Janot deve denunciar Temer por decreto dos Portos, por Helena Chagas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Lula Marques/PT
 
 
Jornal GGN – Helena Chagas, em Os Divergentes, informa nesta segunda (24) que o inquérito em que Michel Temer é investigado pelo decreto dos Portos – que pode ter gerado pagamento de propina a partir do benefício a empresas amigas do presidente, como a Rodrimar – está mais adiantado do que a denúncia por obstrução de Justiça. Artigo da jornalista sugere que Rodrigo Janot, procurador-geral da República, tem tido dificuldade de provar o conteúdo da gravação Joesley Batista. É nesse contexto que está a delação de Eduardo Cunha.

 
 
Por Helena Chagas 
 
Em Os Divergentes
 
Próxima denúncia contra Temer pode envolver Porto de Santos
 
Não é fácil processar e condenar alguém por obstrução de justiça, incluindo presidentes da República. Uma coisa é apontar, outra é provar – a mostrar isso está aí o relatório da Policia Federal da semana passada inocentando os senadores peemedebistas Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney desse crime nas conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, sobre a Lava Jato. É por isso que, segundo advogados interlocutores dos investigadores da LJ, o PGR Rodrigo Janot ainda não apresentou a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
 
Assim como a PF não encontrou provas concretas de que a simples conversa dos senadores maldizendo a LavaJato tenha resultado em ação concreta contra ela – e é bom deixar claro que, em se tratando de parlamentares, a apresentação de projetos não é obstrução de justiça -, o MPF precisa de uma prova contra Temer nesse caso. Por exemplo, a confirmação, nas delações premiadas de Eduardo Cunha e/ou Lucio Funaro, de que de fato suas famílias recebiam mesada da JBS, a pedido de Temer, para mantê-los de boca calada na cadeia.
 
As delações de Cunha e Funaro estão sendo negociadas e parecem ainda não ter chegado a um acerto final. Sem elas, Janot só tem a gravação de Joesley Batista com Michel Temer para sustentar essa denúncia.
 
A demora, porém, não impedirá nova denúncia antes de Janot deixar o cargo em setembro, segundo advogados que orbitam na PF.  Pelo que se sabe, uma outra linha de investigação estaria correndo mais rapidamente, aquela que apura corrupção relacionada a concessões no Porto de Santos, também envolvendo o ex-assessor Rocha Loures e empresas como a Rodrimar, que teriam sido beneficiadas por decretos do governo. Além de corrupção, esse caso pode render ainda uma acusação por organização criminosa.
 
Pode haver surpresas nos próximos dias.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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