Gilmar junta impeachment de Dilma na ação que pode cassar Temer

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, solicitou, ainda na semana passada, que um relatório do julgamento final do impeachment de Dilma Rousseff (PT) seja anexado e apreciado pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Herman Benjamin, que relata as ações que o PSDB moveu com o objetivo de cassar a chapa Dilma-Michel Temer.

Hoje no poder em função do impeachment de Dilma, Temer pode ser o único prejudicado com as investigações nas contas da campanha presidencial vitorisosa em 2014. Sua defesa alega que, como os caixas de campanha são separados, não há motivo para dizer que Temer se beneficiou de eventuais irregularidades praticadas pela tesouraria do PT.

A investigação que Gilmar Mendes vinha conduzindo sobre as contas de Dilma também tem semeado a hipótese de derrubar a ideia de que a chapa é indivisível. Um relatório do TSE, divulgado apenas para a revista IstoÉ, mostrou o esforço de técnicos da Justiça Eleitoral para demonstrar indícios de irregularidades numa conta usada pela campanha de Dilma, mas que não teria sido usada por Temer.

Leia mais: Sob Gilmar, TSE aponta caminho para livrar Temer da cassação

Com a decisão de Gilmar de juntar o impeachment à ação no TSE, a Justiça Eleitoral vai precisar se posicionar oficialmente sobre a continuidade das ações ou sobre seu encerramento por falta de objeto – já que Dilma não está mais na presidência da República.

A repórter Andreia Sadi divulgou nesta segunda (5) que, para “integrantes do TSE, a discussão deve ocorrer após oitivas marcadas na ação.” A Corte quer ouvir, antes, os delatores da Lava Jato – também por sugestão de Gilmar Mendes. A Tem oitiva agenda para o próximo dia 19, com Ricardo Pessoa, da UTC, e Otavio Azevedo, da Andrade Gutierrez, entre outros.

Se o TSE entender que as ações do PSDB se estendem à chapa, sem dissolução, Temer poderá perder o mandato e novas eleições devem ser convocadas.

Como ministro efetivo do TSE desde junho, Herman Benjamin substitui Maria Thereza de Assis Moura na relatoria do caso. 

20 Comentários

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  1. Puro jogo pra a platéia.

    Prezados,

    Observem que a ‘repórter’ premiada com a informação é Andréia Sadi, afilhada do candidato derrotado pela presidenta Dilma Rousseff (assim por mim e pelos outros 54.501.117 brasileiros será chamada até que se encerre o período do segundo mandato para ao qual foi eleita, em 26 de outubro de 2014 e que se encerra em 31 de dezembro de 2018). 

    E por que Gimar Mendes só se manifesta agora, pela apreciação do impedimento do “mordomo”,  depois que as manifestçãoes contra o governo golpista se mostrram capazes de levar às ruas das principais cidades brasileiras não 40, mas 1.000 vezes 40, 10.000 vezes quarenta e/ou em poucas semanas, 100.000 vezes 40 pessoas? Ora, GM é criminoso de toga, mas não é bobo. Ele sabe que a manobra que vinha engendrando para preservar o “mordomo’ até o final deste ano e dar a chance a um tucano, para concorrrer a uma eleição indireta num 2º tempo do golpe midiático-policial-judicial-parlamentar, estava mais do que manjada e já fora denunciada e explicada pelos jornalistas, portais e blogs progressistas, como este GGN.

    Se o “mordomo” será deposto  pelos mesmos motivos que a Presidenta Dilma Rousseff, não podemos afirmar (ou negar) com certeza, embora isso seja muito improvável. Mas se até dezembro as manifestações populares crescerem em número de pessoas e freqüência, tomando as ruas das principais cidades do País, deixando claro a inviabilidade do governo golpista, quem sabe o STF deixe a covardia, a conivência com golpe de Estado e force o Senado a anular o golpe ou cassar também o “mordomo”, abrindo caminho para que a população se manifeste e escolha o(a) novo presidente(a) da república por meio de eleição direta? Quem disser que já sabe a resposta está blefando ou fazendo um vago exercício de futurologia.

      1. Gilmar Mendes não dá ponto sem nó

        Se o governo golpista não conseguir nada (e tem grandes chances de não conseguir nada) até o final do ano, Gilmar Mendes usa essa ação, cassa a chapa e convoca, aí no chapéu do STF, eleições indiretas para completar o mandato, quando pode ser eleito alguém menos chamativo e mais discreto para continuar a aplicar o programa ultraliberal.

        Desde o início do golpe, essa ação foi utilizada como Plano B, seja para destituição de Dilma, seja para uma necessidade de se livrar de Temer. E, caso seja necessário, Gilmar Mendes não vai ter escrúpulos (coisa que ele não tem mesmo) de usar.

  2. Estão preparando o terreno

    Estão preparando o terreno para dar área com ele, assim em 2017 colocam outro ditador, dessa vez com a chancela do congresso, vai ser um vexame após o outro, por que golpe, só se sustenta com outros golpes……

  3. Acho que é mais uma farsa

    Continuo achando que o golpe não se encerrou. O Gilmar é e sempre foi PSDB. Vai deixar a cassação da chapa para o início do ano que vem, período em que não se poderá mais ter novas eleições (conforme diz a Constituição Federal). Aí, teremos eleições indiretas e alguém do PSDB ou ligado ao psdb vira presidente.

    Talvez eu esteja errado, mas, essa idéia me veio na cabeça há muito tempo e ainda continua a martelar.  

    Deve ser paranóia !

  4. Como reconhecido criminoso

    Como reconhecido criminoso que Gilmar Mendes é, eu apostaria algumas centenas de dólares (ou reais se vocês preferirem) que ele está negociando vantagens com Temer “por baixo da mesa” para evitar cassar o mandato do suposto presidente (estou com vocês nessa, não vou chamar um conspirador de “presidente”).

    1. Não dê munição ao Nazimoraes e comparsas.

      Gilson,

      Tudo que é escrito aqui está sendo monitorado pelo Nazimoraes e por aquele general que comanda o recriado SNI. Não escreva bravatas; não dê munição a esses nazifascistas, pois é tudo que estão procurando para reprimir TUDO e TODOS que protestam e denunciam o golpe de Estado, os golpistas, os criminosos de farda, de toga, de paletó e gravata (com destaque para procuradores do MP) ouque usam coletes e camuflagem (com destaque para a PF).

       

  5. Mas se a eleição for agora o

    Mas se a eleição for agora o Lula não pode ser impedido de ser candidato,  acho que seis três  meses antes não pode ser sentenciado. ..até pode mas não perde o direito de candidatar,  só para próxima 

  6. Segunda fase do golpe

    Entramos pelas mãos do militante tucano fundamentalista do TSE na segunda etapa do golpe. Na primeira o psdb guardou uma certa distância para não se sujar tanto quanto o pmdb, mas o tucanistão não vai ficar a ver navios sustentando Temer na presidência usurpada considerando-se o idealizador e principal articulador do Golpe de Estado. Portanto vão derrubar o vice decorativo, mas só em 2017, para cairmos nas “eleições indiretas” onde, finalmente, elegerão um tucano para a presidência como estava planejado desde o início. E as eleições diretas ficarão para as calendas gregas.

  7. O palpite deste observador é

    O palpite deste observador é de que Michel Temer, esse ser que figurará como grotesco na história é APENAS o homem dos cortes, inclusive para o PT, que quer voltar e não ter de ser ele a usar a tesoura. Devemos temê-lo sim. Será a partir de 03 de outubro. Ano que vem o bicho pega, conforme proposta orçamentária aqui neste sítio divulgada.

    Todavia, sabe-se que Temer é insustentável: por ser corrupto, impopular, sem votos. O fim do golpe se dará em 2017.

    Aos poucos, a corrupção voltará ao Jornal Nacional e mídia imbecil. Temer e seus ministros de ficha corrida serão alvos fáceis. Poderá até mesmo sofrer nas mãos do TSE de Gilmar Mendes. Como desfecho, uma eleição indireta, para a glória e ascensão do PSDB, o verdadeiro DNA neoliberal na nossa política.

    Acabou?

    Não tenho tanta esperança. Diante do cenário de terra arrasada, existe a possibilidade de o parlamentarismo ser sacado como “solução milagrosa” para a crise interminável. E assim, com um Congresso tendendo a ser parecido com o atual até Lula não teria como voltar, ou, se voltar, ser inviabilizado no parlamento, sem precisar passar por traumas como condenações ou prisão (apesar de que acredito no desejo violento de nossa elite em desmembrá-lo e pendurá-lo em postes).

    Esse maldito parlamentarismo brasileiro que insiste sempre em assombrar nossa história com seus golpes ou poderes de fachadas.

     

     

  8. Genial, Gilmar, genial!

    Nassif: você pode não gostar. Mas o Gilmar é mesmo um gênio. Do mal, evidentemente. Mas um gênio. A tese jurídica será de tres vertentes.

    Na primeira, vai demonstrar que a desgraça do Brasil, desde Pedro Álvares Cabral, é da Dilma e o Lula. E mandará os dois para o Moro, com recomendações.

    Na segunda, provará que Cunha, Delcídio, Jucá, Demostenes, Carlinhos Cachoeira, Serra, Aloysio,  Jefferson e o Presidento da República de Bananas são pessoas sérias, éticas e, sobretudo inocentes. Foram ludibriados pelo canto popular do PT.

    E a terceira e última, totalmente redigida em alemão, além de liberar os gatunos, com um Canguru qualquer, vai fundamentar seu acórdão (já redigido, faltando pequenos detalhes), declarando que aquela de “com o Povo, pelo Povo e para o Povo ” é porraloquice da esquerda festiva. E sobre o Povo passar fome, recitará Maria Antonieta — “S’ils n’ont plus de pain, qu’ils mangent de la brioche” (francês ele só fala, não redige bem).

    Por isto o pedido do translado, que colacionará aos autos o impeachment histórico do Senado, processo do qual ele próprio, diretamente, investigou, autuou, processou e julgou.

    É ou não é esse homem um gênio?

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