Defesa de Cunha diz que MPF faz pressão para obter provas contra o deputado

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A defesa do deputado e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), investigado na Operação Lava Jato, pediu essa semana que o ministro Teori Zavascki, relator do processo no Supremo Tribunal Federal, acompanhe os próximos depoimentos prestados pelo empresário Julio Camargo às autoridades.

Segundo os advogados de Cunha, o Ministério Público Federal estaria fazendo “pressão” para que Camargo, que é um dos réus delatores do esquema de corrupção na Petrobras, confirme suspeitas sobre o deputado.

No pedido feito diretamente a Zavascki, a defesa pede permissão para acompanhar também os futuros depoimentos de Camargo, além de acesso a todos os depoimentos já concedidos pelo executivo.

Segundo informações do G1, os advogados alegam que os procuradores que investigam o caso “têm ameaçado anular o acordo de colaboração premiada de Camargo caso ele não corrobore a versão apresentada pelo doleiro Alberto Youssef sobre a suposta participação do deputado no esquema de corrupção da Petrobras.” O documento fala em “ameaças nem um pouco veladas” contra Camargo.

Youssef é o responsável por apontar Cunha como o mentor de requerimentos apresentados na Câmara, em 2011, para achacar a empresa Mitsui, uma das fornecedoras da Petrobras, que teria suspendido os pagamentos de propinas feitas ao PMDB. 

Eduardo Cunha nega envolvimento no caso, mas seu nome apareceu no sistema de informática da Câmara como autor original do requerimento que foi apresentado pela ex-deputada Solange Almeida, também do PMDB do Rio de Janeiro.

Essa semana, a Folha de S. Paulo publicou uma reportagem feita em cima do levantamento de todos os requerimentos apresentados na Câmara, ao longo de 2011, pelos 16 deputados do PMDB eleitos pelo Rio. Apenas este investigado na Lava Jato foi feito por Cunha e apresentado por outra parlamentar.

Ataques a Rodrigo Janot

Outro argumento usado pela defesa de Cunha para pedir que Teori Zavascki acompanhe de perto a delação de Julio Camargo é que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,  teria se lançado “em verdadeira cruzada para tentar confirmar, de toda forma, a sua linha de investigação” contra o presidente da Câmara.

Desde que foi citado na lista de políticos investigados na Lava Jato, Cunha desfere ataques contra a credibilidade de Janot.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Mano, na boa… a defesa de

    Mano, na boa… a defesa de Cunha deve ser feita no processo. Ao fazer a defesa do réu em público, o que se pretende não é garantir os direitos do suspeito e sim desqualificar a instituição pública encarregada da acusação. 

    1. Fábio Oliveira, ao senhor,

      Fábio Oliveira, ao senhor, que é advogado, peço esclarecer aos outros leitores que a Lei prevê que os advogados de um réu (ou investigado, como é o caso de Eduardo Cunha) têm direito a acompanhar os depoimentos de outros réus (ou co-réus). Se assim é, os defensores de Eduardo Cunha podem acompanhar os depoimentos de Julio Camargo. Tenho total aversão a Eduardo Cunha e aos expedientes que usa para intimidar o procurador geral, mas se a defesa do deputado tem e esse direito, é bom deixar claro para todos.

      1. No procedimento do inqúerito

        No procedimento do inqúerito policial, de cunho sigiloso e inquisitivo, não existe possibilidade de outro investigado participar de inquirições. Isto só pode ocorrer no processo judicial propriamente, quando há uma acusação deduzida em juízo, isto é, uma ação penal. A pretensão de Cunha não tem previsão em lei e conflita, claramente, com a natureza do procedimento administrativo de ivestigação: o contraditório só se estabelece no curso do processo penal. Provavelmente Zavasxk indeferirá o pedido.

  2. “pediu essa semana que o

    “pediu essa semana que o ministro Teori Zavascki, relator do processo no Supremo Tribunal Federal, acompanhe os próximos depoimentos prestados pelo empresário Julio Camargo às autoridades”:

    Isso eh piada?!?!  Quem ja ouviu falar de juiz supremo “acompanhando” depoimentos de acusados no planeta, gente?

    Haja cavalinho na chuva, credo!

  3. CunhaX Janot

    Ontem eu postei um comentário. Um desses dois vai sair desmoralizado. Não tem meio termo. Vamos ver se Janot tem peito pra colocar Cunha em cana. 

  4. O  gênio  não e tão esperto,

    O  gênio  não e tão esperto, pois quanto mais ataca o Janot, mais evidente fica que e culpado. Quem duvida disso ? Parece que somente a mídia bandida, especialmente a globo.

  5. O Grande Cara de Pau

    Cunha, alem de outros predicadicados que todos os dias aqui neste blog são apresentados, ganha agora o prêmio do MAIOR “CARA DE PAU”!

    Esta figura vem desde a época de PC Farias, de que era um socio minoritário, até este momento onde devido a um enorme numero de deputados federais que só querem ‘SE DAR BEM’, foi eleito para a Presidencia da Câmara de Deputados.

    Nada rebaixou mais esta casa, já tão rebaixada pelos seus inúmeros atos de vilania e interesses!

    Agora, passar por bom moço e querer assistir aos depoimentos dos dedos duros, coisa que não foi dada acesso aos demais réus, aí é Cara de Pau mesmo!    

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