Do O Globo
Descobrir os nomes dos militares que pretendiam continuar a onda de atentados a bomba no Rio de Janeiro — mesmo depois da explosão que matou o sargento Guilherme Pereira do Rosário no Riocentro, em 30 de abril de 1981 — é agora uma das prioridades do Ministério Público Federal (MPF) nas investigações sobre o episódio.
Na última sexta-feira, os procuradores da República do grupo Justiça de Transição, do MPF, denunciaram cinco oficiais e um delegado por envolvimento no caso Riocentro.
A denúncia, que será apreciada por um juiz federal da área criminal, não encerrou as investigações sobre o atentado. Entre os objetivos dos procuradores agora está a identificação do oficial de codinome Luís que teria intimidado a viúva do sargento Rosário, Suely José do Rosário, logo após o ataque.
Em depoimento ao MPF, ela revelou que, pouco depois da morte do marido na ação frustrada de explodir o Riocentro, agentes do DOI a ameaçaram, entre eles um que a viúva identificou como “doutor Luís”.
Os militares foram à casa de Suely, queimaram documentos pessoais do sargento no tanque de lavar roupas da casa e recolheram as folhas de alterações do sargento (espécie de currículo dos militares). Só devolveram os documentos dias depois e com páginas suprimidas.
Os outros dois nomes que os procuradores querem trazer à tona são os dos militares do DOI com os quais o então chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI), general Newton Cruz, reuniu-se depois do atentado, em um hotel de Copacabana. Cruz confessou o fato ao MPF, mas não disse quem eram esses dois integrantes do Grupo Secreto (organização paramilitar de direita que desencadeou atos terroristas para deter a abertura política) com os quais conversou.
O agora general reformado soube do plano de ataque ao Riocentro uma hora antes da explosão da bomba, mas disse que nada podia fazer para impedi-lo. Em depoimento, ele disse que o encontro com os militares do DOI ocorreu entre fim de maio e começo de junho de 1981.
Aos procuradores, o ex- chefe da Agência Central do SNI negou que comandasse os militares com os quais conversou. Disse que queria apenas ameaçá-los e que os dois ficaram com medo de que ele fosse apurar se o Grupo Secreto promoveria mais um atentado a bomba.
O caso está sendo investigado pelos procuradores Antonio Cabral, Sérgio Suiama, Andrey Mendonça e Marlon Weichert, do Ministério Público Federal. A partir de hoje, serão divulgados na página do MPF do Rio na internet os áudios de alguns depoimentos, como o da viúva do sargento Rosário.
Ao todo, os procuradores têm 36 horas de gravação. Como a investigação não é sigilosa, não há problema na divulgação das oitivas. O conteúdo não será totalmente posto à disposição porque alguns trechos ainda vão ajudar em apurações futuras.
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O nome da rosa.
Descobrir os nomes dos militares que pretendiam continuar a onda de atentados a bomba no Rio de Janeiro — mesmo depois da explosão que matou o sargento Guilherme Pereira do Rosário no Riocentro, em 30 de abril de 1981?
Falem com Bolsonaro.
Uma coisa eu não entendo…
…segundo li, a “anistia” foi decretada em 28 Ago 79.
O atentado foi em 30 Abr 81.
Ato terrorista é inprescritível.
Qual a dificuldade para “enquadrar” a turma do atentado?
Sim, Eu sei a resposta.
A pergunta é, mera, retórica.