Cinco anos depois, Fux libera ação sobre penduricalhos do TJ-RJ

Em 2012, ministro pediu vistas para avaliar ação que discutia proventos e, nesse meio tempo, concedeu liminar estendendo auxílio-moradia para toda magistratura 
 
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(Foto Antônio Cruz ABr)
 
Jornal GGN – Auxílio-moradia para juízes. Onde tudo começou? Em setembro de 2009, o então governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, sancionava uma lei prevendo o pagamento de uma série de benefícios extras para magistrados. O pacote incluía o adicional de 15% para o presidente do Tribunal de Justiça e de 10% para o corregedor, além de auxílio saúde, pré-escolar, alimentação, adicional de permanência etc. 
 
A proposta elevou os valores pagos aos magistrados do Rio acima do teto do funcionalismo público, motivando a Procuradoria-Geral da República a contestar a constitucionalidade da lei, em março de 2010. Mas, o julgamento mesmo, da Ação Direita de Inconstitucionalidade 4393, só começou em maio 2012. O então relator, ministro Ayres Britto, votou pela inconstitucional da política e parecia que no curso do Plenário do Supremo a regra de penduricalhos seria derrubada, quando o ministro Luiz Fux fez o pedido de vistas. 
 
Segundo o Painel da Folha de São Paulo, com o gesto, o membro do STF atendeu a demanda de juízes federais que não queriam ser os únicos alvos da tesourada que pode acabar com o auxílio-moradia. Isso responde também, porque, em setembro de 2014, o ministro concedeu uma liminar ampliando o benefício para juízes da Justiça do Trabalho e Militar e para magistrados de nove estados, ressaltando “que o pagamento do referido auxílio independe de regulamentação pelo Conselho Nacional de Justiça”. Com isso, Fux garantiu o benefício para toda a classe da magistratura, porque os demais estados e o Distrito Federal já ofereciam o provento. 
 
Após cinco anos sentado em cima da ADI 4393, e sem fazer alarde, finalmente o ministro Luiz Fux liberou em dezembro passado para votação na Corte. Dentre os penduricalhos concedidos pela norma estabelecida para a Justiça do Rio, onde a filha de Fux atua como desembargadora, está também uma licença especial de três meses, com vencimentos integrais a cada cinco anos de serviço.
 
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, em dezembro de 2017, pouco mais da metade do total de magistrados do Rio (665) recebeu mais de R$ 60 mil em gratificações, bonificações e auxílios. 
 
*Com informações da Folha de S.Paulo e portal Jota 
 
Redação

8 Comentários

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  1. E quem pagará o prejuízo para

    E quem pagará o prejuízo para o erário? Qual o procurador Dallagnol que vai apurar o desvio de dinheiro público? O Lula foi condenado por corrupção passiva sem ser funcionário público, o Fux jamais será incomodado pela irresponsabilidade e desperdício de dinheiro público porque no Judiciário brasileiro surreal “não é” funcionário público. É rei.

  2. Seis anos segurando a

    Seis anos segurando a trolha,

     

    vergonhoso……quando era mais jovem lembro que cassaram o mandato do Pita, o vice já estava montando o secretariado quando reestabeleceram o mandato do prefeito, ali aprendi que em certos casos a justiiça causa mais confusão do que ajuda na solução…..

  3. A indignação midiática dos

    A indignação midiática dos penduricalhos não me comove. Não posso afirmar que todos os cariocas, por exemplo, não soubessem do ocorrido, mas houve alguma grita (é sério, quero saber)?

    Pra mim, continuo achando que isso é uma maneira grosseira de colocar todo o funcionalismo como privilegiado, pra depois cortar o da patuléia e manter no arreio os que recebem os penduricalhos da alta. 

    A ridente Witte Fibe acha o fino. E tem que aumentar mais. 

  4. É outro cheio de discursos

    É outro cheio de discursos moralistas…

    Não se esqueçam do caso da filha inapta (segundo forte comentário de operadores de direito) na ocasião, mas nomeada para o TJRJ

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