STJ pede correção de reportagem sobre ministro entrevistado pelo Estadão

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A equipe do GGN recebeu um pedido de retificação da reportagem “Lava Jato: Ministro do STJ critica prisões cautelares“, publicada nesta segunda-feira (23). Trata-se de uma referência à entrevista do ministro do STJ, Rogério Schietti, ao Estado de S. Paulo, em que critica o excesso de recursos e Habeas Corpus que chegam às instâncias superiores, pelo comportamento de juízes de tribunais de prenderem, cautelarmente, denunciados, sem sustentação necessária para isso.
 
“Em nenhum momento o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogerio Schietti citou a Operação Lava Jato ou qualquer outra realizada pela Polícia Federal”, informou a assessoria de imprensa. O erro, entretanto, foi do próprio Estadão, que logo no primeiro parágrafo da matéria, divulga: “citando a Lava Jato e outras operações da Polícia Federal, ele [Schietti] afirma que isso provoca uma enxurrada de habeas corpus em Brasília”.
 
De fato, o ministro não cita o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. Mas, pelo menos na transcrição da entrevista, Schietti teria feito referência à Lava Jato, como exemplo de prisão preventiva que ocasiona a “enxurrada” de recursos: “os advogados costumam impetrar uma série de habeas corpus em diversos tribunais, simultaneamente, como no caso dos executivos presos preventivamente na Operação Lava Jato”, publica o Estadão.
 
De acordo com as informações da assessoria de imprensa, o juiz teria sido questionado pela repórter a responder sobre o caso do esquema de corrupção da Petrobras. A coordenadora de imprensa disse que Schietti “citou as operações da Polícia Federal em termos gerais e, com a insistência das repórteres sobre o caso Lava Jato, afirmou que isso acontece em todos os casos, inclusive naquela operação”.
 
Ainda que o jornal mencionado tenha concluído que “operações como a Lava Jato sobrecarregam as cortes superiores”, o juiz não fez “qualquer comentário à decretação de prisões no caso referido”.
 
A reportagem do GGN, original, abaixo:
 
Lava Jato: Ministro do STJ critica prisões cautelares
 
Publicada, originalmente, no dia 23/02.
 
“A prisão é uma exceção à regra. A regra é a liberdade”, afirmou Rogério Schietti, em entrevista ao Estado de S. Paulo.
 

 
Jornal GGN – “Não pode mais prender alguém cautelarmente, antes da sentença, simplesmente pela gravidade abstrata do crime. Essa é uma orientação básica que todos deveriam seguir”, disse o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Rogério Schietti, em entrevista ao Estado de S. Paulo.
 
Schietti, que integra a 6ª Turma da Corte em matérias de direito penal, criticou a ação tomada pelos juízes de tribunais de instâncias inferiores, como é o caso de Sérgio Moro, que comanda as investigações da Operação Lava Jato na Justiça Federal do Paraná. A consequência dessas prisões preventivas é o “crescimento muito grande no número de habeas corpus e recursos em habeas corpus que são instrumentos para tutelar a liberdade humana”, explica.
 
“A prisão é uma exceção à regra. A regra é a liberdade”, enfatizou e lembrou o ministro. Entretanto, a regra tem sido contrariar a orientação do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal. “Se os tribunais e juízes passassem a dar um pouco mais de atenção a cada caso, de modo a que não desse margem a tantos recursos, a situação estaria muito melhor”, disse, completando: “é uma resistência irracional, pouco explicável”.
 
O ministro do STJ, Rogério Schietti, apresentou os dados que são o resultado desse cenários nos tribunais: em 2014, o STJ recebeu cerca de 37 mil recursos de Habeas Corpus, que vem crescendo a cada dia. Em seis meses, foram protocolados 15 mil recursos novos. A explicação é simples: “sinaliza que a jurisprudência do STJ de alguma forma não está sendo assimilada pelos outros tribunais”, disse.
 
Além disso, com o objetivo de libertar seus clientes, os advogados tendem a entrar com uma série de recursos de HC em diversos tribunais, simultaneamente. Não existe limitação constitucional para esse tipo de recurso. “Imagine nesta Operação Lava Jato: quantos réus teremos e quantas dezenas de habeas corpus serão impetrados, ou centenas, em todos os tribunais? Isso tudo vai gerar uma sobrecarga enorme. Em cada operação dessas da Polícia Federal e do Ministério Público que é desencadeada o resultado é uma enxurrada de habeas corpus”, concluiu.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

49 Comentários

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    1. O bamerindus foi dado ao hsbc. hsbc!

      O concreto é que o governo fhc deu uma grande ajudinha para o hsbc encampar o bamerindus. Lembro que parte da ajudinha era para informatizar o bamerindus antes da entrega, desculpem, da atitude caridosa do hsbc em receber de graça o banco. Era padrão do governo fhc estas “bolsas banqueiros”, os proer’s, programa de RECUPERAÇÃO dos bancos, coitados, da vida.

      Hsbc,  hsbc… gente, … é o hsbc!

    1. É verdade. Apego às leis e às

      É verdade. Apego às leis e às normas nas entrevistas. Até ministro do STF tb já mostrou o seu espanto. Mas, na República do Paraná executivos de empreiteiras continuam presos e, ao que tudo indica, somente serão libertados se delatar segundo o roteiro.

    2. Prezado Daniel
      Qual a

      Prezado Daniel

      Qual a diferença entre estes empresários e o Daniel Dantas, que foi solto pelo STF em dois HC´s, emitidos em 48h?

      Daniel Dantas possui “prerrogativa de foro”

      Nem vou falar do Abdelmassi, só lembrar…..

      Quanta diferença entre a Sathiagraha e a Lava Jato heim…..

      Abração

  1. Um judiciário amparado na LEI

    Um judiciário amparado na LEI e não acima dela… Isso de querer lesar empresas e até acionistas, podendo chegar até ao FGTS e isso não esta ao alcance do judiciário, como se diz a letra fria da LEI, não podemos deixar que os egos dos magistrados e procuradores envolvidos nessas operações maculem o país, isenção é fundamental e é preciso o judiciário saber que isso significa que o próprio não esta acima da LEI, não podendo instituições e corporações pagar por praticas de indivíduos, levianamente estão deixando o país de joelhos pra mostrar que existem bons moços… por favor… nos poupem desse puritanismo. Queremos a justiça e a verdade sem a soberba hipócrita dos que não sabem medir as consequências.

  2. Então por que vem

    Então por que vem acontecendo? Onde estão os blablablas fora dos jornalões? Sem coragem para enfrentar a máfia, seja ela midiática ou judiciária? Esses juizecos só olham e não fazem nada, por quê? O negócio é flar pros jornalões, a máfia midiática e ficar se sentindo redimido pela omissão absurda desses juizecos.

  3. A posição deste Juiz é
    A posição deste Juiz é correta e foi embasada tanto na CF/88 quanto na legislação infra-constitucional. Só faltou ele dizer uma coisa: é “intolerável” que a imprensa fique tentando ridicularizar diariamente e por razões partidárias as normas jurídicas em vigor.

    1. Prezado Fabio
      Qual a

      Prezado Fabio

      Qual a diferença entre estes empresários e o Daniel Dantas, que foi solto pelo STF em dois HC´s, emitidos em 48h?

      Daniel Dantas possui “prerrogativa de foro”

      Nem vou falar do Abdelmassi, só lembrar…..

      Quanta diferença entre a Sathiagraha e a Lava Jato heim…..

      Abração

      1. Responderei sua pergunta

        Responderei sua pergunta reproduzindo aqui um fragmento do texto que publiquei no GGN:

         

         “Bem ou mal, mal ou bem, o distribuidor sorteia o juiz…” não é uma ofensa. É um fato corriqueiro imposto pelas necessidades que o Poder Judiciário tem para administrar a distribuição de justiça a 200 milhões de brasileiros, milhões de empresas, milhares de municípios, dezenas de Estados Membros e União, empresas públicas, autarquias, servidores federais, estaduais e municipais, que produzem dezenas de milhões de processos judiciais todos os anos. Um distribuidor não pode escolher o juiz a quem enviará um determinado processo. Mas o juiz pode escolher ficar ou não vinculado ao caso, pois a Lei lhe garante o direito de se considerar suspeito ou impedido de atuar neste ou naquele processo em razão de parentesco com uma das partes, inimizade ou amizade por um litigante, interesse pessoal na solução da demanda, etc…

        https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/lava-a-jato-bem-ou-mal-mal-ou-bem-o-distribuidor-sorteia-o-juiz

         

        1. Prezado Fabio
          Resumo do “bem

          Prezado Fabio

          Resumo do “bem ou do mal”

          O mesmo pau que bate em Chico, pode não ser o que bate em Francisco.

          A maldita moralidade seletiva.

          Abração

          1. Quem está dizendo isto é

            Quem está dizendo isto é você. O que eu disse é algo bem diferente e diz respeito ao funcionamento do Poder Judiciário e às diferentes interpretações da Lei por pessoas distintas. Só para se ter uma idéia das diferenças entre os juízes veja como se comportam e decidem os 11 ministros do STF:

            Lewandowski não gosta de holofotes é cometido, um típico positivista esclarecido. Ele está no lugar certo para desespero daqueles que querem jogar o positivismo jurídico na lata do lixo porque perderam a eleição e correm o risco de responder pelos crimes que cometeram durante a era FHC ou em governos estaduais tucanos subsequentes. 

            Gilmar Mendes gosta das câmeras, gosta das câmeras, gosta as câmeras, gosta das câmeras… e faz tudo para que as câmeras gostem dele. Raramente ele decide contra a vontade dos donos dos olhos eletrônicos.  

            Rosa Weber condenou petistas com base na literatura se esquecendo que a própria Lei determina que as condenações sejam legítimas e, portanto, baseadas na Lei. 

            Toffoli as vezes pende para um lado, as vezes pende para o outro e na maioria das vezes age como se estivesse no lugar errado, na hora errada fazendo a coisa certa. Eu o não colocaria onde ele está. Bem ou mal, mal ou bem ele foi colocado no STF por indicação presidencial com aprovação do Senado. 

            Luiz Fux condena petistas porque eles não provaram sua inocência, como se a Constituição Federal dele fosse diferente da dos demais Ministros do STF.

            Teori Zavascki profere votos solidamente embasados na legislação, na jurisprudência e na doutrina e isto parece deixar alguns de seus colegas irritados, entediados ou com sono.

            Luís Roberto Barroso é discreto, não gosta de câmeras e interpreta a Lei com elegância, somente não presumindo a “boa fé” das partes quando as provas existentes nos autos lhe permitem decidir de maneira diferente. Os defensores da “má fé” disfarçada de virtude já demonstraram que não gostam dele.

            Marco Aurélio Mello é um aristocrata, sempre que pode ostenta sua suposta superioridade e tenta humilhar seus adversários na Corte. Ele também gosta de câmeras, gosta de câmeras, gosta de câmeras… e algumas vezes decide como querem os donos das câmeras (como ocorreu durante o Mensalão petista).

            Os outros Ministros fazem seu trabalho e não tem tido destaque, razão pela qual não formei opinião sobre eles. Existem milhares de juizes no Brasil. É impossível fazer um perfil de todos eles. Mas uma coisa pode ser dita. Se o rigor da Lei for observado nenhum deles pode escolher em que casos irá atuar. Foi isto o que eu disse e só. Entendeu agora ou terei que ser mais didático?

             

  4. agora que o hsbc dá nome aos bois acontece…

    Agora que a prestação de contas chega aos ninhos dos implumados e gordos tucanos e de outros bichos, mídia in primis, aparecem os defensores da legalidade.

    Esquisita esta instituição do estado, judiciário. Na ap470 aquela que condena na base de ampla literatura (ficcional) e dominio do fato neste especifico caso renegado especialmente pelo Roxin formulador da teoria, apenas um gato pingado Lewandosky com estrutura acima da mediocridade dos demais pares condenou a patranha.

    Eu acho que vale a pena ver a desmoralização desta instituição pela própria safazeza.

  5. Denúncias vazias

    Começa dizendo: “Não pode mais prender alguém cautelarmente, antes da sentença, simplesmente pela gravidade abstrata do crime. Essa é uma orientação básica que todos deveriam seguir”. Depois: “Em cada operação dessas da Polícia Federal e do Ministério Público que é desencadeada o resultado é uma enxurrada de habeas corpus”, concluiu.

    Some-se que o ministro M Aurélio perguntou outro dia se a lei mudou, porque agora se prende e depois denuncia. Ainda outro dia o procurador Janot disse que tomou conhecimento que o advogado de defesa do youssef estava vazando e disse que se ele “continuasse a vazar” não aceitaria a delação premiada.

    O tom das reclamações é muito esquisito. Poucos falam e quando falam: Reclamo mas… deixa pra lá.

  6. Algum ministro do Supremo se

    Algum ministro do Supremo se pronunciando sobre os descalabros do Moro!!! Muitas almas vão se salvas nessa segunda-feira!!! acho que os demais ministros dos tribunais superiores jogaram a constituição no lixo já faz tempo.
    Sempre lembro da declaração de Rosa Weber do STF que afirmou ter condenado José Dirceu  sem provas!!! Me pergunto, porque o meu imposto tem que  pagar uma ministra que não honra o seu cargo e a  constituição brasileira.

    1. E adivinha qual juiz de

      E adivinha qual juiz de primeira instância foi o assessor dela;

      Muito estranho, esse cara aparece assossorando o julmento do mensalão, e o processo da Petrobrás foi “distribuido” logo para ele, assim como o Banestado caso de corrupção com digital tucana que não deu absolutamente em nada. Depois ele aparece sendo louvado pela mídia. A que grupo e organização oculta extremamente poderosa esse cara pertence para conseguir cair de para quedas em tantos processos altamente destrutivos para o PT?

  7. Pelo que estou vendo a

    Pelo que estou vendo a justiça é um poder ESDRÚXULO!

    Existe para que haja JUSTIÇA, mas caso algum membro produza injustiça,

    NÃO HÁ MEIOS, NEM REGULAÇÃO PARA QUE ABUSOS POSSAM SER RESTRINGIDOS!

    Um juiz pode SUBVERTER a justiça! 

  8. O Brasil sempre teve

    O Brasil sempre teve problemas com obviedades. Escola, saneamento, desigualdade…

    Agora violar direito básicos até dos ricaços é a nova moda na classe média diplomada. Tempos estranhos. E ainda tem quem negue que o fascismo esteja sendo chocado diligentemente.

    1. Ricaços não, empregados

      Ricaços não, empregados deles, menos ricos, alguns nem isso eu diria.

      Não consta que Dirce Camargo, Sérgio Andrade, Mata Pires ou Marcelo Odebrescht estejam presos.

       

      1. Bem lembrado, Daniel. Bem

        Bem lembrado, Daniel. Bem lembrado.

        As “delações espremidas” (não chamo de premiadas) com o intuito de atingir os políííticos estão sendo mais que festejadas; contra os donos do pólo corruptor a história já é outra…

        Não vejo nenhum problema em punir pessoa jurídica. Mas punir é uma coisa, e “matar” é outra. Sou contra quase do mesmo modo que o sou no caso de pena de morte pra pessoa física.

  9. A mercê de homens da lei que agem fora da lei

    É impressionante o que fez Joaquim Barbosa antes e o que agora faz Sergio Moro com o Brasil.

    Se homens poderosos como os prisioneiros da Lava Jato não têm nenhum direito e, além de prisões arbitrárias denunciadas por juristas renomados, estão sendo tratados da forma também já denunciada na que já está conhecida como Guantánamo do Dr. Moro, quem irá enfrenta-los?

    Aos olhos dos leigos, como eu, parece inconcebível que dois homens, cada um a seu tempo, possam fazer tudo isso e os demais homens da lei, os próprios a denunciar as irregularidades cometidas, aceitem passivamente. O que fica configurado, diria até com uma clareza assustadora, é que a passividade é intencional e se for assim seria por razões que parecem óbvias ou, pelo menos, não muito difíceis de se perceber.

    É ou não é muito confortável a ação marginal às leis de dois homens da lei, e outros virão, e os demais se sentirem protegidos pela capa da interpretação fria das mesmas leis, ou seja, algo como “o que está nos autos”?

    Ora, se é sabido que muitas vezes o que está nos autos pode ter sido forjado, como por exemplo com delações cujo grande objetivo, conforme já denunciado, foi e é o de coagir os presos, como encontrar respaldo nos autos?

    Via interpretação à luz fria dos mesmos.

    Em outras palavras, as provas contidas nos autos muitas vezes têm sido criadas ao arrepio da lei, mas a sua análise é feita sob a luz fria da mesma. Não importa como foram obtidas; estão nos autos.

    Pior.

    Muitas vezes não estão nos autos.

    As “provas” saem da mídia.

    Órgãos como o STJ e STF, mas não só eles, lavam as mãos?

    Palavras como a do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Rogério Schietti, soam absurdas de inócuas diante do atual panorama.

    “Não pode mais prender alguém cautelarmente, ANTES DA SENTENÇA, simplesmente pela gravidade abstrata do crime. Essa é uma orientação básica que TODOS DEVERIAM seguir”

    “A prisão é uma exceção à regra. A regra é a liberdade”

    Será que não há algo errado em um Ministro do Superior Tribunal de Justiça dizer que “Não pode mais prender alguém cautelarmente, ANTES DA SENTENÇA…” e um juiz prender várias pessoas cautelarmente ANTES DA SENTENÇA?

    O ministro enunciou mais uma frase de efeito sem nenhum efeito ou o juiz está dizendo que quem estabelece a lei é ele?

    O ministro Gilmar Mendes do STF pede vistas a um processo cuja votação pela Suprema Corte já dava como não aprovado, paralisa-o, com repercussões importantes sobre os destinos do país e um dos motivos do atual panorama político e nada acontece?

    Onde estão os outros ministros?

    Preocupados com os “punhos de renda”?

    Que “cavalheirismo” é esse de Vossas Excelências cuja conta vai para a sociedade brasileira?

    É um jogo?

    Deixam a nítida impressão de que jogam palavras ao vento e agem protegidos pelo que parece ser uma farsa legal, a respaldada na lei.

    Talvez sirva como exemplo o voto absurdo proferido pela ministra Carmen Lucia no mensalão, quando disse que não tinha provas para condenar José Dirceu mas que a literatura a permitia.

    E assim o condenou.

    É isso?

    Pela acomodação da minha honestidade intelectual e minha incapacidade e incompetência de associar a lei aos fatos e interpreta-la lendo com os meus olhos, mas também sem deixar de lado a minha consciência, condeno sem provas?

    A literatura está acima das provas?

    Gostaria imensamente que alguém me explicasse que literatura é essa que permite e autoriza a condenação sem provas.

    Estamos todos nós, pobres mortais, a mercê dos homens da lei que agem fora dela?

    A quem recorrer?

    1. Ronaldo Souza, uma pequena

      Ronaldo Souza, uma pequena correção: não foi a ministra Carmen Lúcia que condenou Zé Dirceu,  porque “a literatura permitia”, foi a ministra Rosa Weber.

      O curioso do voto é que o auxiliar da ministra foi o juiz Sergio Moro, este mesmo da Lavajato. 

    2. Uma simples pesquisa nas
      Uma simples pesquisa nas páginas do TRF, STJ e STF na Internet esclarece que mais de 150 habeas corpus foram importados pelos investigados da Operação lava jato. Apenas dois (dois!) até agora foram deferidos. Posso estar enganado, mas aparentemente os tribunais superiores estão dando uma surra na lógica veiculada pelos “blogs companheiros” como este.
      Acorda, cara! Bandidos engravatados, políticos safados e funcionários públicos corruptos desviaram bilhões da Petrobrás e vocês petistas ficam defendendo esta corja? Até entendo o blog defender a gestão Dilma ou a inocência de um ou outro político (leia-se Lula). Afinal, além das “afinidades ideológicas” pesam as verbas oficiais. Mas um leitor do blog demonstrar desespero pelo que está acontecendo na Operação Lava Jato é meio patético.

  10. Ora bolas!

    O tom mais parece de aceitação.

    Ministros de todas as esferas do Judiciário e até o próprio chefe do Ministério Público têm reclamações a fazer, mas como afirmado abaixo, notadamente pelo Daniel Quireza: “critica mas e daí”.

    Será que os Ministros e o MP vão ao Papa?

    O Procurador Geral iria aos EUA reclamar?

    Ou tudo não passa de mera encenação?

    O fato concreto é que as arbitrariedades são flagrantes agora e sempre, mas parece que “remédios jurídicos” dependem do freguês.

    Já vimos a pena ágil de Gilmar Mendes no caso Daniel Dantas.

    Já vimos nulidade de processos que envolvem gente que não é do PT.

    Portanto, seria de bom alvitre que os reclamos chegassem ao Papa.

    Durma-se com esse barulho…

     

     

  11. Seletividade de vítimas

    37 mil pedidos Habeas Corpus em 2014.

    E os governistas só descobriram agora que existe prisão preventiva no Brasil.

    Até algum tempo, a grande preocupação era com os condenados a regime semi-aberto que estavam no fechado. Como os governistas já foram todos para o semi-aberto, os outros 50 mil brasileiros na mesma situação país afora já não despertam a mesma comiseração.

    1. José C Brandes, se idiotice

      José C Brandes, se idiotice pagasse imposto, você estaria condenado a trabalhar durante cem anos para quitar a divida.

      O que tem a ver prisão preventiva com governistas? Porventura o ministro é governista? 

      Vai ser imbecil assim no raio que o parta, seu ignorante.

      1. Alex Sotto, agora voltou a ser José Carlos Brandes, q aconteceu

        Alex Sotto, agora voltou a ser José Carlos Brandes, q aconteceu, vc foi bloqueado por mau comportamento?

  12. No dos outros é refresco…

    Está mais que evidenciado que as prisões da Lava Jato se revestem de pressão, torturas psicológicas com o nítido propósito de fragilizar o investigado – que ainda não é réu –  e obrigá-lo a dizer até o que não lhe é perguntado.

    Só os tolos ainda não perceberam isso.

    Mais tarde, depois que essas arbitrariedades passarem a ser comum e atingirem a todos, virá a chiadeira.

    No Brasil foi sempre assim… O imbecil acha que abusar, tolher direitos alheios – notadamente se for do adverso – pode, é aceitável.

    Aí ele só se da conta do tamanho da imbecilidade quando a trolha se aproximar dos seus.

     

  13. . Prestem atenção, depois de

    . Prestem atenção, depois de FHC, foi um tal de Procurador, Juiz e Delegado ir se preparar nos USA. Foram aprender sobre ” Moralidade Pública”, naquela exemplar “democracia” que encarcera jovens pretos, latinos  e pobres a qualquer pretexto, para engordar o sistema privado das prisões.

    O Establishment que manda na Economia Mundial montou a experiencia de liquidar com a política e deitar e rolar no limbo  da desorganização social sem recorrer a  Generais sanguinarios, como Pinochet, na Itália. A expêriencia foi bem sucedida, a tal “Maos Limpas”. O discurso moralista da Justiça substituiu a política. Sob o pretexts de desmontar a Mafia, destruiram as lideranças políticas do Italia. As estruturas de organização dos trabalhadores foram desmoralizadas pela criminalização d as principais liderancas socialistas e sindicais.

    A Esquerda atarantada, ficou debatendo a plataforma da Moralidade Politica, perderam décadas nesse debate bizantino. Enquanto comunistas e socialistas se destruiam cobrando comportamentos sacrosantos, uns dos outros. A direita e o neoliberalismo, encabeçdos pelo “limpinho” Berlusconi, ditava a política e a economia do Pais.

    Por aqui, desde a tal operação Mãos Limpas, os meio se comunicação, dirigidos todos sabemos por quem, tranformaram a  operação italiana na meta de desenvolvimento do Brasil.

    Jornalistas sérios e competentes embarcaram nessa  Cruzada Moral, sem jamais avaliarem o desastre que toda essa “honradez” da Justiça italiana trazia na evolução social e ética daquele povo. Foi um massacre midiático de, praticamente, 20  anos. Como imbecis, totalmente manipulados, esses jornalistas, sérios, embarcaram nos dicursos falso moralistas de Juristas embolorados, que nao se sabe a quem serviam.

    A nossa Esquerda, assim como a italiana caiu na armadilha como patinhos.  Nunca tiveram o cuidado de observar a quem serviu aquela espetacular  operação, que destruiu as liderancas trabalistas, as estruturas sociais que foram organizadas na resistência ao Fascismo e transformaram em idolo moral do povo italiano, um pedófilo nojento como Belusconi.

    1. Teria mais fontes sobre o tema?

      Cara, gostei do viés que vc trouxe. Nunca li nada sobre isso. Vc teria mais dados? Gosto de quando vem informações que me tirem do roldão que a gente é envolvido. É que a mesmice que a sociedade impõe emburrece. Talvez vc tenha mais material para o Nassif colocar na discussão. Valeu.

      1. Djijo,
        Não foi,

        Djijo,

        Não foi, especificamente, um livro ou vários artigos que li sobre o assunto. Foi o acompanhamento q fiz de jornais desde o início da tal “Mãos Limpas”, a observação das reações de setores da Mídia Corrupta e conservadora do Brasil, que faziam apologia a tal operação. O carnaval que fez a grande Mídia internacional, completamente dominada pelo establishment, a mesma q fabrica Guerras e destrói reputações de líderes das Nações q querem se apossar. Vamos ligando os pontos.

        Outra coisa importante: décadas de acompanhamento de jornalistas, como Nassif, Paulo Moreira Leite, Alon, Bob Fernandes e alguns outros bons observadores do Mundo e do Brasil. Junte a isso algumas leituras de história das Nações.

        Obs. Acompanhá-los, não significa que fecharemos com suas posições, mas, seguramente, são jornalistas que se sustentam em fatos, teem um grande conhecimento, faro para não serem enganados e a caracteriatica primordial, honestidade intelectual. 

  14. O lobysta Nilton Monteiro

    O lobysta Nilton Monteiro Operador do PSDB no esquema que gerou a “DESAPARECIDA POLITICA” Lista de Furnas ficou mais de um ano, em  CELA SOLITÁRIA, por obra e graça da Polícia política  e Justiçado Aócio que decretou sua Prisão Cautelar, bem como, preso também, ficou o dono do Novo Jornal, em Minas, sob o argumento de que TERIA DENÚNCIAS a serem publicadas em seu blog. NINGUÉM MOVEU UMA PALHA para reparar esse verdadeiro CRIME DE ESTADO. 

    1. A cautela

      A cautela desta prisão é para que ele não abra o bico, enquanto que os outros estão presos para delatar, desde que não seja contra algum tucano. Duvido que ele estava preso para entregar tucanos. Ele foi esquecido para que tucanos voassem livremente, tal qual o senhor Caio Fabio.

  15. Moro=JAVERT

    Moro a caminho de se tornar o Inspertor JAVERT do clássico “LES MISERABLES” (Os Miseráveis) de Vitor Hugo.

    Tudo condiz, marquemos a ponte do rio Barigui!

  16. Loucura total: precisamos reabrir a fábrica de camisas de força

    Tóffoli cria o “julgamento sem fim” em homenagem a Gilmar Mendes

     23 de fevereiro de 2015 | 21:55 Autor: Fernando Brito                                                 http://tijolaco.com.br/blog/?p=24989 

    semfim

    O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, José Antonio Dias Tóffoli, acaba de criar mais uma figura originalíssima para o Direito brasileiro: o “julgamento sem fim”, que vai se somar à condenação sem provas, a prisão para confissão e o “domínio do fato” tupiniquim.

    Pois Sua Excelência, relata a jornalista Cláudia Wallin, de Estocolmo,disse na capital sueca, onde foi fazer uma palestra para “diplomatas, juízes e acadêmicos” do Instituto  International para a Democracia e a Assistência Eleitoral, que o ministro Gilmar Mendes “tem todo o tempo para pensar e refletir” sobre o voto que dará à proibição de dinheiro empresarial nas campanhas eleitorais.

    Há ainda  a vergonha do argumento de que se deve abrir uma barganha com o Congresso é de doer: o financiamento privado não é inaceitável porque, simplesmente, não está na Constituição, mas porque contraria o espírito da Constituição que consagra a decisão sobre  o voto ao indivíduo, não ao capital.

    Mas fiquemos apenas no “prazo eterno” concedido por Tóffoli a Gilmar.

    Mendes, só para lembrar, vai completar 11 meses de “dono do processo”, que já recebeu o voto da maioria do TSE, e contrário ao financiamento de candidatos por empresa, graças a um pedido de vistas.

    Mas e o prazo regimental de 30 dias para as tais “vistas”?

    É, diz ele, “apenas um objetivo. Não há uma obrigação de cumprir este prazo”.

    Ou seja, é uma brincadeirinha, uma “pegadinha” para quem acha que o regimento tem força de lei interna do Tribunal.

    Se o tempo para Gilmar Mendes “pensar e refletir” for a eternidade, estará criado o “julgamento sem fim”, onde a maioria dos ministros vota e um, apenas um, pede vistas e transforma em lixo o voto de todos os demais, porque nunca será aplicada a decisão da maioria.

    Imagine, por exemplo, se um ministro faz isso no julgamento do chamado “mensalão”?

    Tóffoli não rasga, em homenagem a Gilmar Mendes,  apenas o regimento do TSE, mas a Constituição:

    ” a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. “

    A todos, inclusive ao impetrante da ação que está sendo julgada, nada menos o Conselho Federal da OAB, que tem prerrogativa de propor ações aos tribunais superiores.

    O judiciário brasileiro, assim, vai se tornando o cartório dos donos da lei, que deve ser célere e dura para com alguns e flácida e protelatória com outros.

    Que beleza!

     

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