Justiça do Rio determina retirada de textos do site da Veja

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Jornal GGN – A Justiça do Rio, de primeira instância, determinou que a Veja retire de seu site as publicações referentes ao advogado João Tancredo e a entidade por ele presidida, o Instituto Defensores de Direitos Humanos (DDH), em relação a vítimas de violência policial.

As ações de reparação de danos com pedido de retirada das publicações foram apresentadas à Jutiça por João Tancredo. A defesa da Editora Abril, responsável pela Veja e pelo blog de Reinaldo Azevedo, também acionado, classificou de “censura” as decisões que concederam as liminares para exclusão dos textos do site. No dia 8, quarta-feira, eles ainda continuavam no ar.

Um dos textos questionado por Tancredo tem como alvo a campanha realizada pelo Instituto que preside para arrecadação de fundos para a família de Amarildo Dias de Souza, que segundo o Ministério Público foi vítima de policiais militares no Rio. O texto diz que a campanha arrecadou R$ 310 mil mas só R$ 60 mil foram repassados à família de Amarildo, o que poderia ser tratado como “oportunismo”. Reinaldo Azevedo reproduziu a matéria em seu blog.

Tancredo admitiu à reportagem da Folha que repassou somente R$ 60 mil à família de Amarildo e que o restante será usado em projetos ligados a desaparecidos.

A liminar para tirar os textos do site foi concedida em 26 de março pelo juiz da 44ª Vara Cível do Rio, Gustavo Henrique de Nascimento Silva, afirmando que “numa primeira análise, distorceram a realidade dos fatos lá noticiados”.

A segunda ação de Tancredo contra a Veja teve como alvo uma nota do jornalista Lauro Jardim, também réu do processo. Jardim publicou afirmativa de que a família de Claudia Silva Ferrreira, morta no Rio depois de ter sido arrastada por carro da polícia, havia sido “alvo de espertalhões”.

A nota diz que Tancredo anunciou que seria advogado da família em ação contra o Estado. Mas os parentes de Claudia, porém, haviam escolhido a Defensoria Pública do Rio para representá-los.

No dia 29 de maio a juíza da 23ª Vara Cível do Rio Andrea de Almeida Quintela da Silva determinou a retirada da nota. Na decisão, a juíza afirmou que ficou comprovado perigo de dano irreparável, pois Tancredo é “advogado com uma banca importante, sendo-lhe prejudicial financeiramente (…) a manutenção de tal notícia”.

A assessoria da Editora Abril não se manifestou.

Com informações da Folha

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

8 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Equanto isso…acabei de

    Equanto isso…acabei de entrar no site da câmara…nada, absolutamente nada na agenda, sobre a votação do projeto de direito de resposta na mídia (6446/13).

    ACOORRRRDDAAA DILMAAAAA!!!!

  2. Petrobrás

    Petrobras tem chance histórica de aplicar corretivo no mau jornalismo

    Imagine o Jornal Nacional passar alguns dias tendo de ler direito de reposta após direito de resposta. Seria a desmoralização da qualidade do jornalismo dos veículos de imprensa que tiveram má conduta

    Helena Sthephanowitz | 23/04/14

    refinaria-de-petroleo-2a7dd.jpg

    Ataques da oposição e da mídia à Petrobras, injustamente, deveriam receber resposta adequada do governo

    Quando a esmola é demais, o santo desconfia, já dizia minha avó. No caso da Petrobras, a esmola demais é o quase silêncio do governo federal durante semanas diante de ataques à imagem da empresa, usando a compra da refinaria de Pasadena e outros casos que “não pegaram”.

    Só duas coisas poderiam explicar essa conduta. A primeira seria a tranquilidade do conhecimento do terreno onde pisa. A oposição estaria escolhendo lutar em um terreno favorável à gestão da empresa e ao próprio governo. Seria mais ou menos como atrair tropas para emboscadas, no caso de guerras.

    A oposição avança sobre a Petrobras, mas a empresa vive um ano particularmente bom, quebrando recordes após recordes de produção. Até mesmo um relatório final de uma auditoria interna de 45 dias sobre todo o processo de compra da Refinaria de Pasadena pode se revelar favorável às decisões tomadas pela empresa.

    Neste caso a oposição avança muito agora, mas estaria avançando em uma areia movediça, que a levaria a afundar nos próximos meses. Justamente no período eleitoral mais quente, as denúncias de irregularidades estariam esvaziadas, pelo menos em parte, seja pela improcedência, seja pela punição de eventuais responsáveis, e a empresa estará apresentando resultados robustos dos investimentos, o que desmentirá as críticas à gestão. O que restará à oposição dizer? Que aumentará a gasolina em obediência à mão invisível do mercado internacional?

    A segunda explicação seria aplicar uma espécie de corretivo exemplar ao mau jornalismo, que não espera apurar informações e já faz seus “testes de hipóteses”, pré-condenando negócios e pessoas com base em boatos. Esse corretivo viria através do departamento jurídico da empresa exigindo direito de resposta à altura dos ataques recebidos.

    Imagine o Jornal Nacional da TV Globo passar alguns dias tendo que ler direito de reposta após direito de resposta. Imagine as revistas terem de ceder toda semana páginas e mais páginas para a publicação de desmentidos de reportagens erradas de edições passadas. Imagine o mesmo com os jornais. Seria a própria desmoralização da qualidade do jornalismo dos veículos de imprensa que tiveram má conduta.

    Pois a Petrobras está com esta chance histórica nas mãos. De onde veio a lorota repetida centenas de vezes de que a refinaria de Pasadena custou apenas US$ 42,5 milhões um ano antes da Petrobras entrar no negócio? Hoje se sabe com certeza que custou pelo menos US$ 360 milhões, comprovados em balanços oficiais.

    Todas as reportagens que espalharam a informação falsa, sem qualquer apuração séria, são motivo de sobra e irrefutável para exigir direito de resposta. Se a mentira foi repetida dez vezes no mesmo telejornal, a Petrobras deve exigir dez direitos de resposta. Se usaram infográficos para mentir de forma mais didática, o direito de resposta deve usar infográfico também para desmentir.

    No último dia 17 a empresa Astromarítima Navegação ganhou um direito de resposta de 50 segundos no Jornal Nacional. O telejornal havia feito matéria antes, no dia 14, induzindo o telespectador a entender que o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, cobraria comissão da empresa por contratos com a Petrobras. No dia 17, o apresentador Heraldo Pereira teve que ler o desmentido: “A empresa Astromarítima procurou o Jornal Nacional para mostrar o contrato de busca por novos investidores – que nada tem a ver com os contratos que a empresa tem com a Petrobras”.

    A Astromarítima, segundo o noticiário, tem contratos de fretamento de embarcações no valor de quase meio bilhão de reais. É uma empresa de grande porte que atua desde a década de 80, tendo a Petrobras como um de seus principais clientes. A própria TV Globo deve ter sentido o cheiro do preço que um processo por danos poderia acarretar se não provasse as ilações veiculadas.

    Pois a Petrobras tem uma marca e uma imagem de muito mais valor do que a Astromarítima, e nada justifica que não exerça seu direito de resposta. É provável que a própria TV Globo e outros veículos de imprensa ofereçam alguns segundos à Petrobras para o desmentido de informações comprovadamente falsas, sem disputa judicial. Mas isso não seria suficiente para reparar os danos.

    A Petrobras deve exigir direito de resposta proporcional aos danos causados à sua marca e à sua imagem. Se os veículos de imprensa não concederem amigavelmente, deve exigir na Justiça. Se isso ocorrer, como processos judiciais às vezes demoram anos, a Petrobras bem que poderia fazer um jornalzinho para distribuir nos postos do tipo “verdades e mentiras”, mostrando reportagens falsas publicadas por aí e os fatos reais que as desmentem. Inclusive explicar que o jornal está sendo distribuído porque as TVs, jornais e revistas não deram direito de resposta. É claro que versões para internet adequadas às redes sociais também devem ser produzidas.

    Em 2009, quando a empresa foi atacada pela oposição, rebateu com o Blog Fatos e Dados. Desta vez, só tardiamente este blog passou a rebater informações que atingem a empresa e, mesmo assim, de forma mais tímida. Dessa vez, para fazer do limão a limonada, só direitos de resposta exemplares resolvem.

    A Petrobras está com uma chance histórica nas mãos de combater o mau jornalismo que a atingiu. Vai perder?

    FONTE:

    http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2014/04/petrobras-tem-chance-historica-de-aplicar-corretivo-no-mau-jornalismo-2869.html

    1. A “in”justiça deve agir

      Nassif,

       

      O principal é que os mesmos espaõs, pmesmas páginas e mesmo TAMANHO DAS MANCHETES, subtítulos e mesmo espaço sejam concedidos em direito de resposta. Infelizmente, o Judicíário brasileiro tem medo da mídia (por que será?) e dá direirtos de resposta pífios a abusivos. No auge da Campanha de 2006, a veja agrediu com mentiras a Eletrobras e Itaipu Binacional com falsas reportagens e chamada em capa de que o gov do PT havia liberado as multas, se não me engano para VOITH-Siemens, no caso da defeitos encontrados nas turbinas da UHE Itaipu. Foi comprovado que a Veja extrapolara e, no entanto, o juiz obrigou-a apenas a publucar o despacho da sentença, o que a veja absurademnte faz numa página par, com letras extremamente miúdas e o linguajar jurídico enfadonho. Ninguém viu. A Justuça não foi feita e isso não pode acontecer nunca mais. Aliás, a Eletrobras deveria recorrer daquela forma de resposta e exigir chamada de capa, manchete e títulos com mesmo tamanho e mesmo espaço, com fotos e gráficos. A “in”justiça brasileira sempre falha quando emvolve penas aos tubarões da mídia. É lamentável a atuação do judiciário brasileiro. Rico nunca paga a pena aqui. E vale a pena ser juiz e promotor corrupto: Lalau, Nestor do Nascimento e Demóstenes que o digam.

  3. Ley de Medios

    Infelizmente, Dilma ainda não está suficientemente forte para encarar a mídia familiar, ou, então, julga-se assim, pois a reforma midiática foi retirada de seu programa de governo. Diferentemente da avaliação dela e de seu staff em relação a esta questão, porém, tenho certeza de que Dilma continuará a apanhar da mídia familiar como cão sarnento antes, durante e depois das eleições de outubro. A mídia familiar fará de tudo, mas tudo mesmo, para para derrubá-la.

    A presunção de que, jogando mais leve, a mídia arrefecerá seus a ataques é vã, e fatos pregressos, como a tentativa de se aproximar da Folha, provam. Ao contrário, os ataques serão ainda mais violentos, pois o recuo do governo será entendido como sinal de fraqueza. Se a reforma midiática fosse mantida no programa de governo de Dilma enviado à justiça eleitoral, haveria sinalização clara de que os abusos da mídia seriam finalmente coibidos.

    Mas nem tudo está perdido. As verbas publicitárias do governo poderiam ser melhor distribuídas. Nos casos falsidade noticiosa contra governo, Estado, sociedade, assim julgados pela justiça, as verbas publicitárias seriam suspensas temporariamente, ou definitivamente. A razão é que o governo tem de exigir que a veiculação de suas mensagens e das empresas estatais se dê por meio veículos respeitáveis. O goveno tem o dever de não se deixar contaminar por veículos que praticam imprensa marrom, parecendo até que os apoia.

    Outro caminho consentâneo com a democratização da mídia é o governo apoiar financeiramente os novos veículos promovendo a desconcentração da opinião, restrita quase que exclusivamente aos pontos de vista das empresas midiáticas familiares.

  4. Esse é um caso clássico de

    Esse é um caso clássico de destruição de reputação, pois não tinham nem a lista de todos que doaram e quanto e nem uma movimentação completa da conta bancária desse, porquanto, coisas mínima que sem saber nada se pode publicar na mídia.

  5. Revista-coxinha

    A revista mentirosa, na verdade, quer uma boquinha no que foi arrecadado. É o pedágio que a famiglia cobra para ficar calada ou moderar sua língua de cascavel. A boca suja varia de acordo com a entrada em caixa.

    Está explicado porque o governo federal anuncia naquela imundice. 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador