MPF em Curitiba diz que Lula está interferindo na eleição e pede para barrar visitas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Ricardo Stuckert
 
Jornal GGN – Incomodada com a influência de Lula nas articulações que antecedem a disputa presidencial de 2018, a Lava Jato em Curitiba decidiu recorrer à juíza Carolina Lebbos para barrar visitas ao ex-presidente. Os procuradores da República alegam que Lula transformou a cela num “comitê de campanha” e querem ajuda da Polícia Federal para investigar entradas e saídas que aconteceram na Superintedência em função do petista.
 
O foco da ação é a senadora Gleisi Hoffmann, que está cadastrada como advogada de Lula, mas que, segundo a força-tarefa do Ministério Público Federal, tem feito visitas constantes para tratar de assuntos que “interferem” na eleição. Se acatada pela magistrada que cuida da execucação penal de Lula, a restrição pode eventualmente respingar em Fernando Haddad, candidato a vice, que também visita o ex-presidente na condição de advogado.
 
De acordo com o UOL, os procuradores de Curitiba protolocaram a ação ainda em junho, mas ela só apareceu no sistema da Justiça Federal na última terça (14). O documento (não divulgado na íntegra pelo portal) diz que, com parlamentares e outros políticos cadastrados como advogados de Lula, o que está em curso é um jeito de contornar as restrições impostas pela prisão para garantir o poder de “intervenção no processo eleitoral de quem materialmente está inelegível.”
 
Para os procuradores, esses atos poderiam gerar “falta disciplinar imputável ao custodiado” e “em condições outras, poderiam redundar em imposição de sanção disciplinar”.
 
Na visão do MPF, os atos dos políticos inscritos como advogados “não se traduzem no exercício da defesa do apenado”, o que indicaria “abuso e não uso regular das prerrogativas do advogado.”
 
“Parece haver, em realidade, uma aparente tentativa de ludibriar as regras fixadas para visitação do encarcerado, possibilitando assim a visita em qualquer dia, desde que o visitante seja advogado”, avalia a Lava Jato. “A juntada de instrumento de mandato aos autos é para o exercício da defesa nos autos judiciais da execução penal e não para o exercício de atividade política, como aparenta.”
 
A força-tarefa pede claramente que Gleisi seja impedida de visitar Lula na condição de advogada. No Twitter, a presidente do PT reagiu afirmando que “jamais se viu limitar a visita de advogado ao réu”. “Nem na ditadura!”.
 
Além da restrição, a equipe de Deltan Dallagnol quer tutelar as visitas a Lula. Ela pediu para ser informada, pela Polícia Federal, da “relação de dia e hora das visitas de qualquer natureza e espécie” a Lula “a fim de se comprovar se houve ou não abuso de prerrogativa”. Os procuradores querem até os mais detalhes sobre as “visitas de caráter religioso”. O objetivo é saber como Lula conseguiu ser objeto de reportagem de um jornal italiano.
 
O inconformismo com a frequência de visitas a Lula também é expresso pelo MPF, que sustentou que “o fato de ser executada pena restritiva de liberdade em estabelecimento especial, não significa que ao apenado seja permitido, ou assegurado indiscriminadamente, receber a visita de tantas pessoas, em qualquer dia, como vem ocorrendo.”
 
Visitam Lula na condição de advogados, além de Gleisi e Haddad, o secretário de finanças do PT Emídio de Souza, o deputado federal Wadih Damous (que precisou recorrer à Justiça para obter uma autorização) e o ex-deputado federal Sigmaringa Seixas.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Ué, é o jeitinho brasileiro
    Ué, é o jeitinho brasileiro em pleno gozo de suas funções.

    A Lava Jato não deu um jeitinho de condenar o Lula sem provas.

    Agora os “advogados” do Lula dão um jeitinho para visitá-lo .

    De jeitinho em jeitinho vamos empurrando com a barriga.

    Até o Moro vai dá um jeitinho de meter o pé, de vazar para os USA.

    Ele não é bobo que ficar por aqui quando o barco virar.

    Até o Lula deve ter dado um jeitinho na PF de Curitiba e convencido alguns agente a votar no PT.

  2. Oras bolas quem esta fazendo política?

    Todos estão fazendo política. Mas o curioso é que o golpe vem usando o judiciário para fazer política.  Se uma pessoa está registrado como advogado, o que conversam é sigiloso. Se por acaso alguem da polícia federal ou do judiciário imaginar que estejam conversando sobre alguma coisa, eles devem guardar para si. Sem provas  e no caso se as tem as obtiveram de forma ilegal.  Tentar investigar e ou bisbilhotar a conversa estará violando a Lei. Assi se não podem impedir nem bisbilhotar, nem impor sobre o que podem ou não conversar devem ficar quietos. A não ser que Lebbos a juiza que aparentemente tem a função de cuidar do dia a dia do cárcere, queira mais uma vez se expor publicamente a mando de outros juizes e membros do MP.

  3. E o grampo na cela ?

    e a gravação ilegal de uma Presidenta de Republica ?

    e a divulgação criminosa desta gravação ?

    e os grampos ilegais feitos aos telefones do escritório dos advogados de defesa ?

    Quem é o DD que vende sentenças na farsa jato por US$ 5 milhões ?

     

    Como sempre digo da quadrilha de CUritiba o de menor folha corrida é o japones : é só contrabandista

  4. Ora MPF, quem mesmo está

    Ora MPF, quem mesmo está intervindo na política indevidamente? Deixem que o povo escolha seus candidatos. Cuidem daquilo para o que o povo lhes paga. Cuidem de agir segundo a Constituição e as leis. A cada gesto golpista desses senhores mais sua credibilidade diminui.

  5. E se a CF nao tivesse sido promulgada sob a proteção de Deus?

    Ide, Malditos Jateiros, para o fogo do inferno, poeque estive preso e vos impedistes as pessoas de me visitar.

    O preso conserva todos os diretos nao atingidos pela sentença. A sentença nao atingiu os direitos do preso previstos no art 41, X, da LEP.

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