Juiz nega proteção judicial e recomenda que mulher bata no ex para se defender

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O juiz Joseli Luiz Silva, da 3ª Vara Cível de Goiânia, resolveu negar um pedido de proteção judicial a uma mulher que foi ameaçada de morte por seu ex-namorado, um “alcóolatra e usuário de drogas”, que também teria feito ameaças contra a filha e a mãe da denunciante, além de ter abusado fisicamente dela.

A rejeição ocorreu porque o juiz ficou indignado com o fato da mulher ter feito o pedido de proteção judicial sem apresentar uma denúncia formal contra o ex-namorado. 

O juiz ainda escreveu no despacho que a mulher, ao evitar a representação contra o ex, não se deu o respeito nem se valorizou. Além disso, desdenhou da Lei Maria da Penha, afirmando que proteção judicial é uma “ingenuidade legal” que não mantém o agressor afastado, muito menos quando a vítima não fez uma acusação formal.

No final, o juiz recomendou que a mulher se defenda sozinha, agredindo o ex-namorado para ver se “o couro grosso do metido a valente suporta”.

O despacho foi publicado no Conjur, nesta sexta (16).

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Surreal

    Causa pequena demais para o “esquema” da justiça. Não paga nem o ar condicionado do tribunal, muito menos o auxílio-moradia.

    O caso poderia ser exemplificado como o daquela mulher que reclama que o marido lhe furtou 4 reais e a obrigou a correr detrás do ônibus e, ao ouvir a história, a Juíza lhe recomenda que na próxima oportunidade venha correndo detrás de um taxi e assim sobe o valor da causa, antes de abrir o processo.

  2. O moderador que me perdoe,
    O moderador que me perdoe, mas que juiz mais filho da puta! E agente ainda paga o salario desse covarde sahdico. O pior de tudo eh quando depois essas brasileiras acabam mortas ou mutiladas, tantas vezes com os filhos menores juntos, e ninguem faz nada para responsabilizar e prender juizes prevaricadores como esse, cumplice de desgracas anunciadas. E a vampirada soh no pao de queijo 24 x 24 horas, sem necessidade de agendamento nem publicidade. Eh fascismo para tudo quanto eh lado.

  3. Um dos (muitos) problemas do Judiciário

    Um dos (muitos) problemas do Judiciário é que as corregedorias dos Tribunais praticamente não funcionam. Juiz só sofre punição (e mesmo assim branda, geralmente censura) se fizer algo MUITO grave, tipo correr nu pelo fórum ou dar na cara do promotor durante a audiência.

    Se fosse eu que fizesse isso o membro do MP entraria com ação de improbidade contra mim e o juiz me condenaria, eu perderia meu cargo por isso. Com o juizeco aí vai ficar tudo por isso mesmo.

  4. Arma pra Legítima Defesa

    Na sentença o juiz afirma: “… ainda vige o instituto da legítima defesa…”

    Portanto, a cidadã sob risco deve solicitar porte de arma para poder utilizar-se do instituto da legítima defesa.

    Aliás, o povo brasileiro deveria solicitar porte de arma para poder se defender dos bandidos que nos governam, que nos policiam, que nos julgam…

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