Decisão de Gebran sobre Tacla Duran é usada para pressionar TRF-4 a ser justo com Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Desembargador do TRF-4 entendeu, em caráter liminar, que Sergio Moro pode se recusar a ouvir um réu que não tem provas do que diz. Agora, defesa de Lula usa o mesmo argumento para desqualificar os detratores do petista na sentença do triplex 
 
 
 
Jornal GGN – A defesa de Lula usou uma decisão tomada pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) no caso Tacla Duran para pressionar os desembargadores a serem justos com o ex-presidente no julgamento do caso triplex.
 
O desembargador João Gebran Neto, relator da Lava Jato, negou à defesa de Lula um pedido para que Sergio Moro fosse obrigado a inserir Rodrigo Tacla Duran na lista de testemunhas de defesa do petista.
 
Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht, denunciou um suposto esquema de cobrança de propina envolvendo os acordos de delação premiada em Curitiba. Além disso, afirmou que os sistemas da Odebrecht  de onde a Lava Jato retira provas para ações penais foram manipulados durante a operação.
 
Por conta das acusações, Moro negou 3 pedidos da defesa de Lula para ouvir Tacla Duran, alegando que palavra de réu, sem provas de corroboração, não merecem “crédito”. Gebran, em decisão liminar, negou o pedido da defesa de Lula. 
 
O caso deve ser apreciado em colegiado. A Procuradoria que atua no TRF-4 se manifestou, recentemente, contra ouvir Duran. Entre os motivos, citou que ele é réu na Lava Jato e deveria apresentar provas do que diz.
 
Na apelação final encaminhada aos 3 desembargadores que irão revisar a sentença de Moro, os advogados de Lula usam o mesmo argumento contra os delatores informais usados na sentença do triplex.
 
“(…) não há como conferir credibilidade às declarações de Léo Pinheiro e Agenor Franklin, seja por terem inventado uma versão a fim de confirmar a tese acusatória e obter benefícios, seja por terem apresentado elementos que não encontram ressonância na prova documental constante dos autos. Não é exatamente o que já se decidiu nessa Corte quanto aos pretendidos informes do advogado Rodrigo Tacla Duran? Ou aqui as coisas são diferentes?”, dispararam.
 
Leo Pinheiro e Agenor Medeiros são ex-executivos da OAS que estavam negociando acordo de delação com os procuradores de Curitiba quando resolveram colaborar com a acusação no julgamento do triplex.
 
Léo Pinheiro disse a Moro que o apartamento foi um presente para Lula. O dinheiro usado na reforma saiu da OAS Empreendimentos (braço do grupo que não tem qualquer relação comercial com a Petrobras), mas Pinheiro afirmou que “descontou” os valores de um “caixa geral de propina” que mantinha com o PT.
 
Segundo Medeiros, nesse caixa virtual, a OAS teria depositado ao menos R$ 16 milhões ao PT.
 
Moro usou as delações informais sem provas correspondentes, afirmam os advogados de Lula.
 
 
 
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Mas nem todos são iguais perante a lei

    Essa decisão do Gebran só poderia ser usada para pressioná-lo bem como aos outros 2 Desembargadores a absolver o Lula se todos fossem iguais perante a lei. Mas tem umas pessoas que são menos iguais do que outras, sendo Lula uma dessas pessoas.

  2. Tudo muito previsível. Amanhã

    Tudo muito previsível. Amanhã o placar será 2 x 1 (Leandro Paulsen), mas não por acaso. A estratégia se resume a dois pontos: permitir que Lula seja candidato, mas com a pecha de condenado, e aí a Globo fará o resto do trabalho (já começou, com essa história das gravações de vídeo. Não há dúvidas que os vídeos escolhidos girarão em torno dos pontos fracos de Lula). Por outro lado, tentará mostrar à ONU de que o julgamento foi isento, evitando, assim, uma condenação internacional da Lava Jato.

  3. Caminhões de provas a favor

    Caminhões de provas a favor da absolvição do Lula e o que acontece em Palegre? Ora, ora e ora, o lixo-desembarga recicla mentiras e factóides para condená-lo. Isso se chama perseguição política contra o Lula e contra todo e qualquer ato democrático de direito. Ou seja, mais fascistas, impossível. 

  4. Os argumentos não prevalecem contra a força

    Esopo já deixou claro, na Fábula do Cordeiro e do Lobo, que contra a força bruta não existem argumentos. Por seu turno, Marx asseverou, com razão, que a força bruta só é deposta por força bruta. Em sendo assim, a força bruta dos perseguidores de Lula só será derrotada pela população em f, no dia em que a Favela descer o Morro e não for Carnaval.

    1. mmmm

      Às favas com a coerência e com a impacialidade.Esses semideuses não se rebaixam aos preceitos da plebe.

      Ungidos por alguma potestade desconhecida do Olimpo para perseguir Lula pairam sobre tudo e sobre todos..

  5. Jogada de mestre contra

    Jogada de mestre contra Gebran e Moro: sobre a mesma condição das testemunhas (colaboradores), ficou claro que esses juízes só dão credibilidade ao que querem “provar”. Triste justiça!

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