Dilma rechaça vazamento da “delação implorada”

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – A presidente Dilma Rousseff rechaça a notícia do vazamento da ‘delação implorada’ de Antônio Palocci e diz que só ele pode dizer onde está o R$ 1 bilhão. O vazamento, ocorrido a apenas uma semana das eleições, se tornam um novo factoide eleitoral coalhado de velhas mentiras.

Dilma aponta para o fato dessas declarações terem sido feitas há sete meses, e rejeitadas pelo Ministério Público Federal da Operação Lava Jato. São delações sem provas de Palocci surpreendentemente acolhidas pelo juiz singular da 13ª Vara de Curitiba, e agora amplamente divulgadas pela mídia.

As declarações de Palocci foram dadas em abril em tentativa de incriminar Lula, Dilma e outros dirigentes do PT, para obter o prêmio da liberdade, da redução de pena e posse de recursos de que é acusado de ter acumulado ilegalmente. 

O desembargado do TRF-4, João Pedro Gebran Neto, já havia sentenciado, em 21 de junho deste ano, que “não cabe neste momento inicial o exame detido do conteúdo das declarações prestadas” por Palocci. “Tampouco o momento da homologação é adequado para aferir a idoneidade dos depoimentos dos colaboradores”.

Assim, Gebran suspendeu a tramitação do termo de colaboração por três meses, para que Palocci  apresentasse “à autoridade policial elementos probatórios minimos de suas alegações”. O que ele não fez.

“É estarrecedor, portanto, que uma delação não aceita pelo Ministério Público, e suspensa por um juiz de segunda instância, seja acolhida e tenha tido seu sigilo quebrado por um juiz de primeira instância. Sobretudo, neste momento em que o povo brasileiro se prepara para eleger o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais”, diz a nota de Dilma.

“Em sua terceira tentativa de delação “implorada”, o senhor Palocci inventa que as duas campanhas de Dilma à Presidência teriam arrecadado R$ 1,4 bilhão. Trata-se de um valor absolutamente falso. Apenas a hipótese de recursos tão vultosos não terem sido detectados evidencia o desespero de quem quer salvar a própria pele”, continua a nota.

E, diz ainda que a afirmação feita por Palocci evidencia leviandade e oportunismo delirantes, e leva a uma só conclusão, “que o senhor Palocci saiba onde se encontra R$ 1 bilhão, já que o valor declarado e aprovado pelo TSE, é cerca de um terço disso”.

A nota diz que fica evidente que a negociação feita por essa delação implica que Palocci, depois de pagar R$ 37,5 milhões, poderá “requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial”, tenha reduzida “em até 2/3 (dois terços) da pena privativa de liberdade e/ou sua substituição por restritiva de direitos” ou, ainda, “a suspensão do processo e do prazo prescricional”.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

2 Comentários

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  1. Eleicões e justiça

    Em país com o mínimo de seriedade na justiça cassaria esse juiz por abuso de poder para influenciar eleições democráticas.

    E depois falam que o STF não atua politicamente contra a esquerda política, e mais contra o PT.

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