Moro manda delegado investigar prova que Odebrecht apresentou contra Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Lula Marques

Jornal GGN – O juiz Sergio Moro determinou que um delegado da Polícia Federal estabeleça quando e quem inseriu numa planilha atribuída à Odebrecht alguns valores que os procudores de Curitiba utilizam na tentativa de criar um elo entre Lula e suposta propina proveniente da empreiteira.

A decisão de Moro faz parte de uma perícia que o juiz determinou em provas que Odebrecht e Lava Jato inseriram nos autos da segunda ação penal contra Lula, agora por vantagem indevida envolvendo um imóvel para o Instituto Lula e um apartamento da propriedade de um primo distante de Bumlai, o engenheiro (e réu) Glaucos da Costamarques. 

Com ajuda da imprensa, a Lava Jato tem disseminado a ideia de que os números encontrados na planilha da Odebrecht explicam valores que teriam sido destinados a Lula.

Mas a arte que o Estadão – principal porta-voz dos procuradores – fez para a reportagem sobre o assunto mostra que o único suposto elo entre Odebrecht e Lula seria um apartamento alugado por Glaucos à dona Marisa Letícia, morta em decorrência de um AVC, no início do ano.

“A equação ((3* 1057)+ 8217 + 1034) = 12.422”, segundo os procuradores, “estava nos arquivos cifrados do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – que fechou delação e leniência na Lava Jato em janeiro 2017. Ela estava no mesmo registro de valores do Amigo, codinome de Lula”, apontou o Estadão, seguindo informações de delatores.

A primeira parte da equação “(3* 1057) = 3.171” é o valor de R$ 3,1 milhões, do saque em dinheiro vivo das contas do setor de propinas da Odebrecht, usados para as despesas “por fora” da operação. A Lava Jato não explica como esses valores teriam relação com o petista.

A segunda parte “8217” estaria ligada aos R$ 8,2 milhões gastos pela DAG Construtora, do amigo de Marcelo Odebrecht, para comprar um prédio que foi ofertado, mas não aceito, pelo Instituto Lula. Parte do dinheiro foi parar com Glaucos, que foi o primeiro comprador do empreendimento e lucrou cerca de R$ 800 mil com a revenda.

Esses R$ 800 mil de Glaucos mais uma comissão de pouco mais de R$ 230 mil para Roberto Texeira, advogado que lidou com a burocracia da transação, compõem a terceira parte, afirma a Lava Jato. O “1.034” seria dos R$ 1 milhão gastos com o apartamento 121 do Hill House e as comissões para o “laranja” de Lula, o aposentado Glaucos da Costamarques – primo do pecuarista José Carlos Bumlai – e o advogado Roberto Teixeira, compadre do petista.

A narrativa explica, em parte, porque a Lava Jato armou, com ajuda da grande mídia, uma batalha para provar que Lula não pagava aluguel do Hill House porque a unidade, na verdade, era vantagem indevida da Odebrecht.

Abaixo, a ordem de Moro sobre a perícia.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

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  1. Eita perseguição feladaputa.

    Eita perseguição feladaputa. Isso não se pode chamar de investigação; isso é uma caçada, uma vendeta pessoal !!!!!!!

  2. Moro manda delegado investigar prova que Odebrecht apresentou

    Como já foi dito pelos próprios lavajateiros, o “grupo” – ? – não conseguiu descobrir que o “doleiro para chamar de meu” ao início da operação residia em São Paulo, saindo portanto das mãos curitibanas, e por lá o dito em delação premiada vale menos que o dito quando o reu não tem a obrigação de falar a verdade  e toma-se essa última fala como verdadeira – afinal é a que se encaixa nas “convicções” – premiando a mentira, o que se pode esperar ?

    – o delegado confirma o que o MPF disse,

    – não consegue estabelecer cabalmente a origem.

    Uma hipótese é uma dança entre o processo TRF, condena Lula, e Curitiba arquiva o processo por falta de… não vem ao caso.

    Um atende os reclamos globais e outro se faz de imparcial.

    O que mais falta para a falta de critérios nas instituições brasileiras – que estão “funcionando” – ?

     

  3. Os procuradores de Curitiba

    Os procuradores de Curitiba me surpreendem a cada dia. Pela leitura de equações presumo que tenham pleno conhecimento cabalístico, a  ciência dos números. talvez também sejam astrólogos dadas às firmes convicções do DD.  sábios esses meninos do Paraná.

  4. Investigador ou Juiz?

    Estou saudoso dos tempos de meus primeiros anos como advogado, mesmo tendo se iniciado em 1970, em plena ditadura militar, pois não conheci nenhum juiz investigador, máxime ao meio da produção de provas, quando as partes, acusação e a defesa procuram demonstrar suas alegações. 

    O magistrado sempre se posicionou acima das partes, sem tomar partido da acusação e nem da defesa.

    Vi inclusive, um juiz maravilhoso, determinar que o Promotor, que subiu na bancada, que suporta a sua mesa, quando queria impor seu pensamento acusador, que dela descesse imediatamente, pois lá não era o lugar dele, promotor, mas, sim, sentando na sua cadeira, abaixo da figura independente do julgador imparcial.

    Ora, quando o juiz passa a ser um investigador, não pode ser julgador, pois toma parte, apropria-se, de forma totalmente relevante, do espaço da acusação. Buscar provas, investigar, não pode ser pedido do julgador, mesmo que ,no direito penal, busque-se a verdade real. O  pedido de provas só pode partir da acusação. Se esta não a produz, não é o julgador quem deve tentar produzi-la.

    Depois de 47 anos de advocacia, é decepcionante observar juizes investigando, no transcorrer, da instrução, máxime por prova de fato não narrado na denúncia.  

     

     

  5. Investigador ou Juiz?

    Estou saudoso dos tempos de meus primeiros anos como advogado, mesmo tendo se iniciado em 1970, em plena ditadura militar, pois não conheci nenhum juiz investigador, máxime ao meio da produção de provas, quando as partes, acusação e a defesa procuram demonstrar suas alegações. 

    O magistrado sempre se posicionou acima das partes, sem tomar partido da acusação e nem da defesa.

    Vi inclusive, um juiz maravilhoso, determinar que o Promotor, que subiu na bancada, que suporta a sua mesa, quando queria impor seu pensamento acusador, que dela descesse imediatamente, pois lá não era o lugar dele, promotor, mas, sim, sentando na sua cadeira, abaixo da figura independente do julgador imparcial.

    Ora, quando o juiz passa a ser um investigador, não pode ser julgador, pois toma parte, apropria-se, de forma totalmente relevante, do espaço da acusação. Buscar provas, investigar, não pode ser pedido do julgador, mesmo que ,no direito penal, busque-se a verdade real. O  pedido de provas só pode partir da acusação. Se esta não a produz, não é o julgador quem deve tentar produzi-la.

    Depois de 47 anos de advocacia, é decepcionante observar juizes investigando, no transcorrer, da instrução, máxime por prova de fato não narrado na denúncia.  

     

     

    1. “não conheci nenhum juiz

      “não conheci nenhum juiz investigador”:

      E os juizes encobertadores, ja encontrou?  Ele esta encobertando crimes.  De procuradores e policiais.

      Novidade nao eh, nao foi encobertamento o que ele fez com Aecim?

      1. É uma observação correta

        Completou o que penso.

        Correta a sua crítica. Basta lembrar delações mais antigas, onde muita coisa não veio ao caso, porque iria, é claro, bater no endereço errado. 

  6. Eu quero a RASURA do

    Eu quero a RASURA do Dellaaggnnoollllll!

    Quero perícia “importada”, a pé ricia daqui não vale nada, até hoje não descobriu quem matou o PC farias, não faz mais.

    E o juiz do SUPREMO, assassinado com as visitas, quando derrubaram o avião, IGUALZINHO O CASTELO, o branco.

    Tem gente aí que esta vendendo a propria mãe, que dira a pátria amada!

  7. Eu quero a RASURA do

    Eu quero a RASURA do Dellaaggnnoollllll!

    Quero perícia “importada”, a pé ricia daqui não vale nada, até hoje não descobriu quem matou o PC farias, não faz mais.

    E o juiz do SUPREMO, assassinado com as visitas, quando derrubaram o avião, IGUALZINHO O CASTELO, o branco.

    Tem gente aí que esta vendendo a propria mãe, que dira a pátria amada!

  8. Lula é o único corrupto que

    Lula é o único corrupto que nao tem conta no exterior… só aceita imóvel devidamente legalizado como forma de pagamento… 

  9. Lula é o único corrupto que

    Lula é o único corrupto que nao tem conta no exterior… só aceita imóvel devidamente legalizado como forma de pagamento… 

  10. Já esperávamos que, para
    Já esperávamos que, para Aécio sumir da mídia esse juizeco que mais se parece a um Chicago Boy criasse algum factoide que funcionasse como socorro ao amiguinho Aécio….inacreditável que um juiz com poderes autocráticos tenha destruído esse país e o povo assistiu a tudo bovinamente….na Itália, um colegiado e não um juiz apenas, tem poder para tirar a liberdade e sentenciar de forma injusta um cidadão como esse juiz tabula rasa sentenciou Lula: por vingança política e de classe.

    https://www.instagram.com/p/BaaakUWBMgS/

  11. Ah se todos os corruptos do

    Ah se todos os corruptos do mundo fossem iguais a Lula que maravilha seria viver… ele só aceita BAGAÇA! Cadê os dólares na Suíça, pô? 

    Estão com Serra , Aécio , Cunha e Cabral…. entendi.

     

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