Defesa tenta adiar, mas STF mantém julgamento do habeas corpus de Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

 
Jornal GGN – A defesa de Lula tentou, no início da tarde desta terça (4), adiar o julgamento do pedido de habeas corpus do ex-presidente motivado pela nomeação de Sergio Moro, ex-juiz federal da Lava Jato, como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. A banca, que alegou suspeição de Moro neste HC, decidiu impetrar um novo pedido de liberdade na noite de segunda (3). O teor do novo pedido ainda não foi detalhado.
 
O relator da ação, Edson Fachin, se disse pego de surpreso e não concordou com o adiamento. O pedido foi colocado em votação, e a maioria da segunda turma do STF, por 3 x 2, decidiu acompanhar Fachin.
 
Votaram pela continuidade do julgamento de Lula na segunda turma os ministros Celso de Mello, Cármen Lúcia, além de Fachin. Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes votaram para levar o caso ao plenário do Supremo e adiar o julgamento. Ficaram vencidos.
 
Lewandowski lembrou que a suspeição de Moro como juiz é objeto de reclamações no Conselho Nacional de Justiça, que deve julgá-las, junto com ações que denunciam abuso de autoridade do ex-juiz, no dia 11 de dezembro. Para o ministro do Supremo, o julgamento de hoje no HC de Lula pode interferir no julgamento do CNJ.
 
“Nós a depender do que vamos decidir no HC podemos influenciar ou desautorizar o julgamento do CNJ, embora trate de julgamento administrativo”.
 
Lewandowski também disse que “é questão complexa: analisar suspeição por meio de habeas corpus. Um tema absolutamente novo”.
 
O advogado Cristiano Zanin argumentou que Lula cumpre execução provisória da pena sem ter tido direito a um julgamento justo, “de acordo com o que prevê a lei e conduzido por juiz imparcial”. Para o defensor, os atos de Moro no caso triplex “mostram que o paciente [Lula] jamais teve a hipótese de ser absolvido por esse magistrado.”
 
Representante na Procuradoria Geral da República, Cláudia Sampaio Marques defendeu que a suspeição de Moro não pode “ser examinada em habeas corpus”. Além disso, saiu em defesa do juiz e disse que “não houve nunca iniciativas do juiz acusado de parcialidade. Ele acolheu pedidos do MP [Ministério Público]. E corrigiu erros em diligências eventualmente cometidos”.
 
Por volta das 16h, o julgamento foi pausado para um intervalo. O ministro Fachin, relator do HC, adiantou que não será breve na leitura de seu voto.
 
Com informações do Jota.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador