Enquanto mídia faz silêncio sobre Duran, Moro aguarda cooperação com Espanha

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Lula Marques
 
 
Jornal GGN – Enquanto a imprensa tradicional e a Lava Jato fazem silêncio quase absoluto sobre o depoimento de Rodrigo Tacla Duran contra o amigo pessoal de Sergio Moro, Carlos Zucolotto, o juiz de Curitiba aguarda uma resposta sobre um pedido de cooperação internacional com a Espanha, feito em setembro com o intuito de processar o ex-advogado da Odebrecht no Brasil.
 
Na semana passada, Tacla Duran prestou depoimento à CPMI da JBS e reafirmou a acusação de que Carlos Zucolotto, compadre de Moro, cobrou 5 milhões de dólares em propina para melhorar uma proposta de delação premiada discutida com os procuradores liderados por Deltan Dallagnol.
 
A grande mídia não deu destaque às declarações de Duran nem incomodou Moro ou a força-tarefa para que fizessem um contraponto às acusações. Somente no domingo (3) à noite é que Rosângela Moro decidiu romper parcialmente o silêncio e publicou uma foto no Instagram, em apoio de Zucolotto. A mensagem dizia que ele era “gente boa” e que o “tempo vai esclarecer tudo”.
 
Enquanto isso, Moro aguarda a conclusão do processo para que o Ministério Público da Espanha possivelmente ajude no julgamento de Duran no Brasil.
 
Ontem, o GGN publicou video de Joaquim Carvalho, do DCM, explicando que a decisão de Moro de processar Tacla Duran em Curitiba vai na contramão do posicionamento da corte espanhola que negou a extradição do advogado.
 
Por unanimidade, 17 juízes disseram a Moro que Duran tem direito a ser processado na Espanha e, dessa maneira, o juiz da Lava Jato deveria enviar os autos para aquele País.
 
https://www.youtube.com/watch?v=q8fgO4wsmpY width:700 height:394
 
Ao tomar conhecimento da negativa da extradição, Moro decidiu, em 18 de setembro, pedir apoio do MP espanhol para intimar Duran a voltar ao Brasil para depor.
 
“Expeça a Secretaria pedido de cooperação jurídica internacional tendo por base o Acordo de Cooperação e Auxílio Mútuo em Matéria Penal entre a República Federativa do Brasil e o Reino da Espanha celebrado em 22/05/2006 e promulgado no Brasil pelo Decreto nº 6.681, de 08/12/2008. Por meio dele solicite-se a citação de Rodrigo Tacla Duran para responder à ação penal com prazo de dez dias para apresentar resposta. Solicite-se ainda a intimação para comparecimento em audiência no prazo de 10 dias úteis perante este Juízo para viabilizar a continuidade da ação penal, sob pena de revelia”, escreveu.
 
Também no despacho de 18 de setembro, Moro estabeleceu que assim que o pedido de cooperação estivesse pronto, que fosse enviado aos procuradores de Curitiba, que deveriam, por sua vez, traduzir para o espanhol o documento junto com a denúncia, e depois encaminhar tudo ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica (DRAC) do Ministério da Justiça, que deveria acionar as autoridades espanholas.
 
Exatamente um mês depois, o MPF protocolou entregou a Moro petição referente ao ao pedido de cooperação internacional e, no dia 18 de outubro, quando expirou o prazo para tradução das peças, um ofício relacionado ao assunto foi expedido pela Vara de Moro.
 
Desde então, não houve movimentação processual registrada no sistema do TRF4.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

16 Comentários

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  1. Pelo modelo universal de

    Pelo modelo universal de acordos de cooperação judiciaria, a autoridade PARTE do Acordo é sempre o MINISTERIO DA JUSTIÇA de cada Pais, porqu só o Poder Executivo tem soberania para assinar e operar acordos de cooperação judiciaria.

    O Ministerio da Justiça do Brasil irresponsavelmente ABRIU MÃO de sua autoridade sobre esses acordos, delegando a PGR

    esse poder, perdendo assim o controle da operação desses acordos. A PGR não é poder soberano para operar no Exterior,

    aliás no texto desses Acordos é citada como AUTORIDADE CENTRAL sempre o Ministerio da Justiça e ninguem mais.

    Então todas as tratativas DEVERIAM ser feitas via a Embaixada do Brasil em Madrid e nunca diretamente de um juiz brasileiro com autoridades espanholas.

    Esse foi o CAOS que o Governo Dilma instaurou no Poder, depois alguns se queixam de golpe, quem arrombou as portas foi

    a irresponsabilidade do Ministerio da Justiça que perdeu o controle sobre esses Acordos onde o Brasil é sempre perdedor.

    1. Moro é um criminoso

      Moro é um criminoso egocêntrico que é incompetente para o cargo de juíz (há fortes suspeitas de que ele “ganhou” o cargo sem ter nenhuma qualificação para o mesmo), você espera que ele saberia respeitar os procedimentos corretos? E principalmente quando ele mesmo sabe que os crimes que ele está inputando contra o advogado são uma farsa sem provas? Os espanhóis devem ter jogado a “petição” dele no lixo se a mesma chegou a ser entregue.

    2. Neste caso, basta que as

      Neste caso, basta que as partes interessadas, por meio de seus advogados, entrem com ação pedindo a anulação destes acordos e tratativas feitas por agentes manifestamente incompetentes para os atos que praticaram.

  2. O papel da midia brasileira na Lava Jato

    Ele não esta em Portugal? Quem sabe ele não vai dar uma passada em Madri para fazer lobby com os juizes espanhois… E o Taclan Duran tem que se precaver porque os procuradores e Sergio Moro têm costume do uso de ma-fé em seus processos.

    1. “O tempo vai esclarecer tudo”…

      Essa afirmação da Mrs. Moro pode não ser algo assim tão sem nexo. Lembra o caso do Pizzolato? Num primeiro momento a Itália tb negou a extradição. Depois, “reconsiderou” e ele foi extraditado. Possivelmente, por pressão de forças (nem tão) ocultas. Pode-se argumentar que o processo do mensalão  foi o embrião do golpe, agora já consumado. Mas, quem sabe? Se as forças (nem tão) ocultas não permitirem qq desvio no roteiro, a Espanha pode ceder.

  3. Moleque birrento que põe a bola debaixo do braço quando perde

    Esse juiz canalha, criminoso de quatro costados, hoje aboletado na 13ª VJF de Curitiba, com todas as regalias, mamatas, penduricalhos, vitaliciedade no cargo e garantia de impunidade, age como aqueles moleques birrentos e brigões, que após tomar um chapéu, uma ‘caneta’ um gol no ângulo, faz beicinho, se emburra, coloca a bola embaixo do braço e diz para os colegas: “assim não brinco mais”

    O torquemada das araucárias, bajulado pelo PIG/PPV e pelos comparsas na ORCRIM lavajateira e na cúpula do judiciário brasileiro, se acha com jurisdição mundial; ele agora quer procesar e julgar à revelia um cidadão espanhol, cuja extradição ao Brasil foi negada pelas autoridades judiciasi espanholas, negando-se a cumprir acordos internacionais de que o Brasil é signatário. As autoridades espanholas requerem ao torquemada o envio das provas, para que Rodrigo Tacla Durán possa ser julgado na Espanha. Como o torquemada não tem essas provas (na Espanha as delações premiadas não têm valor como prova judicial) ele ‘põe banca’ e ameça ‘julgar Tacla Durán à revelia”, aqui no Brasil.

    Esse “pirrinchim” do torquemada araucariano não terá coseqüência prática nenhuma, a não ser alguma manchete lisonjeira e sabuja por parte do PIG/PPV e aplusos dos comparsas lavajateiros. Mas garante a esse criminoso de toga alguns holofotes fugazes, nessa fase de ocaso vexatório que já se iniciou com o depoimento bombástico de Tacla Durán à CPMI da JBS, desmascarando, desnudando e expondo as entranhas pútridas e fétidas da ORCRIM lavajateira à luz solar, agora de forma oficial, com valor de prova.

     

  4. Deve ter tanta sujeira

    Deve ter tanta sujeira envolvendo Moro, procuradores, PF, advogados da turma da VazaJato que a gente nem imagina é só ficaremos sabendo tudo daqui uns anos, talvez décadas, mas aí o crime já terá expirado e vai ficar por isso mesmo. Imagina ter que sair do seu país e ir pra um outro levando toda a família apenas para ter o direito de ser julgado por gente imparcial? Se houvesse justiça, deveria quebrar o sigilo bancário de toda essa patota. Falando nisso, a PF encontrou as malas de dinheiro de corrupção que “perderam”? 

    1. Todos os sigilos dos lavajateiros devem ser quebrados

      Cara Érica,

      Tua idéia é compartilhada por mim e por milhões de brasileiros. vou mais longe: TODOs os sigilos (bancário, telefônico, fiscal, telemático e de correspondência) desses lavajateiros devem ser quebrados. Se eles são muito ‘limpinhos’ e ‘impolutos’, que problema há em ser transparentes, mostrando as transações financeiras e as ‘negociações’ que fizeram?

      Mas isso só seria possível se a cúpula do PJ, os tribunais superiores e o STF, não fosse ela mesma integrante das ORCRIMs judiciárias e parceira da Fraude a Jato na trama golpista.

  5. Moro: um infâme criminoso

    O procurador Márcio Sotelo Felippe demonstrou os crimes cometidos por Moro no processo contra Lula.

    O detalhamento está no artigo “Moro vs Lula: esse crime chamado justiça”. (site Justificando).

    Quando a canoa virar, o infâme Moro sentirá as delícias de ser o que é.  Amém !!!

  6. Pelo andar da carruagem…

    Se bem conheço uns e outros, o MiSHELL Temer já deve estar analisando a possibilidade de fazer um novo Tratado de Tordesilhas, com alguns toques de modernidade. Entrega-se, digamos, Sergipe à Espanha, e… bingo! Sai o tal acordo de cooperação internacional. Serra e o “primo” espanhol se dispõem a ajudar no que for preciso…

  7. Porque o Moro não expede um mandado de condução coercitiva?

    Ah, o $érgio Moro deveria expedir um mandado de condução coercitiva do Tacla Duran.

  8. Essa mundiça faz o que faz

    Essa mundiça faz o que faz porque sabe com que povo está tratando. Se não mexer nas novelas da noite e nem nos Big Brother, o resto, pode fazer o que quiser; Ninguém tá ligando pra porra nenhuma. É como aquela história de botar o sapo na panela que está no fogo: Se a água estiver fria, ele vai morrer cozido e não reage.

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