Defesa de Lula reafirma que Moro não sabe agir apenas como juiz instrutor

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O juiz Sergio Moro demonstrou mais uma vez que perdeu a imparcialidade para julgar Lula quando enviou ao Supremo Tribunal Federal um ofício aponta uma série de irregularidades nos áudios gravados e vazados para a imprensa a partir da interceptação telefônica do ex-presidente na Operação Lava Jato. Naquele momento, Moro fez um pré-julgamento do petista, alegou o advogado Cristiano Zanin, em entrevista publicada nesta sexta (22).

“Em um ofício remetido pelo juiz Moro ao Supremo Tribunal Federal no dia 29 de março, o juiz fez 12 acusações contra o ex-presidente Lula e as pessoas que participaram das conversas telefônicas. Nesse momento, o juiz sai da figura do juiz imparcial e passa a ser um juiz acusador, figura incompatível com as garantias constitucionais do devido processo legal.”

Segundo Zanin, a postura de Moro na Lava Jato escancara a necessidade de divisão entre o juiz instrutor do processo e o juiz de acusação, pois como instrutor, Moro tem se comportado constantemente como um acusador, demonstrando que as chances de defesa dos investigados são pequenas.

A crítica de Zanin sobre Moro não é nenhuma novidade. Em entrevista ao GGN em maio de 2015, o criminalista Celso Villardi, que fez a defesa da Camargo Corrêa na Lava Jato,  fez o mesmo apontamento. 

A defesa de Lula insistiu que Moro não tem competência para julgar o ex-presidente, uma vez que os inquéritos nada têm a ver com corrupção na Petrobras. Além disso, quando a Procuradoria Geral da República pediu para inserir o nome de Lula no inquérito mãe da Lava Jato, automaticamente a investgação deveria ter sido levada ao Supremo Tribunal Federal.

“Nós não reconhecemos a competência de Moro, seja porque os assuntos que foram levados a ele sobre o ex-presidente não têm nenhuma relação com Curitiba, seja porque não há nenhum elemento concreto que possa vincular esses assuntos à Petrobras e, por consequência, à Lava Jato. Outro aspecto é que o procurador-geral da República pediu que o ex-presidente fosse incluído em uma investigação que está tramitando no Supremo Tribunal Federal. Entendemos que, se o procurador-geral fez esse pedido, não é possível que se tenha ao mesmo tempo uma investigação sobre o mesmo fato tramitando no Supremo e em primeiro grau.”

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  1. Um país onde os Moros da vida

    Um país onde os Moros da vida agem impunemente não pode dar certo. Seu destino é tornar-se um grande Haiti.

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