Evolução patrimonial de Ricardo Salles é investigada pelo Ministério Público

A Promotoria pediu quebra de sigilo bancário e fiscal de Salles, mas a Justiça estadual já negou o pedido duas vezes neste mês de agosto.

Foto Yasuyoshi Chiba – AFP

Jornal GGN – Entre 2012 e 2017 Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, teve seu patrimônio com alta de 335%. O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para apurar a suspeita de enriquecimento ilício neste período em que ele esteve atuando como advogado em alternância com cargos no governo paulista. A notícia foi publicada no Estadão, em matéria assinada por Fabio Leite.

A Promotoria pediu quebra de sigilo bancário e fiscal de Salles, mas a Justiça estadual já negou o pedido duas vezes neste mês de agosto.

A investigação foi iniciada após uma representação feita pela empresa Sppatrim Administração e Participações, que levantou suspeita sobre a evolução patrimonial de Ricardo Salles. As declarações de bens prestadas à Justiça Eleitoral foram a base da representação.

Em 2012, ao ser candidato a vereador pelo PSDB, Salles declarou R$ 1,4 milhões. Em 2018, quando tentou a vaga de deputado federal pelo Novo, o montante declarado foi de R$ 8,8 milhões. Isso representa uma alta de 335% em cinco anos, com valores corrigidos pela inflação.

Salles foi secretário particular do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) entre março de 2013 e novembro de 2014, com salário de R$ 12,4 mil líquidos. Foi secretário do Meio Ambiente entre julho de 2016 e agosto de 2017, com salário de R$ 18,4 mil. Nesse período, Salles teria pedido na Justiça a redução da pensão paga aos seus dois filhos, por queda de rendimentos por estar em cargo público, a pensão caiu de R$ 8,5 mil para R$ 5 mil.

O promotor Ricardo Manuel Castro diz que Salles atuou em dez casos como advogado, neste período, mas que nos autos não foram encontrados “valores de causa suficientes a ponto de justificar o recebimento de honorários em volume tal que pudesse amparar tal aumento patrimonial”.

Ainda no pedido, o promotor aponta para o fato de que a evolução patrimonial de Salles ocorreu no período em que ele foi acusado de fraudar o plano de manejo em área de proteção ambiental, que resultou em sua condenação por improbidade administrativa em dezembro de 2018. Salles recorreu da decisão.

Castro solicitou ainda a elaboração de um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), apontando que o órgão já havia informado sobre a existência de movimentações ‘comunicadas compulsoriamente’. O Coaf não enviou relatório.

O juiz Marcos de Lima Porta, da 5ª Vara da Fazenda Pública, negou o pedido. Para o juiz, só o fato de Ricardo Salles ter declarado o patrimônio ‘já indica sua boa fé’ e que a evolução patrimonial ocorreu passado ‘razoável período’.

A investigação corre sob sigilo.

Leia a matéria completa aqui.
Redação

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