Ministro do TCU lança suspeitas sobre tentativa de reabrir aeroporto de Pampulha


 

Jornal GGN O Ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), suspendeu a reabertura do aeroporto de Pampulha e considerou que a decisão foi “editada de forma aparentemente açodada e sem motivação idônea”, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.

O fato da Gol ter começado a vender as passagens por Pampulha antecipadamente lançou sobre a companhia a suspeita de ser a beneficiária da medida.

Quando a decisão foi anunciada, o GGN levantou as hipóteses de quem seriam os beneficiários da jogada np artigo A tungada de Temer nos sócios do Aeroporto de Confins, por Luis Nassif.

Na ocasião, circularam notícias de que a beneficiária poderia ser a Gol. Acossada pela Lava Jato, o nome da Gol sumiu do noticiário. Repórteres de jornais paulistas informaram que a empresa está blindada.

Da Folha

Suspensão de reabertura da Pampulha esquenta corrida entre aéreas

Por JOANA CUNHA e CAROLINA LINHARES

A decisão do TCU (Tribunal de Contas da União), que na quarta (27) suspendeu a reabertura do aeroporto de Pampulha (em Belo Horizonte) para voos entre Estados, dá mais tempo para empresas aéreas que se preparavam para iniciar voos por lá.

O ministro Bruno Dantas, relator do caso, pediu esclarecimentos e afirmou que a decisão de reabrir tomada pelo governo foi “editada de forma aparentemente açodada e sem motivação idônea”.

Dentre as quatro grandes aéreas, a única que já começou a vender passagens por Pampulha é a Gol. Procurada, ela diz que não recebeu comunicado da Anac, a agência reguladora do setor. Ela ainda não enviou orientação sobre reembolso, remarcação de voo ou outra solução aos passageiros.

As vendas da Latam não começaram porque ela ainda aguarda os trâmites burocráticos. O atual imbróglio a beneficia, pois reduz as chances de a Gol largar na frente.

A Avianca também tem interesse. Já a Azul —que tem um centro de conexão no aeroporto internacional de Confins, a 38 km da capital mineira— tem restrições à Pampulha, mas marcaria presença em algum momento para disputar com a concorrência. “Retomar operações em Pampulha dificultaria a adição de voos e de novas opções em Confins”, diz a Azul.

A reabertura de Pampulha é uma novela que começou em maio, quando o governo decidiu não reabrir, mas depois voltou atrás em outubro. E agora o TCU dá outra volta.

Os sócios privados da concessionária de Confins (CCR e Zurich) são contra, pois a concorrência de Pampulha não foi prevista no edital de concessão. Estão na Justiça contra a decisão. A Infraero, sócia estatal de Confins, sempre fez pressão pela reabertura. Procurada pela reportagem, não comentou.

REPERCUSSÃO

A decisão do TCU foi comemorada por associações de bairros próximos a Pampulha. Moradores entraram com ação civil pública contra a retomada.

“O que o governo fez, ao liberar os voos, foi uma aberração. Não tinha cabimento. O aeroporto da Pampulha é ultrapassado e obsoleto, seria um retrocesso”, diz Adriene Moore, diretora de comunicação da Associação Pró-Interesses do Bairro Bandeirantes (APIBB).

“Ficar nesse vai e vem causa insegurança jurídica e afasta investidores. As regras da licitação da BH Airport [concessionária de Confins] tem que ser respeitadas.”

Claude Mines, vice-presidente da Pro-Civitas, associação dos bairros São Luiz e São José, alerta para o ruído, a poluição e o risco de acidentes que afetariam cerca de 180 mil moradores do entorno imediato do aeroporto.

“A retomada foi uma decisão política e sem levar em conta a população. Finalmente estão começando a enxergar que não se pode fazer isso de supetão e sem decisão técnica.” As associações reclamam de falta de infraestrutura e segurança.

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), que é favorável à reabertura do aeroporto da Pampulha não comentou a decisão do TCU. A assessoria da prefeitura afirmou que é preciso esperar a deliberação final do órgão.

Kalil argumenta que a retomada é necessária para revitalizar a região da Pampulha e gerar empregos.

O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que pediu a suspensão da portaria do Ministério dos Transportes ao TCU, afirmou que a decisão da pasta “não teve nenhum embasamento técnico” e que Confins representa mais desenvolvimento para o Estado.

“Toda a concepção do Aeroporto Internacional Tancredo Neves como está hoje, organizada durante muitos anos pelo governo do Estado, foi para fazer dele um grande hub nacional e mesmo internacional. A decisão do governo federal colocava risco a essa iniciativa.”

“Teríamos dificuldade em retomar a segurança de investidores, já que o contrato está sendo desrespeitado, na medida em que a Pampulha não pode competir com Confins”, disse o senador.

Anastasia afirmou ainda que estudos do próprio governo federal mostram que a oferta de voos na Pampulha levaria a redução de voos internacionais, redução de destinos e aumento do preço de passagens.

Luis Nassif

5 Comentários

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  1. Tinha uma pedra no caminho…

    Uma vez estiveem BH e fiquei revoltado com uma das principais avenidas da cidade, um dos caminhos para Confins. O nome da avenida é Cristiano Machado, aquele que concorreu com Getúlio Vargas em 1950 para a presidência da República e foi abandonado pelo próprio vice, que apoiou Getúlio. Daí surgiu o verbo “cristianizar”, trair na cara de pau.

    Minha indignação foi porque um dos viadutos que corta a avenida era justamente Carlos Drummond de Andrade. Como pode, um dos maiores poetas da língua portugesa virar viaduto da avenida de um perdedor? Escrevi indignado para o jornal O Estado de Minas e um ano depois, deram o nome de Drummond para o Aeroporto da Pampulha, mais que merecidamente.

    Mas o diabo mora nos detalhes. O Aeroporto internacional fica no fim do mundo e o intervalo entre pousos e decolagens leva uns vinte minutos, não tem movimento. Não sei hoje, mas só tinha um voo semanal para Lisboa, o tal “aeroporto internacional”. Confins tem 33 portões de embarque, Congonhas, com um movimento dez vezes maior, só tem 22.

    Congonhas e o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade têm muito a ver. ambos têm pistas acanhadas e muita gtente de classe média alta morando no entorno. Há 60 anos, Congonhas era um matagal, muitas chácaras e carroças passeando pelo bairro. Aparece uma classe média tresloucada e quer porque quer expulsar o aeroporto do lugar. Idem em Belo Horizonte. Confins é um horror, fica no fim do mundo. Quando a gente desce na Pampulha, já está na cidade. O aeroporto chegou antes, o Mineirão veio depois, agora surgem do nada os coxinhas e querem porque querem expulsar o aeroporto. Um TCU sem a menor dignidade, aquele mesmo que forneceu motivos absolutamente falsos para o impeachment, vem esse TCU desmoralizado defendendo Confins. Muita gente, muitos jornais, muitos jornalistas econômicos defendendo Confins. Aí tem coisa. Já vi que esse povo que comprou Confins tem muita bala na agulha e muito apoio da imprensa, que não sofre como o povo comum um deslocamento desumano até aquele fim do mundo. A Gol já estava vendendo, pelo dobro do preço, passagens para o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, na Pampulha pelo dobro do preço. No Brasil, está sobrando gente esperta.

  2. Tem mutreta

    Tem mutreta aí. 

    A abertura do aeroporto da Pampulha foi pedido/ordem do mensaleiro Valdemar costa Neto para que, em troca, o PR votasse contra a bertura de invesstigação contra Temer. 

    Costa neto é um bandido denunciado até pela ex-exposa. Foi condenado e preso no mensalão, mas já está solto. Mesmo preso, Valdemar indicava para Dilma, quem deveria ser o ministro dos Transportes, área que pertence a Valdemar Costa Neto. 

     

    Essa maldição de centrão vai enterrar o Brasil.

  3. Anastasia, moradores a da Pampulha, VCN, Kalil

    Muito curiosa a decisão de reabrir o Aeroporto da Pampulha e os lobbies, tanto a favor como contra.

    NENHUM dos consultados pelo PIG/PPV é neutro para dar uma opinião, seja ela técnica dou de simples cidadão. 

    A Pampulha é uma espécie de Barra da Tijuca, de BH. Até o cheiro que exala essa lagoa artificial – de milhões de litros de esgoto não tratado nela lançados – se assemelha ao dos canais e lagoas naturais da ZO carioca, que padecem do mesmo problema. E os habitantes, das classes média e média-alta, com complexo de vira-latas, habitués de Miami, também gurrdam muita semelhança de comportamento e visão sócio-econômico-histórica.

    E o que pensa a população de BH, em geral? E o que pensam aqueles que costumam viajar à capital mineira, por motivos de trabalho, negócios ou lazer? Confins fica mais de 40km do centro de BH e cerca de 45 km da zona sul da cidade, onde se encontram escritórios e sedes de grandes empresas. De ônibus o cidadão leva cerca e 1h, tempo maior do que leva um vôo do Rio ou de São Paulo até a capital mineira. Se for pagar táxi ou outro tipo de transporte particular pagará no mínimo 100 pratas.

    O GGN pode, e deve, fazer uma reportagem investigativa e séria a respeito, em vez de apenas reproduzir a fala oficil dos negociantes.

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