] e foi alertado por sugestão do leitor do GGN Lúcio Vieira, em comentário à reportagem “Barroso admite que sessão extra do TSE era para julgar candidatura de Lula” que, entre outras coisas, expôs a pressa adotada pelo ministro para julgar na última sexta a candidatura do ex-presidente, que ocasionou a sua cassação das eleições 2018.
 
“Escolher a calma é, em primeiro lugar, não ter pressa onde ela não caiba”, defendia Barroso, em contradição ao seu atual posicionamento adotado, alvo de críticas pelo mundo jurídico por ter saltado prazos e cortado, assim, o espaço para a defesa de Lula se defender [leia aqui]
 
O ministro do Supremo fez menção a Eduardo Couture, que nos Mandamentos do Advogado escreveu a frase “O tempo se vinga das coisas que se fazem sem a sua colaboração”. “É saber apreciar tanto o caminho quanto a chegada. É ter consciência de que o como é geralmente mais importante do que o que”, seguiu.
 
“Escolher a calma é, em segundo lugar, não se deixar dominar pela raiva, que é um desencontro consigo mesmo. (…) Por fim, escolher a calma é não dar reciprocidade a maus sentimentos. Este talvez seja um dos grandes segredos da vida: não se deixar dominar pelo mal, mesmo quando esta pareça ser a reação natural”, concluia o ministro.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. Barroso e sua afinidade com a repressão, um ensaio
    Como ele é mais um dos que pregam “esqueçam o que eu escrevi”, ou que na prática a teoria é outra, não faz diferença o que ele diz ou escreve, seus atos serão avaliados pela História e o esboço inicial não o favorece, nem com todo o esforço de maquiagem da mídia comparsa.
    Mas me chamou a atenção outra coisa: a adesão a essa campanha do ” keep calm e f*-se o resto”, típica de pessoas passivas agressivas, parece na verdade revelar a reprimida natureza do ministro, nada nobre, de tendência rancorosa, vingativa, violenta, impulsiva, cheia de “maus sentimentos”, mas bem dissimulada em seus trejeitos civilizados e retórica pomposa mas simplória. Ele não fala das vantagens da busca da paz por seus resultados positivos e como escolha ética, mas como mero antídoto para não dar vazão ao seu “Bolsonaro interior”, o que não ia ficar bem pra um iluminista tão vaidoso. A diferença não é de essência, é de método e cálculo de imagem. A mesma truculência em embalagens e sabores diferentes.
    Ele prefere manter as mãos limpas, Pilatos new age, enquanto Bolsonaro se orgulha do sangue que as mancha. Qual a diferença entre a bala de um e o manuseio da justiça como sentença de morte aos direitos pelo nobre rábula? Qual o mais pernicioso? Façam suas apostas porque esse é o Brasil em ruínas produzido pela mentalidade Lesa-Pátria da elite e seus capatazes (Bolsonaro está na segunda categoria, por isso a adesão da elite) que ainda não foram vencidos pela força do povo consciente de seu lugar.

    Sampa/SP, 02/09/2018 – 15:57 (alterado às 15:58 e 16:02).

  2. Próxima campanha do ministro
    Próxima campanha do ministro será: Faça Merda com Consciencia.
    Assim sempre poderá dizer que sabia exatamente o que estava fazendo e não agiu com pressa.

  3. Esse ministro perdeu o

    Esse ministro perdeu o respeito de muitos brasileiros. Onde passar tenho certeza que será vaiado. Causou asco o que fizeram a homem do quilate do presidente Lula… A história e o tempo não perdoa aqueles que agem de caso pensado e com pura maldade…

  4. Gustavo Barroso

    Outro famoso Barroso de nossa história, parça do Plínio Salgado e do Miguel Reale na Ação Integralista Brasileira. Anauê!

  5. Barroso cara de pau!

    Á esse tipo de gente, minha avó chamava de cara de pau. Eu acho mais parecido com cara de porco, sem querer ofender aos porcos!

  6. Barroso, nós não vamos deixar você fugir

    Barroso, quando a guerra civil começar no Brasil, nós não vamos deixar você fugir. E nem pense em se refugiar na Vênus Platinada, pois todo mundo sabe onde ela fica. Agora, veja este vídeo com o seu amigo fascista BOLSONARO:

    [video:https://youtu.be/i-DCyHtBaWY%5D

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