JBS tenta se explicar e diz que Janot fez “interpretação equivocada”

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Fotomontagem com material da EBC e UOL

Jornal GGN – A J&F, controladora do grupo JBS, soltou nota após o comunicado de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, afirmando que houve uma “interpretação equivocada” do diálogo entre executivos da companhia por parte da autoridade. Segundo a nota, a conversa é recheada de “cogitações de hipóteses” e que não há “uma palavra sequer” que comprometa autoridades. A empresa afirma que a suspeita será esclarecida e que o “ato de boa fé dos colaboradores” não foi comprometido.

A nota é uma tentativa de apagar o incêndio levantado pela gravação entregue, por negligência, pelos advogados do grupo ao procurador-geral. Janot informou, em rede, que abriu investigação sobre suspeita de que os delatores omitiram informações, o que pode acarretar em anulação dos benefícios concedidos aos delatores.

Janot disse, em sua peroração, que em áudio de quatro horas de duração, os executivos empenhados em delação premiada narram supostos crimes que teriam sido cometidos por pessoas ligadas à PGR e ao STF. Mas, mesmo cogitando fim de benefícios, Janot afirmou que as provas devem ser mantidas e continuarão nas investigações.

“É verdade que ao longo do processo de decisão que levou ao acordo de colaboração, diversos profissionais foram ouvidos — mas em momento algum houve qualquer tipo de contaminação que possa comprometer o ato de boa fé dos colaboradores”, diz a nota.

Para a J&F, cogitar a possibilidade de anulação do acordo entre JBS e Ministério Público Federal, é uma “interpretação precipitada” do material, que será esclarecida assim que o PGR examinar melhor a gravação.

Na nota, a holding afirma que o diálogo, conforme declarou a própria PGR, é composto de ‘meras elocubrações, sem qualquer respaldo fático’, tornando apenas cogitações de hipóteses, sem nenhuma palavra que pudesse comprometer autoridades.

Por outro lado, o MPF, em seu comunicado, diz que alguns fatos precisam ser esclarecidos. “Consta do vasto material entregue à PGR diversos áudios, um dos quais possui cerca de quatro horas de duração, aparentemente gravado em 17 de março deste ano, e traz uma conversa entre os colaboradores Joesley Batista [dono da JBS] e Ricardo Saud [diretor do grupo]. Apesar de partes do diálogo trazerem meras elucubrações, sem qualquer respaldo fático, inclusive envolvendo o Supremo Tribunal Federal e a própria Procuradoria-Geral da República, há elementos que necessitam ser esclarecidos”, diz comunicado da PGR.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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