Fraudes em contratos da UFPR geram prisão de 29 investigados

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

 
Jornal GGN – A Polícia Federal cumpriu, ao todo, 29 mandados de prisões temporárias nesta quarta-feira (15) pela Operação Research, que apura a prática de desvio de recursos públicos destinados à Universidade Federal do Paraná (UFPR), que teria movimentado milhões de reais.
 
De acordo com os investigadores, o esquema de repasses irregulares ocorreu nos programas de Auxílio a Pesquisadores, Bolsas de Estudos no País e Bolsas de Estudos no Exterior. “O objetivo é apurar o repasse irregular de recursos mediante pagamentos sistemáticos, fraudulentos e milionários de bolsas a inúmeras pessoas sem vínculos com a instituição no período entre 2013 e 2016”, disse a PF, em nota.
 
O grupo integrado com a Procuradoria da República, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU) identificou, por exemplo, uma remessa de R$ 318.550 a um cozinheiro de pizzaria e outra de R$ 515.450 a um motorista de furgão. Ambos não tinham nenhum vínculo com a UFPR.
 
Para a Operação, foram mobilizados cerca de 180 policiais federais, seis servidores da CGU, quatro do TCU que além das prisões realizaram oito conduções coercitivas e um total de 36 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.
 
“Dentre os fatos até então apurados, foi detectada a participação de ao menos dois funcionários públicos federais nas fraudes, resultando na prisão cautelar de ambos”, informou a PF. 
 
 
Entre eles, a servidora Conceição Abadia de Abreu Mendonça, acusada de fraude de contratos, que já havia sido denunciada, em 2008, por prática similar, de fraudar licitações e desviar dinheiro público da UFPR.
 
Naquele ano, a funcionária era chefe da Seção de Controle e Execução Orçamentária e foi acusada de conseguir a dispensa de licitação para adquirir materiais para o setor de pós-graduação em Farmacologia da Universidade.
 
Os investigados foram levados às sedes da PF nas cidades onde foram localizados, para prestar os esclarecimentos. Mas os 29 presos foram levados à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.
 
Em posicionamento, a UFPR afirmou que já tinha suspeitas de irregularidades desde dezembro de 2016, “quando a própria universidade também tomou a iniciativa de encaminhar o caso à Polícia Federal, para investigação criminal”. A reitoria da UFPR também suspendeu as duas servidoras que são investigadas.
 
Leia os pedidos de mandados contra os investigados da Research:
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

11 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Essa operação “Research” parece pura armação

    Prezados leitores,

    Observem o seguinte:

    1 – Em que estado da federação ocorreram os eventos midiáticos dessa operação?

    2 – Qual universidade federal teve contratos investigados?

    3 – Em que universidade leciona o Torquemada, o juiz de piso, o ídolo dos analfabetos políticos, o  que comanda a Fraude a Jato?

    4 – Vocês acreditam que uma PF sediciosa e golpista, em que vários delegados e agentes formam ORCRIMs, atua de forma republicana nessa operação?

    5 – Vocês acreditam que haja coincidências na política?

    6 – Vocês não percebem uma relação entre tal operação e o pacto revelado pelo malandro agullha, Romero Jucá, em edificante conversa que teve com o ex-senador tucano e ex-presidente da BR-Distribuidora e da Transpetro, Sérgio Machado?

    7 – Vocês são capazes de estabelecer relações entre a operação “Research”, a nomeação  confirmação de Angorá como ministro, a nomeação de Nazimoraes para o STF e os convescotes deste com senadores que lhe sabatinarão, ocorridos num barco-motel, de propriedade de um senador que é afilhado político e testa-de-ferro do contraventor e operador de jogos de azar, conhecido como Carlinhos Cachoeira?

     

    1. OTIMOOOOO, Joao de

      OTIMOOOOO, Joao de Paiva!!!

      Eu queria dizer a mesma coisa pois notei varias -mas nao todas- das “coincidencias” que voce apontou!

  2. Distração para o que virá na sexta-feira.

    Geralmente, tais operações da PF durante os dias do “miolo” da semana têm servido para iludir a população sobre o fato da PF “coxinha” só pensar em prender petistas até chegar ao Lula.

    As “bombas” de segunda-feira ligadas a Lava-Jato e realizadas para abastecer de desinformação os telejornais da Rede Globo, e as de sexta-feira, que são realizadas para encher as páginas da revista Veja, o JN de sexta-feira e sábado e proporcionar “reportagens especiais” para o Fantástico no domingo são aquelas que realmente importam para os tentáculos policiais, judiciais e midiáticos.

    A operação na UFPR foi deflagrada no mesmo dia no qual a pesquisa CNT acendia o sinal amarelo para o consórcio golpista.

    Portanto, aguardemos o que virá na sexta-feira em contra-ataque ao resultado da pesquisa.

  3. Pena que estas notícias não

    Pena que estas notícias não expliquem muito bem sobre a fraude.

    Eu trabalho em uma universidade e estou na parte burocrática da concessão de bolsa.  Os critérios para a concessão são rígidos assim como a papelada para ser bolsista.

    O serviço público tem uma  burocracia exagerada para impedir as fraudes. Não que elas nãopossam  ocorrer, claro que sim, mas nãoé algo fácil sair distribuindo dinheiro fora de um projeto, pois as bolsas sempre tem a vinculação com algum projeto.

    Por isso uma fraude assim tem duas possibilidades. O dinheiro estava na UFPR e foi desviado por gente grauda. Bolsas de CNPq, Capes e agencias de fomentos têm concessões rígidas e é quase impossível fraudá-las.

    Gostaria de mais detalhamento.

  4. Então, uma funcionária é

    Então, uma funcionária é denunciada em 2008 e, até 2016, continua suas trampolinagens. E a reitoria discursa dizendo que em 2016 “já” havia encaminhado o assunto à PF? Haja otários, pois, neste país de merrecas.

    1. Tem alguma coisa errada com

      Tem alguma coisa errada com essa historia toda…

      “O grupo integrado com a Procuradoria da República, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU) identificou, por exemplo, uma remessa de R$ 318.550 a um cozinheiro de pizzaria e outra de R$ 515.450 a um motorista de furgão. Ambos não tinham nenhum vínculo com a UFPR”

      Nao eh o  tipo de coisa que desperta atencao?  La no comeco eh “milhoes” desviados, subitamente acharam um pagamento de pizza e outror de transporte que nao soma 300 dolares e eh eles que vao ser mencionados no jornal?

    2. Já ouviste falar de MANDATO do reitor?

      A eleição para reitor na UFPR ocorreu em 2016. Foi eleita uma chapa de oposição à gestão anterior. O atual reitor da UFPR assumiu o cargo em dezembro de 2016. No mesmo mês encaminhou para a PF o assunto. Que tal um pouquinho de informação antes de abrir a torneirinha de asneiras?

  5. Corrupção da sociedade

    Coxinha é vitima de alienação cultural e, mesmo em boa situação, quer mais e mais. Na falta de projeto de nação, corre para o consumo e para a individualidade, mesmo cometendo corrupção. O maior mal do Brasil está na grande mídia que aliena o brasileiro comum, o afasta do senso de comunidade e de qualquer projeto de nação, e o transforma num soldado cosmopolita do consumo. Se muitas pessoas caminhassem para o mesmo lugar ou objetivos perderiam o interesse de se aproveitar uma das outras e, ao contrário, surgiriam ações de ajuda mutua. Quem vive no Brasil como se fosse casa alugada, pensando que algum dia viverá em Miami, não tem cuidado em manter a casa limpa, de ser correto, nem de ter boas relações com vizinhos.

  6. A FUSP recentemente passou

    A FUSP recentemente passou por algo semelhante. Desde o início do século XXI que ouço falar de fraudes na FUSP e nas fundações, mas isso é um ninho de tucano graúdo. justiçã não tira ovo de bico de tucano.

    Há muitos tipos de corrupção: deixar passar uma obra sem fiscalização do prédio da universidade (os monumentos do Rodas) o asfalto da rua que não tem espeesura, composição e consitência que garanta durabilidade, estações de metrô gigantes, enquanto uma área de acesso simples seria suficiente, manter os salários dos professores bem baixos e dos desmbargadores e juizes bem altos, também ajuda muito, pois condena-se apenas alguns funcionários e as autoridades ficam preservadas. Também isso é parte de uma campanha contra universidade pública, vide a perseguição ao reitor da UFRJ e o fim da UERJ.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador