Defesa de Lula menciona interesse político de Moro e pede absolvição

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução vídeo depoimento de Lula a Moro
 
Jornal GGN – Quando o juiz da primeira instância de Curitiba, Sérgio Moro, somente revelava um interesse em conversar com o presidente eleito Jair Bolsonaro sobre o cargo político, a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva já encontrava motivos suficientes para explicitar o caráter político-partidário do magistrado e ingressou com uma ação.
 
Ainda na noite de ontem (31), a defesa de Lula entrou com um pedido na Justiça, reforçando o “lawfare” – abuxo e mau uso das leis para fins de perseguição política – praticado por Sergio Moro, e pediu a absolvição de Lula na ação que ainda tramita na 13ª Vara Federal de Curitiba sobre a sede do Instituto Lula e o apartamento vizinho em São Bernardo.
 
Entre os argumentos citados pelos advogados, o fato de a Operação Lava Jato ter escolhido a Vara Federal de Curitiba, que já detinha de “posição pré-estabelecida”, para sentenciar contra Lula; prática de atos “antes e após o oferecimento da denúncia” que impossibilitaram um “julgamento justo, imparcial e independente”, entre outros argumentos foram relembrados.
 
Na peça, a defesa de Lula também relembrou todos os erros, falhas e sustentações frágeis da denúncia da Lava Jato contra ele, defendendo que o ex-presidente não cometeu os ilícitos que lhe foram denunciados. 
 
Mas sobre o recente episódio de Bolsonaro ter convidado Moro para integrar a equipe de governo do presidente de ultra-direita eleito, a defesa de Lula ressaltou a “participação atual do magistrado em processo de formação do governo do Presidente eleito a partir de sufrágio que impediu a participação do Defendente [Lula] — até então líder nas pesquisas de opinião — a partir de atos concatenados praticados ou com origem em ações praticadas pelo mesmo juiz”.
 
Também elencou o aceitamento do juiz, por meio de nota oficial, para discutir o convite para ser futuro ministro da Justiça do candidato eleito que, durante a sua campanha, denegriu a imagem do PT e de Lula, com as declarações polêmicas de “fuzilar a petralhada”, que Lula deveria “apodrecer na cadeia”, e que os aliados deveriam “deixar o país ou cadeia”.
 
Estes aspectos, assinalam os advogados, somente reforçam a tese da prática de lawfare por parte de Sérgio Moro, que já vinha sendo denunciada pela defesa há anos. O pedido tem mais de 600 páginas e pode ser lido abaixo:
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. o que vejo
    LULA condenado por

    o que vejo

    LULA condenado por outro MALgistrado  ..sem provas, com convicção  ..acompanhado pelo TRF4 e STJ  ..isso pra limpar a barra de Moro e passar “atestado” de isenção pra Justiça

    Sobre a prisão em 2a instancia – liberariam LULA no meio do ano com direito a ficar em casa, de tornozeleira e de BOCA fechada  ..ou isso ou fica na cadeia

    e sobre a inconstitucionalide e CANCELAMENTO do processo pelas ilegalidades e arbítrios do Torquemada ?

    Isso ficaria em suspenso no STF pra servir de moeda de troca junto ao Bozo e ao Torquemada

    ou seja  ..só a opinião pública internacional salva LULA  ..porque o povo daqui é uma MERDA !!!!!

  2. O caminho é esse. Mas por

    O caminho é esse. Mas por falar em Lula e esse silêncio? Sei que talvez seja cedo e dificil momento para que o ex-presidente se manifeste, mas… esse silêncio também é terrivel. E pensando no que ele poderia dizer ao povo brasileirao acho que vale mais seu silêncio. 

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