Ministro do TCU admite que pediu varredura à polícia do Senado e critica “estado policial”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas admitiu que solicitou à Polícia Legislativa uma varredura para remover eventuais escutas ilegais em seus endereços. Segundo o Conjur, ele disse que a medida foi solicitada ao Senado porque o TCU integra o Legsilativo, mas não possui uma equipe de segurança própria para isso.

Dantas disse que a investida da Polícia Federal contra a Polícia do Senado, num contexto de intriga entre Poderes e suposta tentativa de obstruir a Lava Jato, apenas “fomenta” o chamado “estado policial”, retirando direitos de defesa de autoridades – caso das varreduras de grampos ilegais.

Dantas foi alvo de reportagens, no começo do ano, por ter um curso nos Estados Unidos, ao custo de R$ 115 mil, bancado com recursos do TCU. Meses depois, ele decidiu fiscalizar um acordo de leniência da Engevix, empresa investigada na Lava Jato, com a Controladoria Geral da União.

Do Conjur

Estado policial está sendo fomentado no Brasil, diz ministro do TCU

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, disse nesta terça-feira (25/10) que está sendo fomentado no Brasil um estado policial. Ele fez referência ao episódio recente da prisão de policiais legislativos que fizeram varreduras em gabinetes e escritórios pessoais de senadores para procurar escutas. Na sexta-feira (21/10), quatro policiais do Senado foram presos de forma temporária sob suspeita de atrapalhar as investigações da operação “lava jato”.

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, declarou publicamente que a atuação dos policiais legislativos foi uma tentativa de obstruir a Justiça e barrar investigações da “lava jato”. Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considera a prisão dos policiais uma interferência externa no Legislativo. Estado policial é um tipo de organização estatal baseada no controle da população por meio da polícia política, das Forças Armadas e outros órgãos de controle ideológico e repressão política.

Os policiais fizeram também varreduras nos endereços de Dantas para identificar eventuais escutas ilegais ou clandestinas. Em nota, o ministro diz que fez o pedido à Diretora-Geral do Senado porque ambas as casas integram o Poder Legislativo, além de o TCU não dispor de equipes de segurança hábeis para fazer a diligência. “Tratou-se de precaução adotada em razão da natureza sigilosa de diversas informações manuseadas nos processos de competência do TCU”, justificou Dantas.

“No caso específico da varredura solicitada, causa perplexidade que a notícia seja a precaução adotada e não o ‘Polizeistaat’ que se está a fomentar no Brasil, sujeitando autoridades ao risco de grampos e escutas ilegais que podem comprometer o sigilo de processos em tramitação e antecipar decisões que somente deveriam ser conhecidas por ocasião do julgamento”, disse. 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Engraçado…
    Sempre que a água começa a chegar no pescoço desses caras eles sacam essa de “estado policial”. Foi assim na época em que a prisão do orelhudo Daniel Dantas lambeu a bandidagem tucana.

    Agora, quando divulgaram o grampo (ilegal) da Dilma, quando prenderam o Palocci por não encontrar a prova, quando mantém os presos da Vaza-Jato confinados até confessar qualquer coisa, isso não é “estado policial”…

  2. Estado policial..
    Só para os desafetos.
    Vivemos uma história deprimente.
    Esse Todos Contra a União foram o braço do golpe.
    Usaram, literalmente, e abusaram da ex-PF, atual pf, tudo era permitido.
    São ridículos.
    Não temos para onde fugir, talvez, um aeroporto.
    Todo o dia é só “coisa ruim” que aparece.
    Se eu acreditasse nisso viveria dentro de uma piscina olímpica de sal grosso, coberto com folha de arruda. Como não acredito, só me resta dizer: “MISERICÓRDIA SENHOR”.
    Nossa pátria amada e espuliada..

  3. A douta Carmen grita contra o
    A douta Carmen grita contra o presidente do Senado, mas, não é capaz de esclarecer esse “embroglio”: a) estavam grampeando senadores e o senado por ordem de quem? b) de qual ministro do STF? c) os grampos são feitos eletronicamente nas operadoras telefônicas ou a pf introduziu grampos ambientais nas residências funcionais e nos gabinetes dos senadores? d) teria isso o pedido de algum ministro do STF? d) em assim sendo, crime hediondo entre poderes constitucionais. e) se a polícia legislativa fez “varreduras” – aliás, devia fazer sempre e sempre, faz parte das ações de contra-espionagem – e desarmou grampos, qual o crime? f) se desarmou grampos, a pf não devia ter ido reclamar do ministro do stf que os autorizou? g) ou a autorização, desde o início, é de conta do juiz de primeira instância e, pelo privilégio de foro, totalmente ilegal. h) qual a razão para o ministro autorizante não vir a público dizer que o processo está com ele (né, preclaro teori(a)? i) o juiz invasor não será processado pela corregedoria do cnj?
    “Causo” muito mal explicado: por enquanto, pelo que saiu na imprensa, tem razão o senador Renan e o STF, mais uma vez, ficou com o ônus de demonstrar à sociedade e aos cidadãos brasileiros quem “montou a porcaria”.
    Estado policialesco, com a associação do stf?
    Haja paciência.

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