Na ação contra o Blog, delegada da Lava Jato rejeita representação que assinou, por Marcelo Auler

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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A delegada Érika para negar uma representação feita contra o subprocurador geral da República joga com as palavras. Os documentos, porém, deixam claro a queixa que ela e outros colegas assinaram em 2005. Foto reprodução Internet.

Na ação contra o Blog, delegada da Lava Jato rejeita representação que assinou

Por Marcelo Auler

 Para justificar a ação que move contra este Blog, na qual conseguiu que o juiz Nei Roberto de Barros Guimarães, do 8ª Juizado Especial Cível de Curitiba, decretasse a censura e mandasse suspender duas reportagens aqui postadas – Novo ministro Eugênio Aragão brigou contra e foi vítima dos vazamentos (16/03/2016) e Carta aberta ao ministro Eugênio Aragão (22/03/2016) – a defesa da delegada Erika Mialik Marena, utiliza-se de sofisma. Tenta esconder na interpretação da palavra “relatório” o real objetivo que tinha ao escrevê-la.

Assim, uma representação que ela assinou em 2005, com acusações diretas à servidora Wanine Santana Lima, então coordenadora-geral do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional – DRCI e ao subprocurador geral da República Eugênio Aragão, hoje é tratada como sendo um “relatório interno”.

Como lembra o subprocurador Eugênio Aragão, antes mesmo dele tomar conhecimento das acusações que lhes foram feitas, a denúncia saiu na Folha de S. Paulo.

Discutir se era relatório ou representação é uma mera questão semântica pois, no fundo o documento tinha como objetivo denunciar dois servidores públicos. Tanto que, elaborado em 4 de outubro de 2005, quando os delegados e peritos ainda estavam em Nova Iorque, ele virou manchete da Folha de S. Paulo, em 5 de novembro. Com a divulgação, serviu de base para a instauração de um inquérito administrativo na Procuradoria Geral da República (PGR) contra Aragão.

Neste inquérito ficou provado que a representação mostrou-se totalmente despropositada. Mas o parecer final desta Comissão de Inquérito só ficou pronto em agosto de 2006, deixando claro que o procurador, tampouco a servidora, não tinham obstado o trabalho das investigações em torno do escândalo do Banestado.

Na verdade, os dois foram a Nova Iorque – ele, por determinação expressa do procurador-geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza – para acertarem a remessa dos documentos sigilosos, que estavam sendo entregues diretamente aos delegados federais, por meio do Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal (MLAT – Mutual Legal Assistant Treaty) que Brasil e Estados Unidos assinaram em 2001. Por ele, a documentação com segredos bancários não poderia ser entregue nas mãos dos policiais, mas deveria percorrer a via diplomática, chegando ao Brasil via Itamaraty e DRCI, até como forma de não ser futuramente anulada no Supremo Tribunal Federal.

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4 Comentários

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  1. Fóóóóó´ra golpistas!!! Coisa

    Fóóóóó´ra golpistas!!! Coisa estranha uma delegada mover ação contra um blog. Isso não é normal. Imagina-se que a delegada está atendendo pedido de alguém. De quem poderia ser. Só pode ser de alguem da miríade.

  2. Nenhuma novidade.
    A

    Nenhuma novidade.

    A deterioração das instituições é tão evidente que resultou num golpe de estado legitimado pelo STF.

    Daqui em diante a tendência é o crime se tornar uma política de Estado.

    Refem do abuso criminoso, a sociedade brasileira será empurrada para uma resistência considerada irritante e criminosa autorizando o uso crescente da violência estatal.

    Foi o que ocorreu a partir de 1964. É o que já está ocorrendo nas escolas paulistas… sob o silêncio obsequiso ou com os aplausos insandecidos da grande imprensa.

     

     

  3. Não é essa tal delegada que

    Não é essa tal delegada que era chamada de “a favorita” para uma suposta substituição do chefe geral da PF, o Daiello?

    Não era ela parte do grupo de delegados “aecistas” que fazia campanha para o eterno medalha de prata e multi-delatado nas eleições de 2014?

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