Moro força elo com Dilma na ordem de prisão contra Bendine

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – O juiz Sergio Moro usou um trecho da delação de Marcelo Odebrecht que faz menções indiretas à presidente deposta Dilma Rousseff para prender o ex-presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. À Lava Jato, Marcelo insinuou que Bendine foi “indicado” por Dilma para o comando da estatal, em meio à Lava Jato, para fazer a “interlocução” entre o governo e as empresas investigadas.
 
As insinuações aparecem em dois trechos do depoimento de Marcelo. Um deles relata suposto encontro entre Marcelo, Bendine, André Gustavo Vieira da Silva (acusado de operar o pagamento de propina) e Fernando Ayres da Cunha, ex-executivo da Odebrecht.
 
“(…) a gente basicamente conversou sobre as dificuldades que estava levando a Lava Jato, a questão dos bloqueios, a questão de tudo, a questão dos financiamentos, ele se colocando sempre como a pessoa que, uma das pessoas que o governo [Dilma] tinha escolhido interagir com as empresas para resolver esses problemas”, disse Marcelo.
 
Em outro momento, Marcelo é mais específico e no lugar de “governo” tenta implicar Dilma diretamente. 
 
“Quer dizer, o cara é nomeado por ela, recém-eleito presidente na Petrobras, a gente cheio de problemas na Petrobras, Lava Jato, muda de figura”, disse, explicando porque só teria aceito pagar propina a Bendine quando ele foi alçado ao comando da Petrobras. Na delação, Marcelo conta que Bendine vinha tentando receber R$ 17 milhões referentes a contratos da Odebrecht Agroindustrial com o Banco do Brasil, mas o pagamento teria sido negado até então.
 
“A razão pela qual eu trago esse tema foi para mostrar o seguinte, uma razão pelas quais eu cedi o achaque foi porque eu tinha tido essa reunião com ele, onde além de presidente da Petrobras ele tinha sido nomeado um dos interlocutores com as empresas envolvendo a Lava Jato para resolver o problema, quer dizer, imagine a situação”, endossou Marcelo Odebrecht.
 
Segundo as investigações, anotações de Marcelo provam o encontro com Bendine na casa de André Gustavo.
 
André Gustavo teria recebido os pagamentos registrados pelo setor de propinas da Odebrecht, em São Paulo. Mas, segundo ele, os repasses estão ligados à sua empresa de consultoria, e não à propina ao ex-presidente da Petrobras.
 
“André Gustavo Vieira da Silva alegou que promoveu encontros entre Marcelo Bahia Odebrecht e Aldemir Bendine e que recebeu os aludidos 3 milhões de reais em espécie. Alega, porém, que foram pagamentos por consultoria supostamente prestada por sua empresa MP Marketing Planejamento Institucional e Sistema de Informação Ltda. ao Grupo Odebrecht, especificamente para a Odebrecht Ambiental. Apresentou duas notas fiscais que teria emitido, ambas em 05/03/2015, relativamente aos serviços, mas que afirma terem sido canceladas a pedido da Odebrecht que insistiu no pagamento em espécie.”
 
Mas, para o juiz Sergio Moro, “o relato de André Gustavo não guarda correspondência com os depoimentos dos colaboradores e com o fato do pagamento ter sido efetuado pelo Setor de Propinas da Odebrecht. Fosse negócio regular, de se esperar o pagamento pela Odebrecht pelas vias usuais.”
 
O juiz ainda disse que a quebra de sigilo da empresa de André levanta suspeitas sobre ela ser de fachada. 
 
Além disso, a devassa revelou pagamentos recebidos pela J&F Investimentos, do Grupo JBS. O executivo Ricardo Saud teria dito em acordo de delação que “utilizava os serviços de André Gustavo Vieira da Silva para repasse de propinas a agentes políticos”. 
 
Moro determinou a prisão temporária de Bendine e já tentou afastar as críticas de que a medida escondia a intenção de arrancar-lhe uma delação premiada.
 
“A medida, por evidente, não tem por objetivo forçar confissões. Querendo, poderão os investigados permanecer em silêncio durante o período da prisão, sem qualquer prejuízo a sua defesa.”
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. QUE COINCIDÊNCIA!?SURGE UM
    QUE COINCIDÊNCIA!?SURGE UM ESCÂNDALO PETISTA LOGO AGORA Q O POVO COMENTAVA O ESCÂNDALO DO BANK BOSTON E O DO MEIRELLES,HUUUM É O PADRÃO CARF DE QUALIDADE PIGUISTA(DE PIG!)INVERTEM-SE AS ORDENS DA LÓGICA(OU SERIA DA CONSTITUIÇÃO!?)VIVA OS GOLPISTAS MANIPULADORES MAGISTRAIS!

  2. ISSO É TÍPICO DO JOVEM QUE

    ISSO É TÍPICO DO JOVEM QUE PRA AGRADAR AO PAI, SACRIFICA A VOCAÇÃO NATURAL.O MORO SERIA UM EFICAZ DELEGADO DE POLÍCIA. TAI NO QUE RESULTOU !

    O viés policialesco do rapaz sérgio moro, vai terminar por levá-lo a determinar sua própria prisão em regime fechado. Medida que aliás, vinda de um juizeco justiceiro desse, por certo, não causará a ninguém, a menor estranheza.

    Orlando

  3. Bendine: temendo futuro, Moro faz Banca de refém

    Ex-CEO do BB preso: temendo futuro, Moro faz Banca de refém

    Por Romulus

    Hoje surge no noticiário a execução de um mandado de prisão expedido por Sérgio Moro contra o ex-Presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.

    Mais uma vez, para dar o salto… hmmm… “jurídico” (aspas!) da empreitada, Moro/ Dallagnol servem-se do seu “delator-coringa”:

    – Marcelo Odebrecht.

    (sempre ele…)

    O primeiro “delator-coringa”, como sabemos, era Alberto Youssef.

    Freguês da “casa”…

    Que tantos serviços prestou a Moro e Dallagnol no início da Lava a Jato…

    Pois bem.

    Desta feita o coringa M. Odebrecht resolveu dizer que um tal de “Cobra”, lá da sua planilha de propinas/ caixa 2, seria, na verdade, codinome usado para identificar… Bendine.

    Segundo a “narrativa”, “Cobra” teria recebido R$ 3 milhões para “não prejudicar a Odebrecht em negócios com a Petrobras”.

    Na sequência, em cima disso (?!), Moro manda prender Bendine.

    *

    A “narrativa” não bate

     

    LEIA MAIS »

     

  4. Mais um CQD com relação a: a)

    Mais um CQD com relação a: a) prisões arbitrárias, ao arrepio dos códigos legais; b) humilhação e constrangimento de indiciados para extrair delações envolvendo a tríade Lula-Dilma-PT; c) O Juiz Moro desmerecendo esse título que carrega e se assumindo como membro do Ministério Público. 

    Não coloco a mão no fogo por ninguém, mas acho, apenas suspeito, que Bendine foi envolvido nisso apenas,…….precisa explicar?

    Que canseira isso tudo!

  5. O juízo final está próximo

    Agora passarei a acreditar nos profetas do apocalipse.

    O juízo final está chegando e será presidido pelo Moro.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador