Força Nacional de Segurança estende efetivo em São Luís por mais 60 dias

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Depois de o Ministério Público do Maranhão clamar ao governo do estado que solicite apoio da Força Nacional de Segurança Pública em São Luís, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não precisou nem analisar o pedido. A repercussão nacional e internacional – a Anistia Internacional e a própria ONU também se manifestaram – acarretou em mobilização da Força Nacional que estenderá seu efetivo nas unidades penitenciárias da região de São Luís até o dia 23 de fevereiro.

A nota foi divulgada agora há pouco pelo Ministério da Justiça, confirmando que o ministro José Eduardo Cardozo já renovou a presença da Força por mais 60 dias, desde o dia 25 de dezembro. O comunicado também foi publicado no Diário Oficial da União hoje (08).

“A tropa federal atua diretamente nas instalações do sistema penitenciário estadual. O objetivo é evitar ao máximo os confrontos entre integrantes de facções criminosas. A tarefa é fazer a intervenção necessária e dar apoio à direção dos presídios na manutenção da rotina do sistema prisional por conta de recentes rebeliões”, disse a Assessoria de Imprensa do Ministério da Justiça.

As revoltas ocorrem desde o ano passado, quando em outubro já havia pelo menos nove mortos constatados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Um mês antes, o governo maranhense já havia pedido, em caráter emergencial, apoio do governo federal para combater a violência.

No início deste ano, depois que dois detentos da facção foram presos, criminosos incendiaram quatro ônibus na cidade, causando a morte de uma menina de 6 anos, Ana Clara Santos Sousa, além de quatro pessoas feridas.

Ontem (07), a Anistia Internacional considerou inadmissíveis os casos de presos decapitados nas penitenciárias, somados às denúncias de estupro de mulheres e irmãs de presidiários durantes as visitas. Em nota, destacou que 60 pessoas foram mortas no estado só no ano passado. “É inaceitável que uma situação como essa se prolongue por tanto tempo sem nenhuma atitude efetiva das autoridades responsáveis”, informou.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também pediu hoje que as autoridades brasileiras conduzam as investigações de forma “imediatas, imparciais e efetivas”, e considerou “lamentável” ter de expressar preocupação com o “terrível” estado das prisões no Brasil.

Com informações do Ministério da Justiça e Agência Brasil.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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