Moro, não basta pedir desculpas ao STF, por Jeferson Miola

Enviado por Webster Franklin

Da Carta Maior

A ousadia descarada do cínico Sérgio Moro

Por Jeferson Miola

Moro não cometeu simples ‘erros’ ao vazar escutas telefônicas; ele cometeu crimes com dolo, e deve ser tratado como qualquer cidadão quando pratica delitos

“O fascista fala o tempo todo em corrupção.

Fez isso na Itália em 1922, na Alemanha em 1933 e no Brasil em 1964.

Ele acusa, insulta, agride como se fosse puro e honesto.

Mas o fascista é apenas um criminoso, um sociopata que persegue carreira política. No poder, não hesita em torturar, estuprar, roubar sua carteira, sua liberdade e seus direitos.

Mais que corrupção, o fascista pratica a maldade.”

Norberto Bobbio, filósofo, jurista e pensador italiano.

Em “A cura de Schopenhauer”, o psiquiatra e escritor norte-americano Irvin D. Yalom, ao analisar comportamentos psicopatas, se apóia na expressão iídiche “chutzpah”, que ele traduz como sendo “ousadia descarada, palavra sem uma correspondência exata em outras línguas, mas bem definida na história do menino que matou os pais e depois pediu clemência aos jurados por ser órfão”.

O Juiz Sérgio Moro, nos esclarecimentos remetidos ao juiz do STF Teori Zavascki sobre a interceptação e divulgação ilegal de conversas telefônicas da Presidente Dilma com o ex-presidente Lula, revela os traços de uma personalidade cínica, descarada. Ele parece o personagem saído do livro de Yalom – aquele que conscientemente assassina os pais e depois roga clemência e perdão do Tribunal por ser órfão!

Estamos dentro do vulcão da história, sugados na vertigem dos acontecimentos. Por mais afiadas que sejam as intuições e capacidades de análise, vários acontecimentos e fenômenos sociais relevantes escapam da compreensão imediata. Algumas experiências, por traumáticas demais, às vezes somente podem ser compreendidas na plenitude tempos após sua ocorrência.

Não temos o direito, porém, de menosprezar e subestimar os sintomas e sinais de uma engrenagem perigosa, de contorno claramente fascista, que está em movimento. O juiz Sérgio Moro – e também vários agentes públicos – são peças dessa engrenagem fascista de partidarização do Estado para aniquilar inimigos e adversários ideológicos.

Nas 31 páginas escritas ao STF, ele solicita “respeitosas escusas a este Egrégio Supremo Tribunal Federal” [sic]. Não dedica, contudo, uma única palavra de desculpas às vítimas da violência que perpetrou: Lula e Dilma. Ele, ao contrário, usa o calhamaço para atacar e tripudiar o ex-presidente Lula com ironias e insinuações.

Ele escreveu que “o propósito [da divulgação criminosa das conversas] não foi político-partidário” [sic], que “não teve por objetivo gerar fato político-partidário, polêmicas ou conflitos” [sic].

Mentira! Ele agiu de consciência e partidariamente para impedir a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil e incendiar o país junto com a Rede Globo e a mídia golpista, que construíram uma narrativa canalha a partir de conversas coloquiais entre duas autoridades presidenciais.

Moro agiu com dolo, com consciência da lesão irreparável que causaria ao ex-presidente Lula e à Presidente Dilma. Com isso, ele não lesou apenas dois seres humanos, mas violentou a democracia, o Estado Democrático de Direito, a Constituição. Nas palavras do juiz do STF Marco Aurélio de Mello, ele “simplesmente deixou de lado a lei”, como fazem os justiceiros.

É incabível um pedido de desculpas do Moro. Ele deve, isto sim, ser suspenso do cargo de juiz e responder administrativa e funcionalmente no Conselho Nacional de Justiça e criminalmente no Poder Judiciário.

Moro não cometeu simples “erros” que poderiam ser desculpáveis; ele cometeu ilegalidades, abusos e crimes com dolo – e, por isso, deve ser tratado como qualquer cidadão/ã brasileiro/a quando da prática delituosa.

Moro até pode se livrar do julgamento e da condenação na Justiça, se for protegido por um corporativismo que emprega métodos que estão “nas origens do totalitarismo”, como diria Hannah Arendt.

Independente disso, Moro já está sendo julgado e condenado pela História.

Redação

12 Comentários

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  1. O camisa preta do Parana

    O camisa preta do Parana junto com a emissora golpista deram um golpe de Estado em 16/03/2016. Isto é fato!

    A resistência que se deu a seguir,notadamente nas manifestaçõesdo dia 18/03/2016, possibilitou que o governo ainda mantenha uma parteda bastilha de pé.

    A retomada do poder,assim como ocorreu em todos os lugares do mundo,somente acontecerá quando todos os líderes golpistas estiverem devidamente encarcerdados.

  2. graças a propaganda massiva da rede lodo de sonegação,

    para muitos ele é ídolo! o único juiz do universo, capaz de arrumar o país! arrrghhhh, huuuuugo, uuuufs. que nojo, vomitei no teclado!

  3. Pra mim não tem erro: Morro é

    Pra mim não tem erro: Morro é golpista, marionete da Globo + CIA + NED + ONG + USAID. Não tem mais como apagar essa mancha da usa biografia e por causa disso a história vai condenálo purgatório eterno, como fez com os Carlos Lacerdas da vida.

  4. O ministro Teori não
    O ministro Teori não determinou que Moro enviasse uma carta de desculpas no prazo de dez dias. Determinou que ele enviasse explicações sobre o vazamento. Pedir desculpas acaba funciona como uma confissão de culpa. Como não há como justificar legalmente o jeito é se desculpar pra ver se cola.

  5. COMENTARIO

    A tática política estabelecida pelo governo é desqualificar Moro. Foi assim também durante a campanha política, quando os adversários de Dilma lideravam as pesquisas. Desqualificar o juíz Sergio Moro, no entanto, não elimina as duras evidências de corrupção que envolvem o governo. Justificar que nos outros governos também foi assim, não justifica as ações do governo atual. Sergio Moro não pediu desculpas, como querem nos fazer engolir, mas explicou suas razões, coisa que o governo não fez, com o conteúdo das tais escutas. Talvez ele até tenha agido mesmo com segundas intenções, já que Lula, Dilma e o PT tentaram subverter a ordem, organizando um verdadeiro golpe com a ascenção de Lula ao ministério, numa evidente manobra para tentar alterar os rumos da investigação. 

  6. O STF precisa restaurar a

    O STF precisa restaurar a lava jato e tirar todos os processos das mãos desse juiz. O governo deve avaliar se houve prejuízo causado por ações desse juíz com apoio de economistas imparciais, sem agir de maneira perseguitória. Caso seja comprovado que entre com processo contra esse juíz. Depois de tantos vazamentos, intimação coercitiva e divulgação de áudio esse juíz perdeu a credibilidade. Queremos que sejam punidos quem for realmente culpado. Hoje, o Brasil despertou das magias da mídia e já entende que a corrupção não está ligada somente a alguns membro de partido, é  algo mais amplo. Ultimamente o STF demonstrou que é o guadião da constituição e da democracia. Não podemos deixar que a grande mídia manipule os inocentes. Que Deus ilumine e proteja os ministros do STF. Assisti a sessão sobre os vazamentos e vi realmente postura nobre de ministros em defesa da constituição e da democracia. Foi uma verdadeira aula de justiça, de grande debate. Dou os meus parabéns aos ministros, pois, tenho certeza de que não é fácil pra eles. Tenho pra mim que a grande mídia tenta fazer uma pressão imensa contra os mesmos, mas vi homens bravos, firmes e que honram o cargo que ocupam. Vão entrar para a história de maneira brilhante…

  7. Os crimes de Moro no ímpeto golpista da lava jato

    Um ditado surrado cabe aqui como uma luva: “jogar a criança com a água do banho”.

    A criança, nossa jovem Democracia e, quem quer dar o banho moral são os protofascistas da lava jato, no MPF, na PF e de Moro, que atuam como filhotes alienígenas de um Intergralismo já morto e enterrado pela sociedade brasileira na década de 1930, antes mesmo da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948.

    Se esqueceram que a criança que querem jogar junto com a água do banho é pagiada por milhões de cidadãos brasileiros, que demonstraram nas ruas em 18 e 31/3, que estào de olho nos atos atabalhoados, oportunistas e cínicos dos operadores da lava jato. 

    O trabalho policialesco e ilegal da lava jato, definido pelos golpistas de todas as matizes partidárias, como a Grande Causa do país contra a corrupção, também denota o método Maquiavélico de operar, justificando todas as violações ao nosso Ordenamento Jurídico, em especial, as dirigidas contra os direitos fundamentais d cidadão inscritos no Art. 5 da CF/88, numa suposta defesa do Estado contra a corrupção. Assim, por ser uma Grande Causa, justificaria o uso em grande escala de regras de excessão, para se atingir os fins almejados: Detonar o PT, Derrubar a Dilma com seus mais de 50 MM de votos e abrir uma fenda Institucional para que psdb/pmdb/dem/pps possam se apoderar da cadeira presidencial.

    Rasgam nesta busca frenética golpista, inúmeros princípios e normas da CF, destacando-se no caso específico o Art. 37.

    O salvacionismo fascista patológio que impusciona a lava jato, cujo princípio básico é de que – Os Fins Justificam os Meios – quer promover a limpeza moral do Executivo, como se fosse a reinvensão da roda na administração pública.

    As táticas golpistas, revelam, que a suposta limpeza ética e moral focam, oportunisticamente o PT, Dilma e Lula, como alvos preferenciais dos integralistas de plantão na lava jato.

    A escolha do momento e de quem está no poder, faz toda diferença no resultado a ser obtido: que é claramente derrubar o governo e impedir a projeção de Lula para as eliçoes de 2018.

    Tanto é verdade, que os maiores defensores e interessados nos resultados desta famigerada operação, são exatamente os golpistas do psdb/bem/pps/pmdb, e os golpistas enrustidos, que enxovalham nossas Instituições no Poder Judiciário, no MP e na PF, entre outros.

    Moro, abusou do direito de usar a força em defesa do Estado, prerrogativa de quem possui Legitmidade, competência e diplomação para tal exercício. Ultrapassou os limites que lhe foram outorgados pela Constituição Federal e Pelo Conselho Superior da Magistrsatura, foi longe demiais em seus abusos jurisdicionais contra a Presidente, contra Lula e sua família, ao violar os seus mais íntimos direitos fundamentais, para atingir o fim almejado: O Golpe de Estado.

    Com isto chamou para sí, a responsabilidade funcional de quem abusou do poder. Pedido de desculpas nessa hora, como disse o colunista é ato patológico de menino mimado por um poder ultraconservador e ultracorporativo, cujos privilégios envegonham inúmeros de seus membros mais ciosos de sua obrigação cidadã.

    O caso foi muito mais grave do que quer fazer supor a golpenews, associadas e parceiras na tarefa iníqua de propagar o ódio entre os brasileiros numa pregação subreptícia cotidiana da teologia de mercado, onde tudo se compra, inclusive os direitos fundamentais dos cidadãos.

  8. FAUSTO

    Moro tornou-se refem da GLOBO. Sua situação é a mesma de FAUSTO. Não do seu colega de profissão – e de caráter elevado , por isso mesmo perseguido por Gilmar Mendes – dr. De Sanctis. Mas o FAUSTO de Goethe . Vendeu a alma ao diabo.

    Sabe que  de um lado estão todas as ilegalidades que cometeu e em condições normais de uma democracia terá que responder por elas , e de outro lado a imagem de super herói que a propaganda da GLOBO lhe conferiu junto à população. E é  no respaldo dessa imagem junto à população, contando com a pressão popular , que espera passar impune. 

    E nessa lógica , essa imagem só existe enquanto houver parceria com o Jornal Nacional , sabe que se a GLOBO lhe abandonar – assim como aconteceu com Xuxa – estará em apuros . 

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