Família Bolsonaro evita divulgar manifestações pró-Moro

Eduardo e Carlos fizeram poucas publicações dos atos e, ainda, sem referências à defesa do ministro da Justiça, principal bandeira dos protestos de domingo

Jornal GGN – Os filhos do presidente Jair Bolsonaro fizeram poucas manifestações no Twitter sobre as manifestações de domingo (30), especificamente em relação à defesa do ministro da Justiça, Sergio Moro. A observação é da colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, importante em vista do papel da família de mobilizadora de massas.

Os três irmãos Bolsonaro – Eduardo, Carlos e Eduardo – não tuitaram nenhuma mensagem a respeito nos dias que antecederam os protestos, que tinham como principal bandeira a defesa de Moro, contra o desmonte que sua imagem vem sofrendo após a série de reportagens do The Intercept Brasil revelando a troca de mensagens entre ele, então juiz da Lava Jato, e procuradores da força-tarefa.

Apenas no dia da manifestação,domingo 30 de junho, o deputado federal Eduardo (PSC-SP) compareceu em um dos atos e postou fotos e filmagens. O irmão do meio, vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) também abordou o assunto apenas no dia, retuitando uma única mensagem. Já o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) não se manifestou antes, depois, nem durante.

Nesta terça-feira (2), Moro presta esclarecimentos na Câmara dos Deputados. Os parlamentares querem ouvir o que o ministro tem a dizer sobre as revelações divulgadas pelo site The Intercept Brasil mostrando que a força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba agiu com a colaboração do então juiz federal Sergio Moro.

O princípio da imparcialidade do juiz é uma exigência do Código de Ética Da Magistratura, que no capítulo III destaca:

Art. 8º

“O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância equivalente das partes, e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito”.

Art. 9º

“Ao magistrado, no desempenho de sua atividade, cumpre dispensar às partes igualdade de tratamento, vedada qualquer espécie de injustificada discriminação.”

O Ministério Público Federal é um órgão acusador, portanto, Moro deveria ter atuado em todo o processo da Lava Jato com a mesma distância que tinha das partes de defesa dos réus. As mensagens divulgadas pelo The Intercept mostram, por exemplo, que o então juiz indicou uma testemunha para ser ouvida contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Leia também: “Abuso de poder”, diz Glenn Greenwald sobre a PF, sob Moro, investigar suas finanças

 

Redação

5 Comentários

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  1. O que interessa saber mesmo, é: a oposição vai mesmo conseguir derreter Moro e suas evidentes mentiras? Ou vai continuar esse ar de normalidade que temos no ar?

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