Foto: Eraldo Peres / AP
Jornal GGN – A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de não incluir Michel Temer no inquérito contra os caciques do PMDB na Câmara dos Deputados foi “até melhor para o ritmo da investigação”, apontaram investigadores ouvidos pela Folha de S. Paulo, confirmando o que adiantou o GGN em reportagem desta quinta-feira (10).
Uma primeira análise feita pelo jornal, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda não trazia expectativas de apresentar a segunda denúncia contra Temer na Câmara, mesmo com o inquérito por obstrução à Justiça pronto e finalizado pela equipe da Polícia Federal, indicava que o PGR apenas aguardava a decisão de Fachin.
Isso porque Janot precisava de uma resposta do ministro que relata a Operação Lava Jato no Supremo: se Fachin incluísse o atual presidente nas acusações de organização criminosa, dentro do inquérito no STF que mira o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), não haveria a necessidade de tal apontamento na denúncia que enviará à Câmara, restringindo-a apenas aos fatos relacionados à obstrução.
Reportagem da Folha do início de agosto indicava que a medida iria favorecer a estratégia de Janot, livrando o procurador-geral de alargar o inquérito já concluído contra Temer por obstrução, no caso relacionado às acusações da JBS de que o mandatário consentia em comprar o silêncio de Cunha e do doleiro Lucio Funaro, enquanto presos na Lava Jato.
“Se Fachin aceitar o pedido de Janot, o inquérito da JBS deverá gerar denúncia pelo único crime que continua em apuração ali, o de obstrução da Justiça. Já o do PMDB da Câmara prosseguirá, com Temer, Padilha e Moreira Franco formalmente investigados”, indicava o jornal.
Na matéria, as apurações junto a procuradores da República davam conta de que não há tempo suficiente para prolongar a investigação por participação de Temer em organização criminosa para incluir na peça, antes que acabe o mandato de Janot frente à Procuradoria-Geral, no dia 17 de setembro.
Entretanto, na reportagem “O que há por trás dos despachos de Fachin que ‘beneficiam’ Temer“, o GGN trouxe outra análise que contrariava a interpretação da Folha de S. Paulo do início do mês:
A decisão de Fachin abre a possibilidade de mais desgaste para o presidente da República: Uma peça específica por obstrução à Justiça deve ser enviada, nos próximos dias por Rodrigo Janot. E outra, ainda que com o fim do mandato do PGR, deve ser encaminhada para investigação e, posteriormente, pode se configurar em uma terceira denúncia contra Michel Temer.
Tal fato se configurará em mais desgaste para a gestão de Michel Temer na Presidência da República, enquanto que os próprios aliados na Câmara não confirmam que manterão por muito tempo o apoio de engavetar outra ou outras denúncias que devem chegar nos próximos dias (Leia aqui).
A conclusão foi confirmada em nova reportagem do jornal paulista nesta sexta (11), após ouvir os próprios investigadores: “se o ministro tivesse incluído Temer no inquérito do “quadrilhão”, disseram, a defesa poderia recorrer ao plenário do STF, o que atrasaria a apresentação de uma nova denúncia”, publicou.
Assim, os próximos passos para a denúncia contra Michel Temer, na estratégia de Janot, são de que o PGR apresentará a denúncia por obstrução, a partir das acusações e provas levantadas com as apurações da JBS. Em junho, a Polícia Federal indicou em relatório que o presidente cometeu o crime de travar e interferir nos avanços da Operação Lava Jato.
Em outra frente, os procuradores devem dar continuidade à apuração de organização criminosa, seja conforme o avanço de outro inquérito já tramitando na Suprema Corte, que envolve também os ministros de Michel Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco, seja em apuração paralela a ser remetida à Câmara dos Deputados.
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Ah, Tivéssemos na Matriz…
Nassif: discordo dessa linha de raciocínio. Nadica que se diga o faça na República Brazil das Bananas atinge o Mordomo, nesse filme de terror que o foi o golpe.
E não é só o Congresso de bandidos e ladrões que assim decide. No Çu-premo o pensamento se assemelha.
Não pode ser atingido agora porque quando (segundo Odebrecht-JBS) roubou a Nação e o erário público não era presidente, era vice. E vice, tirando Aureliano, que falava, não apita.
E não pode, mesmo quando presidente, segundo Joesle, porque os do bando não deixam.
Fazer o quê?
O relator e o procurador (aquele que foi escarrado) até que tentaram. Mas os serviços de inteligência, com soldados de alta patente e perícia, descobriram umas pontinhas soltas aqui e ali por este mundão de meu Deus e mandaram um recado ao segundo, com sinalização ao primeiro —quem tem telhado de vidro não atira pedra no vizinho! Os caras até que eram fortes. Mas não de ferro…
E enquanto o do Fazenda enche a burra, dele e da corja que o conduziu e o consagrou no cargo, Don Raton passa férias em Palmas, não essa, reduto dos Caiados, mas a de Mallorca, pertinho do covil na Catalunha…