Detonador Para Mobilizar Aparato de Segurança dos EUA

Atentado de Boston 29:  

Pode Mudar o Mundo Para Pior


Global Research
Tradução René Amaral
05/05
A relação entre os suspeitos do Atentado da Maratona de Boston e o FBI, a Polícia do Estado de Massachussets (MSP) e a Polícia de Boston é um ponto de disputa e controvérsia.

O FBI de início afirmou não ter tido conhecimento prévio dos suspeitos, mas foi, mais tarde, forçado a admitir que havia recebido pelo menos dois relatórios de inteligência, um de autoridades Russas, e o outro da CIA, identificando um dos suspeitos, Tamerlan Tsarnaeve, como um risco de segurança, ligado a organizações chechenas de terrorismo.

Os testemunhos da mãe e do pai de Tsarnaev indicam que o FBI era bastante ativo ao seguir, assediar e interrogar o  suspeito antes do  atentado. Desprezando diretivas gerais dos Departamentos de Justiça e Segurança Interna, exigindo  que a segurança dos EUA perseguissem agressivamente ‘terroristas islâmicos, o FBI declarou que não fez nenhum esforço para investigar os alertas de segurança da CIA e da Rússia, especialmente depois  que Tamerlan voltou do Daguestão ano passado, onde supostamente encontrou-se seis vezes com um conhecido terrorista checheno, Gadzhimurad Dolgatov, em uma mesquita salafita fundamentalista.

As versões oficiais do governo e da mídia corporativa afirmam que o FBI pode ter ignorado o risco de segurança representado por Tsarnaev. Críticos no Congresso argumentam que o FBI foi negligente com relação às pistas oferecidas pela  CIA e pelos russos. A explicação mais provável é de que o FBI estava ativamente envolvido com Tsarnaev e deliberadamente encorajou a conspiração com objetivos próprios.

A hipótese mais benigna é  de que o FBI estava usando Tsarnaev como meio de se infiltrar e obter informações sobre outros possíveis ‘terroristas’. Uma teoria mais plausível é a que diz que o escritório do FBI em Boston ‘enquadrou’ os  irmãos numa ‘arapuca’ para melhorar suas credenciais anti-terror _ e a operação fugiu do controle _ por Tamerlan ter sua própria agenda. A mais provável hipótese, entretanto, é de que o FBI facilitou o atentado com intenção de impulsionar as fortunas geradas com a ‘guerra ao terror’ num país empobrecido pela guerra, com o povo economicamente deprimido.

O FBI em Boston tem um longo e notório histórico de trabalhar com, e proteger certos líderes do crime organizado em troca de informações sobre rivais. O exemplo mais famoso é o relacionamento de 20 anos do FBI com um dos mais temidos matadores, James ‘Whitey’ Bulger, no qual o gangster recebeu proteção e colaboração em retorno por suas informações sobre uma ‘família’ rival e outros oponentes. Em 2012, Bulger foi finalmente acusado de 19 assassinatos cometidos sob a ‘proteção’ do  FBI_ apesar de um de seus maís íntimos parceiros de crime afirmar que ele assassinou 40 pessoas durante sua vida.

O Atentado de Boston serviu como detonador para mobilizar o aparato de segurança inteiro dos EUA, e levou à suspensão de garantias constitucionais. Está sendo acompanhado por uma intensa campanha de mídia de massas glorificando operações da polícia estadual e a imposição de uma lei marcial virtual na área metropolitana de Boston com mais de 4,5 milhões de habitantes. A operação militar da polícia e a campanha da mídia provocaram medo e terror no público. Psicodrama instantâneo produziu uma adoração em massa da ‘heroica’ polícia: eles foram retratados como tendo salvado o povo de um bando de terroristas desconhecidos que se esgueiravam pelas suas vizinhanças.

A polícia, o FBI e todo o Aparato de Segurança _ foram repetidamente homenageados em eventos públicos, esportivos e cívicos, e laureados como ‘guardiões’ e ‘salvadores’. O papel sórdido do FBI na organização da ‘arapuca’ jamais foi mencionado. As centenas de bilhões desperdiçados em fúteis ‘guerras contra o terror’ mundo afora, escoaram pelo ralo da memória. A oposição aos cortes de gastos em programas sociais de Washington foi desviada da noite para o dia, para apoiar novos fundos para uma intervenção militar pelos EUA na  Síria e Coréia do Norte, um aumento de militarização em Israel e segurança doméstica.

O Atentado  de Boston coincidiu com a Casa Branca ditando uma nova rodada de medidas domésticas de Estado de Exceção e o lançamento de uma agressiva série de medidas militares na Ásia, Oriente Médio e América Latina. O Pentágono organizou seus maiores, mais agressivos e ameaçadores exercícios militares na fronteira da Coréia do Norte. A Casa Branca encorajou e promoveu a postura beligerante do Japão contra a China sobre a disputa pelas ilhas no sul do Mar da China. O Secretário de Estado, Kerry, aumentou a ajuda militar aos terroristas sírios em pelo menos U$ 130.000.000,00 e enviou centenas de Forças Especiais para a Jordânia para treinar mercenários jihaddistas contra o Governo Sírio. A Casa Branca fabricou acusações de que Damasco usou armas químicas contra os rebeldes para justificar intervenção militar direta na Síria pelos EUA. Mais perto de casa, a Casa Branca tem dado apoio incondicional à violenta oposição venezuelana pós eleições, com intenção de provocar uma guerra civil_enquanto se recusa a reconhecer a internacionalmente certificada vitória de Maduro.

Está bem claro que o regime de Obama quer atrasar o relógio uma década para recriar o terrível clima político de 2001-2002. Ele busca forjar a sensação de uma ameaça de iminente ataque terrorista, baseado no ‘Atentado  de Boston’ para relançar outra campanha militar global. Ao invés de Iraque_ a ‘ameaça’ agora vem da Síria, Irã e Líbano. Hoje a ameaça é a Coréia do Norte_ amanhã pode ser a China. Hoje a Venezuela_ depois pode ser Argentina, Bolívia e Equador, e todo o edifício da integração regional da América Latina.

As baixas civis e mortes resultantes do ‘Atentado de Boston’, ligados ao apoio e proteção de terroristas chechenos, é um preço pequeno a pagar para Washington, se o resultado for uma escalada na guerra global e uma maior impunidade para o Estado Policial Nacional.

Relançar uma nova e mais virulenta versão de um Império global militarizado é a mais alta prioridade. Os países alvo tem significância Global: Venezuela e Irã são gigantes produtores de petróleo, a espinha dorsal da OPEP e adversários de Israel. A China é a segunda maior economia do mundo e principal desafio a dominação econômica dos EUA. Milhões de cidadãos estadunidenses acovardados e em decadência econômica  enfraquecem o principal obstáculo doméstico a maiores e mais abrangentes cortes em programas sociais para poder financiar guerras globais.

Em verdade o ‘Atentado de Boston’ tem ainda maiores consequências políticas e econômicas; eles preparam o palco para uma nova rodada de guerras no exterior, e mudanças regressivas (e repressivas) em casa.
Redação

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