Novo delator da Odebrecht detalha caixa 2 ao PT, mas blinda Temer

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Um dos depoimentos mais esperado pelo ministro Herman Benjamin, relator da ação no Tribunal Superior Eleitoral que visa a cassação da chapa Dilma-Temer, aconteceu nesta terça (7). Segundo reportagem do Estadão, Hilberto Mascarenhas Filho, considerado o diretor do “departamento de propinas” da Odebrecht, deu detalhes sobre pagamentos via caixa 2 que implicam PT, Antonio Palocci, Guido Mantega e João Santana, o marqueteiro da campanha de Dilma Rousseff, mas blinda Michel Temer (PMDB).

Segundo Mascarenhas, a Odebrecht despendeu, entre 2006 e 2014, um total aproximado de 3,3 bilhões de dólares em doação eleitoral não registrada. “Na planilha apresentada, segundo relatos, constava as seguintes quantias: em 2006 – U$ 60 milhões; 2007 – U$ 80 milhões; 2008 – U$ 120 milhões; 2009 – U$ 260 milhões; 2010 – U$ 420 milhões; 2011 – U$ 520 milhões; 2012 – U$ 730 milhões; 2013 – U$ 750 milhões e 2014 – U$ 450 milhões.”

De acordo com o delator, João Santana e Mônica Moura, responsáveis pelas duas campanhas de Dilma, estão entre os cinco maiores recebedores de pagamentos do setor de propina da Odebrecht. Só em 2014, o montante transferido ao casal girou em torno de 16 milhões de dólares.

Relatos obtidos pelo Estadão indicam que Mascarenhas, incitado pela defesa de Dilma, explicou que Santana e sua esposa também receberam valores por campanhas feitas na América Latina e em Angola. “O ex-executivo não soube detalhar, contudo, as datas dos pagamentos ao casal, mas afirmou que têm um servidor na Suíça em que estão listados todos os repasses. Do total, 60% dos recursos teriam sidos passados no Brasil e o restante no exterior”, diz o Estadão.

Mascarenhas também afirmou que Antonio Palocci é o “italiano” que aparece em comunicações da Odebrecht e que o ex-ministro gerenciava uma conta de mesmo apelido, por onde circulavam valores direcionados ao PT. Essa conta ficou ativa mesmo após a saída de Palocci do governo porque, de acordo com o delator, “ele poderia movimentar valores até eles se esgotarem”. O ex-ministro Guido Mantega seria o “pós-Itália”.

Já em relação ao PMDB, Mascarenhas disse que Temer nunca apareceu nas negociações da Odebrecht, mas que ele sabia que Marcelo Odebrecht tinha discutido o repasse de 6 milhões de reais à campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo, em 2014. “A informação do desembolso ao peemedebista chegou a ele por meio do marqueteiro da campanha de Skaf, Duda Mendonça, que teria ligado para combinar o pagamento. Marcelo Odebrecht também teria falado sobre a doação com Hilberto.”

O delator ainda disse que o departamento de propinas da Odebrecht também tinha como finalidade fazer pagamentos por resgate de funcionários que atuavam em países em conflito ou em zona de guerra.

Com a Lava Jato, os fundos do setor migaram para a República Dominicana. Transações nos Estados Unidos eram evitadas por medo da legislação local.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Me engana que eu gosto

    Essa delação, além de muito premiada é mais do que combinada, pois esse tal Hilberto Mascarenhas disse apenas o que os quadrilheiros da Fraude a Jato e do TSE desejavam ouvir. Chega a ser patético ler esse tipo de notícia, pinçado de uma delação claramente forjada para incriminar o PT e os petistas e livrar a barra das quadrilhas do PSDB, do PMDB e as judiciárias e empresariais com elas irmanadas.

    Notem os leitores que mesmo com hercúleo esforço o ‘estadinho’ não conseguiu evitar contradições. Os depoimentos de Cláudio Melo Filho desmentem ese Mascarenhas e mesmo o útimo que o torturado e coagido Marcelo Odebrecht foi obrigado a prestar, para livrar a barra dos quadrilheiros golpistas (do PSDB, do PMDB e também das ORCRIMs com´postas por burocrtas do Estado – com destaque absoluto para a PF, o MPF e o PJ). José Yunes (o psicoterapeuta político do ‘MT’), Eliseu Padilha, Paulo ‘Pato’ Skaf, Eduardo Cunha e outros receberam dinheiro vivo, resultado de extorsão feita a arcelo Odebrecht. Yunes caiu após a revelação de que le intermediou a trampa de mais De R$10 milhões, que o então vice presidente, o ‘MT’, tratou com Marcelo Odebrecht, Eliseu Padilha e Cláudio melo Filho, sob as bênçaõs de Eduardo cunha.

    A quem esse bando de criminosos e golpistas pensam enganar? Nem o mais ignaroleitor do PIG acredita nessas manipulações descaradas.

  2. o circo deve continuar com o espetáculo

    Com estes numeros o menino moro do estado agrícola do sul vai condenar Lula, Dilma o PT por no mínimo uma dezena de eternidades.

    Blindar o FORA TEMER deixa a delação capenga e mentirosa.

  3. Essa matemática do delator é surreal.

    3,3 bilhões de de dólares doações eleitorais não declaradas de 2006 até 2014.

    Desculpa a sinceridade, mas estes números nem o Bill Gates doaria…

    Dai se vê, penso eu, como há um desespero dos golpistas em criar uma fantasia impossível de colar. 

    Façamos uma méida de 3,00 a cotação do dólar neste período de 8 anos e dá 10 bilhões de reais.

    10 bilhões de reais em doações eleitorais não declaradas em 8 anos? 

    Mais dinheiro do que custou a transposição do rio São Francisco?

    1,25 bilhões de reais/ano só em caixa 2?

    Imaginemos que 20 mil pessoas fossem beneficiárias dessa grana, no período de 8 anos cada uma teria recebido 500 mil reais. 

    Desculpa a sinceridade, mas é surreal tudo isto. 

    PS:. “De acordo com o delator, João Santana e Mônica Moura, responsáveis pelas duas campanhas de Dilma, estão entre os cinco maiores recebedores de pagamentos do setor de propina da Odebrecht. Só em 2014, o montante transferido ao casal girou em torno de 16 milhões de dólares.”

    E os outros três mais bem pagos? Não vem ao caso?

    Se doou 16 milhões de dólares para a campanha da Dilma em 2014 para quais campanhas foram os outros 434 milhões de dólares doados em 2014?

    1. É óbvio…

      “Se doou 16 milhões de dólares para a campanha da Dilma em 2014 para quais campanhas foram os outros 434 milhões de dólares doados em 2014?”

      LULA, o resto da campanha da Dilma, Temer, Aécio, Cunha, Serra, Renan, Alkimim, Delcídio, …

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador