E o ‘fato gravíssimo’ apresentado por Joesley a Janot?, por Janio de Freitas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Joesley Batista continua embaraçando o alto Judiciário e o Ministério Público, diz Janio de Freitas em sua coluna de hoje na Folha. Ainda não é claro o papel que teve, mesmo preso há cinco meses, mas o enredo continua original. Gozando da imunidade concedida por Rodrigo Janot, então procurador-geral da República, por revelações comprometendo Michel Temer, Joesley é acusado de novo crime.
 
Com as ‘gravíssimas’ acusações feitas pelo empresário, foi instaurado inquérito por Cármen Lúcia. Eles foram presos e a investigação da gravação andou. Mas andou na contramão das declarações bombásticas iniciais. Com poucos meses de investigações a conclusão da Polítia Federal é de que tal gravação com nomes de interlocutores e ministros não existe. Nada consta. 

 
O silêncio envolve a conclusão da PF desde dezembro, e também de Janot. Não se sabe o tal “fato gravíssimo”, nem o contrário. Janot diz que prepara um livro sobre seus anos na PGR, o que vem a ser interessante, mas não é suficiente, pois que a opinião pública tem o direito de saber o que houve. 
Pois, conclui Janio, dado este cenário, o que era “gravíssimo” pode não ter sido, mas agora é.
 
Leia a coluna a seguir.
 
da Folha
 
Em gozo da imunidade judicial, Joesley foi acusado de novo crime
 
por Janio de Freitas
 
A opinião pública quer saber o que era o ‘fato gravíssimo’ apresentado por Janot
 
Pródigo em originalidades embaraçosas para o alto Judiciário e o Ministério Público, Joesley Batista ainda não esgotou o seu estoque. Se bem que, no caso em questão, não se saiba que papel teve. Nem mesmo se teve, apesar de preso há perto de cinco meses por causa desse incerto papel. Prisões do tipo, é verdade, deixaram de ser anormais. Mas a de Joesley se inclui, como lhe é próprio, em um enredo original.
 
Em gozo da imunidade recebida de Rodrigo Janot, então procurador-geral da República, pelas revelações da corrupção autenticada até pela voz comprometida de Michel Temer, Joesley foi acusado de um novo crime. Janot em pessoa divulgou o que definiu como “fato gravíssimo”: a descoberta de uma gravação em que o empresário trocava com um diretor de sua “holding” J&F, Ricardo Saud, citações a condutas ilícitas e imorais de ministros do Supremo Tribunal Federal. Inclusive a presidente Cármen Lúcia, que, indignada, providenciou um inquérito.
 
Era setembro do ano passado, e Joesley e Saud foram presos. O incumbido de investigar a tal gravação (não os ministros) foi o delegado Cleyber Lopes, há pouco em evidência pela inexplicada troca do encarregado, que passou a ser ele, de investigações do interesse de Michel Temer: os antecedentes de um decreto de 2017 em beneficio de uma operadora nas Docas de Santos, a Rodrimar. O Rocha Loures da mala com os R$ 500 mil temerários está nessa também.
 
Com dois a três meses de investigações e depoimentos, a Polícia Federal chegou à conclusão mais imprevista. A gravação citada pelo então procurador-geral, com a precisão de nomes dos interlocutores e de ministros, não existe. Nada e nenhum depoente indicou que houvesse existido.
 
Na altura em que Joesley e Saud foram acusados e presos, Rodrigo Janot estava assoberbado com as críticas, também no Supremo, à anistia plena que concedera em retribuição às delações e à gravação de Temer pelo empresário. As tentativas de justificar o “prêmio” tornaram mais gritante a concessão. No Judiciário não faltava quem estudasse a maneira de revertê-la.
 
O silêncio que desde dezembro encobre a conclusão da Polícia Federal é também de Janot. Não se conhece indício de irregularidade sua na origem do “fato gravíssimo”, nem o contrário. Sua informação de que prepara um livro, sobre seus anos como procurador-geral, é interessante, mas não suficiente. A opinião pública tem o direito de saber o que houve, o que era aquilo lhe foi servido como “fato gravíssimo”. E há duas pessoas presas -por que, se a gravação não existe?
 
O que era “gravíssimo” pode não ter sido. Mas agora é.
 
E A GRANDEZA?
 
É feia e triste a querela entre Silvio Santos e o Teatro Oficina. Há muito tempo, Silvio não precisa de mais nada. Família em paz, muito dinheiro, êxito profissional, Silvio teve a sorte de receber da vida um baú da felicidade.
 
As pretendidas torres nada lhe acrescentarão. Não há por que dificulte quem batalha duro pela arte, apenas isso. O Oficina já fez muito por São Paulo, pelo país, com sacrifício e com imensa coragem. Não há motivo para Silvio Santos opor-se ao que o nosso Oficina ainda nos pode dar e quer dar. Aos Abravanel, inclusive.
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

4 Comentários

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  1. Fato gravíssimo foi esse

    Fato gravíssimo foi esse picareta ir a Davos dizer que o MPF é pró-mercado.

    Primeiro porque quem representa o Brasil no exterior não é o MPF e sim o presidente da república e o Itamaraty.

    Segundo porque o MPF tem obrigação legal de defender a Lei e não o mercado.

    Terceiro porque “o mercado”, esta entidade dotada de poderes místicos capaz de se colocar acima da Lei e colocar Procuradores Gerais contra ela, nem mesmo é cidadão brasileiro.

     

  2. E o…..

    Fato Gravissimo é que nossa Políticas Ideológicas continuam sendo implantadas e buscando o resultado que sempre almejaram.  Não existe Fatalismo nem Imperialismo, muito menos Interferência Estrangeira, como querem fazer acreditar aqueles Fanáticos Fundamentalistas que dizem existirem Bruxas. Nossa Politicas AntiCapitalistas continuam de ‘vento em popa’. EMPREGOS, EMPRESAS E EMPRESÁRIOS BRASILEIROS estão sendo destruídos encarcerados em Masmorras Medievais. No final do ano passado, o MP soltou um factóide: “Iramos atrás das Empresas Estrangeiras”. Assim como irão atrás dos Políticos Tucanos. Alguém acredita nesta ‘esparrela’?!! O resultado de tais Políticas estão aí para qualquer cético constatar. Empresas Estrangeiras, que são centenas citadas nestes casos de corrupção, passaram ao largo. Diretores e Empresários estrangeiros foram citados, quando já estavam de volta ao seu país de origem.  Quem apodrece na cadeia são os milhões de Empregos de JBS, Queiroz Galvão, Braskem, Grupo X, Eucatex, Odebrecht,…Mas não me venham com aqulea ladainha de fatalismo, de coincidência. Isto é resultado programado e perseguido por nossas politicas. Parabéns Brasil. Quem precisa de Empregos? E Empregois de Alta Qualificação e alta remuneração? Aquela Classe Média alienada e atrasada, que insiste em querer melhorar de vida, pagar suas contas e seus impostos, não é mesmo? 

  3. É agro?

    Janot parou as investigações para dar matéria pro JN. Talvez não desse para investigar porque contrário do esquema das empreiteiras com centenas de delações, o esquema do boi deve ter uma ou duas cabeças mas com centenas de clientes VIP.

  4. Grave é essa perseguição perversa que vai matar Luis Inacio!

    “Pródigo em originalidades embaraçosas para o alto Judiciário e o Ministério Público”

    Eu pensei que o Janio estivesse falando do prorpio Janot. Ah não, é do Joesley, esta bem, então.

    Mas no Pais do grampo sem audio, qual a novidade? Chame o ladrão!!!!

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