Janot tentará entregar mais 1 denúncia contra Temer antes de deixar PGR

 

 

Jornal GGN – O procurador-geral da República Rodrigo Janot tentará entregar pelo menos mais 1 denúncia contra Michel Temer até 17 de setembro, quando termina seu mandato como chefe do Ministério Público Federal. 

 

Substituído por Raquel Dodge, Janot não tem dado prazo para que a denúncia por obstrução de Justiça envolvendo a delação da JBS seja concluída. O jornal Valor afirmou, com base em depoimentos em off de procuradores, que esse inquérito depende das delações de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, que estão em negociação.

 

Em maio, a PGR revelou que Temer foi gravado por Joesley Batista, da JBS, possivelmente dando aval à compra do silêncio de Cunha e Funaro.

 

À Lava Jato, Joesley afirmou que Temer escalou Rodrigo Rocha Loures para ajudar a JBS a defender seus interesses dentro do governo, além de ter afirmado que era necessário “manter” os pagamentos a Cunha, que já estava preso em Curitiba.

 

Joesley ainda explicou que os pagamentos a Cunha eram referentes a aprovação de uma Medida Provisória intermediada pelo então deputado e que os créditos devidos haviam se esgotado, sendo necessário discutir com o governo Temer um novo esquema que pudesse gerar propinas a Cunha.

 

Segundo o Valor, a denúncia com base nesses fatos só será apresentada quando estiver “devidamente madura”. A pressa de Janot em entregar a denúncia contra Temer por corrupção passiva – considerada frágil por alguns analistas – foi por causa da prisão de Loures. Nesses casos, há um prazo legal de 15 dias para apresentação de denúncia.

 

A acusação por corrupção passiva está em votação na Câmara nesta quarta (2). É necessário o voto de dois terços dos deputados para que o Supremo Tribunal Federal tenha autorização para processar Temer. A expectativa é de que o presidente saia vitorioso da votação.

 

Numa terceira frente, Temer é investigado por formação de quadrilha em um inquérito contra o PMDB na Câmara.