MPF conclui que dinheiro público virou compras de grife para mulher de Cunha

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Diogo Castor de Mattos e Deltan Dallagnol, procuradores da República, disseram em entrevista coletiva realizada em Curitiba, que investigações do MPF (Ministério Público Federal) chegaram à conclusão de que Cláudia Cruz ocultou dinheiro de propina recebida por Eduardo Cunha, seu marido e deputado federal pelo PMDB, partido do presidente provisório Michel Temer.

Cláudia Cruz, mulher de Cunha, também presidente afastado da Câmara dos Deputados, além de não declarar o montante para o Banco Central e Receita Federal, também ocultou das autoridades brasileiras uma conta aberta no exterior, usada para transformar dinheiro público em sapatos e roupas de grife.

Sérgio Moro, juiz federal de primeira instância, recebeu nesta quinta-feira a denúncia oferecida pelos procuradores da força-tarefa da Lava Jato contra Cláudia Cruz, por crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas com dinheiro desviado da Petrobras. Dessa forma, ela se torna um dos réus no processo. De acordo com o procurador, o dinheiro público, desviado da estatal, se transformou em artigos de luxo.

Deltan explicou que Cláudia abriu uma conta no exterior, usando-a para esconder mais de US$ 1 milhão. Esse dinheiro, revela MPF, é parte de propina paga a Cunha pelo empresário português Idalécio Oliveira para que convencesse a Petrobras a comprar um campo de petróleo em Benin, na África.

“Para que a Petrobras comprasse, ele pagou propina. Ela foi paga para Jorge Zelada e Eduardo Cunha, via operador financeiro. Essa propina foi recebida por Cunha em uma conta no exterior e foi passada para outra conta que era escondida no exterior por Cláudia Cruz”, disse Dallagnol. Ele ainda afirmou que a conta era usada para pagar despesas e compras pessoais feitas no cartão de crédito.

“Ela cometeu dois tipos de lavagem de dinheiro com base nesse dinheiro, mais de US$ 1 milhão. Um foi pela ocultação no exterior de mais de um milhão de dólares, que são fruto de propina recebida pelo marido. Outro tipo de lavagem foi a conversão desse dinheiro em bens de luxo. Ou seja, dinheiro público foi convertido em sapatos e roupas de griffe”, explicou o procurador.

Diogo de Mattos também explicou que a versão de Cláudia, quando depôs, “era pouco crível”, já que não foi convincente ao explicar a origem do dinheiro e como fazia gastos incompatíveis com o salário recebido pelo marido. “Ela foi ouvida, confrontada com todos esses elementos. A versão dela de que não tinha conhecimento de nada, no entender do MPF, é pouco crível. O fato também dela ter omitido essas contas, não ter apresentado nenhuma explicação plausível para a origem do dinheiro, uma prova que seria fácil produzir se houvesse uma orgiem lícita desses valores”, disse Mattos.

Em nota, o deputado federal do PMDB, Eduardo Cunha, disse que a situação de sua mulher, ré formal em esquema de lavagem de dinheiro, trata-se de “procedimento desmemebrado” de um inquérito contra ele que tramita no Supremo, no qual o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia que ainda não foi julgada pelo STF.

Diz a nota de Cunha que “o desmembramento da denúncia foi alvo de recursos e reclamação ainda não julgados pelo STF que, se providos, farão retornar este processo ao STF. Independentemente do aguardo do julgamento do STF, será oferecida a defesa após a notificação, com a certeza de que os argumentos da defesa serão acolhidos”.

O deputado federal do PMDB ainda afirmou que sua mulher possuía contas no exterior em conformidade com a legislação brasileira, “declaradas às autoridades competentes no momento obrigatório, e a origem dos recursos nelas depositados em nada tem a ver com quaisquer recursos ilícitos ou recebimento de vantagem indevida”.

(com informações da Agência Brasil)

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

19 Comentários

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  1. Torrando a merreca

    A cachaça mecânica funciona assim:

    Conheço uma peça não rara, que é o feliz proprietário de uma recheada bufunfa no exterior.

    Por não conseguir repatriá-la, ele dá uns devorteios, com frequência, para gastar a mixaria lá fora.

    Pelo sim, pelo não – se me apertarem -, eu nego esta afirmação.

    Sem delação, uai?!

  2. Dirceu pegou 23 anos. Não

    Dirceu pegou 23 anos. Não acharam nenhuma conta no exterior. A Senhora Cunha, pressuponho então que, seguindo o critério Moro, pegará entorno de uns 80. Ou será que não?

    Talvez não, porque ao contrário do Dirceu, a senhora madame ex-jornalsita da Globo, não encaixa na “teoria do fato” que é a “doutrina” que orienta a lava a jato, segundo o Nassif. Daí o rigorosíssimo juiz não perderá tempo com essa chique recatada do lar. Fica para depois, sabe-se lá quando. É como o marido, prazos e mais prazos   

  3. Cláudia Cruz sabe de todo,

    Cláudia Cruz sabe de todo, mas finge desconhecer que seu querido marido não passa de um cafajeste ladrão. Não vai ser presa. Terá uma nova chance para rever suas compras aceleradas das maiores grifes do mundo. Também não precisará fazer brechó para arrecadar dinheiro com elas porque o que não lhe falta é muito dinheiro, mesmo se tiver que pagar multas milionárias, outros milhões estão reservados. Foi assim com Youssef, como será com todos que não forem um Dirceu.

    Se duvidar, ela, que já é casada com um santo evangélico, se tansformará em bispa e dona de uma igreja para mudar o sentido da roubalheira. 

    Se Cunha for preso, pior para os colegas e comparsa, não pra Cláudia, que ainda tem chance de dizer que ficou cansada de conviver com um ladrão, limpando sua barra, buscando noutro figurão um meio de aumentar seu patrimônio. Não será difícil, pelo menos encontra outro menos feio.

  4. Moro quis livrar a cara da madame sua muié do Caranguejo?
    Moro quis livrar a cara da madame sua muié do Caranguejo?

    Na aceitação da denúncia por lavagem de dinheiro contra a madame sua muié do gangster Eduardo Cunha (PMDB), diz Moro ( como se vê em http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/wp-content/uploads/sites/41/2016/06/decisao-claudia-cruz.pdf ):

    “Registro ainda que, embora este Juízo tenha pontualmente rejeitado denúncias de lavagem de dinheiro por aparente falta de dolo, tem sofrido também pontualmente censura pelo r. Tribunal Regional Federal da 4ª Região, como v.g., no julgamento do Recurso em Sentido Estrito nº 5049160-81.2015.4.04.7000, no qual decisão de rejeição de denúncia por falta de dolo de lavagem foi reformada. Nessas condições e considerando que não se exige prova categória nessa fase, é recomendável reconhecer a justa causa para imputação sem prejuízo de avaliação aprofundada no momento próprio.”

    Pelo dito, fica a impressão de que a denúncia contra a madame poderia não ter sido aceita pelo juiz Moro e que uma razão pela qual ele não faria isso seria para não sofrer (o Moro) censura por isso pelo TRF-4. É esquisito, pois este juiz, por padrão, vê dolo e cegueira deliberada em quase todo mundo. Como poderia negar isso justo para Cláudia Cruz, a zoiuda de olhos abuticados que tudo vê, inclusive a roubalheira do marido Caranguejo?

    Estranho.

  5. Figura esquisita

    Essa mulher dele sempre aparece com umas caras estranhas. Não sou especialista, mas dá a impressão que ou toma algum remédio forte ou usa alguma coisa diferente.

  6. política é realmente um paraíso…

    e a mulher, pelo nó que deram com o desmenbramento, o perigo de qualquer outro

    desenhando: só falta prenderem a mulher e inocentarem o “sabi-A-dão”

  7. achei um lugar…

    Na “Divina Commedia” o “Summo” poeta Dante coloca nos nove “ Cerchi ou Gironi”  personagens da época dignos desta homenagem macabra. Em todos eles coloca uma figura proeminente nos maiores crimes daqueles tempos e também dos dias do Brasil atual: ladrões, assassinos, simonitas etc. enfim toda a fauna sintetizada nos dez mandamentos, mas sem aquele que os evangélicos aboliram os de não roubarás.

    Neste inferno, daqueles tempos não existia personagem que pudesse ser incluído em mais destes círculos, mas agora nesta nossa gloriosa republica bananeira com a ajuda de um Lúcifer fantasiado de crente temos a chance de incluir uma personagem para reabrir a “Divina Commedia” o cu-nha para incluir num decimo circulo inédito naquele em que cabe tudo o que de me#$a um sujeito probo piedoso fdp dissimulado representa.

    Nesta altura podemos incluir também no decimo circulo todos os homens do presidente, parece titulo de filme, repetido como farsa.

    Dante seria muito feliz em incluir um capitulo desta nossa saga, vivo estivesse, no entanto desistiria tendo que avançar sobre nefastos personagens representados pr Gilmar Dantas Mendes, o pgr de cabelos brancos pintados estilo senador norte americano, o menino moro, o beato Dallagnol, o FORA TEMER etc.

    No novo decimo “Cerchio” todos eles deveriam constar como moradores e sócios fundadores do inferno incluindo os muitos não mencionados, mas desta forma a “Divina Commedia” estaria mais para enciclopédia Larousse prisional com revisão e inclusões anuais e Dante desistiria.

    Leio que o “Cristão Novo” Barroso é porta voz de uma nova teoria do impixi, bem vindo, o diabo precisa cada vez mais de loucos deslumbrados. Enganou bem na entrada está no lugar certo naquilo no que o stf está com raríssima exceções virando um WC infecto.

  8. Independente do pulha que ele

    Independente do pulha que ele é.

    Procuradores dando entrevistas como se celebridades fossem tratando do réu como se já fossem condenado é um espetáculo grotesto.

    É a sintese do País que estamos nos tornando. Nada justifica essas atitudes de funcionários públicos.

    Ou o Governo Temer da jeito nessa turma ou estaremos perdidos realmente.

     

  9. Lava Oban ou Oban a Jato?

    A Lava Jato é a OBAN da ditadura jurídica-midiática, aplica-se apenas a Genoínos, Dirceus, João Paulos, Delubios, Vaccaris ou seja aos “inimigos da Casa Grande”, gente do PT ou outros “esquerdistas” e “bolivarianos” que a colocam em risco de sobrevivência.

    Cunha e cia ilimitada jamais “virão ao caso”, são apenas armações sem consequências ou entrega de despachantes sem mais utilidade e riscos, lançados para disfarçar e distrair desavisados trouxinhas e maquiar a imagem para o exterior, pois nesse tipo de ditadura a força não pode ser visível, embora escancaradamente refletida nos resultados.

    O “divertido” é que os presos por faltarem provas substanciais contra si, são condenados por ouvir dizer, vir ao caso, porque a literatura jurídica permite, só possível ser e pelo domínio do fato, como corruptos, mesmo sem recursos em bancos e sem contas e relações com off-shore, no exterior. Já os soltos, bandidos substancialmente comprovados e alguns confessos, com delações ou sem delações, não são condenados, livram-se mantendo parte substancial do butim, por colaborarem com os objetivos da OBAN a Jato, não virem ao caso, mesmo que velhos e manjados usuários de off-shores e titulares de contas no exterior, recheadas de dólares e euros subtraídos das sinecuras com que foram contemplados, pelo esquema político armado desde a proclamação da república.

    Enquanto a cunhada de Vaccari é presa confundida com a irmã e sua esposa, madame cunha, solta, leve e lépida, não vem ao caso, mesmo com caminhão de provas saltando pela cena política jurídica-midiática brasileira e ganhando as ruas e os salões de beleza.

    Coisas do Brasil.   

    1. foi por isso que comentei, semanas atrás…

      que os que apoiavam e elogiavam não sabiam o que estavam criando, um bando de fanáticos

      ou viciados em denuncismo e punição

      Globo foi a primeira a perceber e saiu dando força ou premiando

  10. excesso nas entrevistas e nos votos…

    além de ser útil para esconder uma eficiência que nunca existiu, é uma forma de fanatismo

    juízes e procuradores que incorporam a moral são fanáticos

    muito perigosos em qualquer país, e por aqui são louvados, não pela eficiência, muito mais pela verbosida acusatória, quando não ardilosa

  11. Transformar dinheiro tirado

    Transformar dinheiro tirado da Petrobrás em roupas e sapatos de luxo.

    Alô procuradores. Isso não é crime de lavagem de dinheiro e nem de ocultação.

    Isso se chama gastar.

    Gastar não é crime.

     

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