“Fui eleita bode expiatório para esconderem as mazelas do setor aéreo”, afirmou ex-diretora Anac

Jornal GNN – No final da tarde desta quinta-feira (8) ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Denise Abreu, declarou à imprensa que teria sido eleita “bode expiatório do sistema político para esconder as mazelas do setor aéreo do país”. O desabafo foi feito na porta da Justiça Federal de São Paulo, onde acompanhou o segundo dia de audiências do processo sobre o voo 3054, da TAM.
 
Em julho de 2007, a aeronave vinha de Porto Alegre para o aeroporto de Congonhas. Porém, ao decolar não conseguiu pousar na pista e colidiu com um galpão da companhia, causando a morte de 199 pessoas. Denise é ré no processo criminal que investiga o acidente. Indignada com as acusações, afirma que foi usada para “blindarem o governo”.  A ex-diretora afirmou sua disposição de revelar nos bastidores toda “a verdade” sobre o acidente em seu depoimento, que deve ocorrer em 2014.
 
Além de Denise, dois diretores da TAM foram denunciados pelo crime de atentado contra a segurança de transporte aéreo. “Essas três pessoas foram denunciadas, pois há provas robustas de que eles agiram de forma culposa, sem intenção, mas com negligência”, afirmou o procurador da República, Rodrigo de Grandis.
 
Denise afirmou que a Anac  “não tem nenhuma corresponsabilidade direta ou indireta no acidente”. E diz confiar na imparcialidade do Poder Judiciário para provar sua inocência. “Não fui eu a responsável pelo acidente. É impossível um diretor jurídico de uma agência reguladora, que só assina papel, ser responsabilizado por um acidente aéreo”, explicou. Denisa acrescenta: “Também sou vítima. Fui eleita bode expiatório do sistema político do Brasil, que esconde as mazelas do setor aéreo. Os políticos, quando fizeram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Apagão Aéreo, não investigaram o que deveriam, fizeram acordo para acusar a Anac”, conclui a ex-diretora da Anac.
 
Com informações de O Estado de S. Paulo
Redação

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