Interrogatório de Delcídio mostra como a Lava Jato forma sua convicção

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Membro do MPF conduz depoimento para que ex-senador confirme a tese de que Lula sabia exatamente o que fazer com a Petrobras para se perpetuar no poder

Jornal GGN – Na sexta, dia 16 de setembro, o Estadão publicou no Youtube o vídeo do último depoimento do ex-senador Delcídio do Amaral à Lava Jato. Este vídeo serve como um bom exemplo de como a força-tarefa usa a “teoria do fato” para colocar Lula no topo da pirâmide de toda a corrupção existente no plano federal. A teoria foi tratada em artigo de Luis Nassif, aqui no GGN, nesta segunda (19).

Em “Xadrez do não temos provas, mas temos convicções” consta a seguinte definição da teoria: “Antes de começar a investigar os investigadores montam uma hipótese de partida, e apegam-se a ela como se fosse matéria de fé. Julgam que qualquer correção da rota inicial poderá ser interpretada como erro. Insistindo na narrativa inicial, acabam forçando a barra, minimizando informações que não a confirmem, e forçando a busca de evidências que a reforcem.”

No caso de Delcídio – principal delator da Lava Jato contra Lula – essa “forçada de barra” está estampada na maneira como o representante do Ministério Público Federal conduz o interrogatório. 

Em diversos momentos, o interrogador não aprofunda denúncias que fujam de Lula – inclusive as que remetem ao governo FHC – e, quando faz perguntas sobre o ex-presidente, é sempre com a intenção de confirmar que ele sabia de tudo o que o ocorria na Petrobras, desde o início, e que a distribuições de cargos tinha um objetivo claro: arrecadar dinheiro para partidos.

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De acordo com o Estadão, o depoimento ocorreu em parceria com a Procuradoria Geral da República, onde há investigações sobre organização criminosa e obstrução de Justiça envolvendo Lula.

Delcídio chamava o procurador constantemente de “doutor Januário”, que pode ser Januário Paludo. Segundo o portal do Ministério Público Federal, ele integrou a equipe da Lava Jato em Curitiba, coordenada por Deltan Dallagnol, e agora atua como “colaborador”. 

O INTERROGATÓRIO

A primeira coisa que doutor Januário quis saber de Delcídio, dado seu protagonismo nos anos Lula e Dilma, foi a maneira como o governo foi configurado para acomodar aliados políticos a partir de 2003. Foi quando o ex-senador tentou explicar o impacto do mensalão (AP 470) no processo.

Segundo Delcídio, para facilitar a compreensão, o governo Lula precisava ser dividido em “duas etapas”. “Primeiro, quando começa o governo, o PT e partidos que apoiaram Lula desde o início – PL, PDT, PCdoB – eles, nos primeiros dois, três anos de governo Lula, tiveram protagonismo grande dentro da estrutura de cargos não só da Petrobras como de todo o governo. No caso específico da Petrobras, existia à época dois diretos, Renato Duque e depois o Nestor Cerveró. O Rogério Manso, que era diretor de abastecimento de Fernando Henrique Cardozo, continuou [mexendo com refinarias, oleodutos, comercialização de combustíveis]. Aparentemente era estranho que um diretor de abastecimento do governo FHC continuasse no governo Lula, mas houve acordo na época, com Antonio Palocci, no sentido de que Manso fosse mantido.”

O doutor Januário não quis saber detalhes do acordo para manter o ex-diretor de FHC na Petrobras. Prosseguiu questionando se já nos idos de 2003, os partidos que recebiam diretorias na estatal sabiam que podiam usá-los com “objetivos arrecadatórios”. É quando Delcídio volta a insistir na divisão do governo Lula em períodos antes e pós-mensalão, e deixa dois pontos bem claros: 

1. A corrupção passou a ser “sistêmica” quando o PMDB entrou na jogada, para dar sustenção ao governo na crise do mensalão.

2. O esquema de pagamento de propina de empresários interessados em obter contratos vultosos já existia antes da chegada do PT ao poder.

Disse Delcídio: “Há duas etapas muito claras. Na primeira fase do governo, não havia essa movimentação ou essa operação do ponto de vista de estrutura de campanha. Podiam existir situações episódicas, mas não era operação sistêmica. Isso aconteceu de 2005 para cá, aí sim os diretores passaram a exercer protagonismo político e gerencial muito mais intenso que na primeira etapa. E porquê eu faço esse registro, se o senhor me permitir…”

Neste trecho, Delcídio foi interrompido pelo procurador, que sentenciou: “Mas era sabido, desde o início do governo, que os diretores nomeados deveriam arrecadar dinheiro para os partidos que sustentavam a base. Isso era sabido por quem? Essa é a pergunta.”

Delcídio respondeu e, a partir daí, passou a colocar suas falas nos trilhos que levam a Lava Jato a Lula.

“Nesse início”, comentou, “isso [o esquema na Petrobras com fins arrecadatórios] era muito restrito. Era um grupo muito pequeno que tinha conhecimento ou ação sobre esse processo. O senhor viu que pela configuração que praticamente toda a diretoria da Petrobras [no início do governo Lula  era puro-sangue, do PT. Era muito restrito à estrutura maior partidária e evidentemente à própria presidência da República e à presidente Dilma, que era ministra de Minas e Energia. Tudo passava por ela também. Quando houve esse movimento…”

O procurador novamente interrompeu para saber “quem fazia parte desse grupo restrito?” que tinha conhecimento de que o PT usava a Petrobras para formação de caixa dois de campanha.

“No caso do PT, era o presidente do partido à época, e o tesoureiro, que era o Delúbio [Soares]. Lula participou ativamente dessas definições todas. A ação de Lula na Petrobras foi mais intensa, não só sob o ponto de vista da arrecadação, mas porque a Petrobras foi usada na agenda de desenvolvimento.”

Depois de listar Dilma, Lula, Delúbio e José Genoíno (que assumiu a presidência do PT após José Eduardo Dutra ser alçado ao comando da Petrobras), Delcídio ficou alguns segundos em silêncio e se corrigiu sobre Dilma: “Não sei se Dilma participou ativamente das indicações [dos cargos], não posso garantir, mas ela poderia presumir o que estaria por trás das indicações. Mas não sei se ela tinha total ciência da amplitude das ações dos diretores nomeados. Acredito que ela presumia.”

“Havia então essa indicação, já no início do governo, de intuito arrecadatório. Assim: propina, é isso?” Lula, então, sabia do que acontecia desde o início, questionou mais uma vez o procurador.

Delcídio, então, tentou concluir sua tese a respeito do impacto do mensalão no governo Lula. Disse que somente após a crise é que Lula admitiu que a ideia de José Dirceu de levar o PMDB para a base aliada do governo seria essencial a sobrevivência do mesmo. Inclusive para evitar um processo de impeachment. Quando PMDB e PP ganharam espaços antes ocupados por indicados do PT é que se “escancarou” a corrupção na estatal.

“Aí a máquina opera para atender partidos importantes da base para garantir a dita governabilidade. As coisas ficam mais escrachadas”, disse.

Mas emendou, em seguida, que essa questão de arrecadação na Petrobras não vem desse governo. Vem de outros. Esse governo sistematizou e colocou as diretorias a serviço de partidos da base para garantir a sustentabilidade política do governo. Por que chegou a esse nível? Não só por razões políticas, mas porque a Petrobras foi usada como vetor de desenvolvimento do País. Entra o discurso do pré-sal, do modelo de partilha, do discurso do petróleo é nosso, não à privatização, do conteúdo nacional, das construções de estaleiros. Criaram um volume de projetos na companhia que ela se tornou a grande arrecadadora.”

Em suma, é pela importância dessa agenda para o sucesso do governo que Delcídio supõe que o ex-presidente sabia de tudo o que ocorria na Petrobras. “A Petrobras no governo Lula era espécie de ícone na estrutura de governo. Então merecia atenção especial e atuação particular dele no processo.”

E seguiu assim o diálogo:

Procurador: De que forma Lula comandava esse processo. Através de quem?

Delcídio: Na verdade, ele conversava com certa frequência com os diretores e o presidente. Eu tive muito pouco contato, estive em poucas reuniões. Mas quem fala com o presidente da República é o presidente da Petrobras, que não responde ao Ministério de Minas e Energia.

Procurador: E como se dava o processo arrecadatório de propina?

Delcídio: Isso era o partido que executava. Evidente que ele [Lula, como conversava com outros partidos, tinha acompanhamento em tempo real de como os partidos agiam na Petrobras. Ele tinha ciência. Não entrava na execução, mas ele sabia o que estava acontecendo.

Para sustentar sua tese, em outra passagem, Delcídio disse que as substituições na Petrobras ocorriam quando as lideranças partidárias informavam seus interesses ao chefe da Casa Civil. “Este agendava reunião com Lula para discutir os temas. Petrobras não tem como não passar pelo presidente.”

Tanto que Lula tinha conhecimento de quanto cada diretor arrecadava”, aponta Declídio, no caso do PT. Dos outros partidos, uma ideia dos valores, até porque ele conversava com os empresários. Ele tinha uma noção pelo tamanho dos negócios, mesmo não tendo detalhes.”

Delcídio, nesse depoimento, também qualificou o Petrolão como um esquema com o objetivo de “perpetuar o PT no poder”, exatamente como fizeram os procuradores da Lava Jato na denúncia contra Lula no caso do triplex.

O procurador só se deu por “satisfeito” quando Delcídio comentou os episódios do mensalão, da ameaça do impeachment de Lula e estendeu a corrupção sistêmica do PT e aliados para outros setores, como o de energia, com o PMDB reina desde que chegou à base aliada. O mesmo argumento foi usado pelo MPF quando da criação da “propinocracia”.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

26 Comentários

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  1. Prisão para esses safados

    O que prevê a constituiçõ para servidores do judciciário e do MP que agem em desacordo com a Lei? Cumpra-se o que está escrito na constituiçao. Ah! me esqueci de um detalhe. Estamos numa ditadura onde as leis foram abolidas. STF pra que serve?

  2. Delação totalmente arrajada, dirigida, pressionada.

    Se no Brasil vigorasse o Estado Democrático e de Direito, JAMAIS seriam permitidos crimes continuados como acompanhamos há mais de uma década serem cometidos por policiais federais, procuradores do MP e juízes. A Fraude a Jato é uma ORCRIM institucional, como há mais de um ano tenho afirmado em comentários. O Estado fascista vigora no Brasil.

    É preciso que os jornalistas independentes, assim comos os cientistas sociaIs e políticos deixem a omissão e a covardia e chamem os crimnosos da Fraude a Jato pelo que de fato são: CRIMINOSOS ORGANIZADOS QUE TOMARAM A PODEROSA E SEM CONTROLE BUROCRACIA  DO ESTADO, USANDO-A POLÌTICAMENTE, PARA ANAIQUILAR A ESQUERDA, O PT E SEUS LÍDERES, DEIXANDO O CAMtTPO LIVRE PARA QUE AS OLIGARQUIAS PLUTOCRÁTICAS, ESCRAVOCRATAS, FINANCISTAS E ENTREGUISTAS RETOMEM O CONTROLE DE TODOS OS PODERES, SOBRETUDO O EXECUTIVO FEDERAL.

    1. “O Estado fascista vigora no

      “O Estado fascista vigora no Brasil.”

      Quem dera !!

      Apesar dos milhões de defeitos do fascismo, pelo menos o fascismo defende o interesse nacional dos países onde é aplicado. Um governo Fascista jamais iria entregar pré-sal ou botar o país em liquidação. 

      O que temos no Brasil é o típico “liberalismo autoritário latino-americano” !!! Combina o pior do fascismo com o pior do liberalismo !!! O Programa anti-povo liberal com o ódio e violência do fascismo…

      A liberal-democracia é uma fraude !!! Ela só se sustenta na repressão. Daí essa confusão entre fascismo e liberalismo tão comum nos dias de hoje !!!

  3. Como é mesmo?

    Então, todo mundo tinha conhecimento dos desvios na Petrobras.  E como é que o Delcidio explica que aceitou ser o lider de um governo corrupto?  Seria uma confissão ou uma vingança contra o PT, que o abandonou?

  4. Será que ninguém via isso durante os anos dourados !!

    Este cabra  sempre  esteve infiltrado…Assim como os Sarneys, Barbalhos, Collors  et Caterva…

    Se liga SENZALA !!   Quem dorme com morcego, acorda com a cabeça prá baixo !!

  5. Marcela e o FORA TEMER

    Segundo noticiário até a esposa do Temer a Sra. Marcela teria falado FORA TEMER. segundo se noticia ela recebeu uma ligação de uma pessoa conhecida que perguntou o seguinte: Marcela lém do seu filho tem outras pessoas ai na sua casa?Sem pestanejar marcela respondeu; FORA TEMER só tem meu filho. Dizem que ele ficou tremendo de raiva.

  6. Para conhecer os metodos interrogatorios da Lava-jato

    Imprescindivel assistir a atuaçao do promotor publico Jack McCoy no seriado Law and Order: perguntas sobre medida para trazer confusao ao reu, escolha das respostas que comprometem o mesmo, uso de informaçoes nao confirmadas e nao mostradas à defesa, blefes, etc. Como disse o Nassif: é a formaçao luterana da justiça americana, que certamente tambem influencia a atuaçao do pastor Deltan…

  7. Delcídio falou que o Lula

    Delcídio falou que o Lula sabia de tudo?

    Disse o que os caras queriam?

    Pronto, gente. É isso: basta soltar o que eles querem ouvir que tá em casa.

    Simples.

  8. Eu vou guardar o link da

    Eu vou guardar o link da notícia da prisão do Lula.

    Daqui a uns 20 anos eu vou fazer questão de ler novamente e constatar que ninguém mais foi preso por, bem, “corrupção”. Bom, mais exatamente, ninguém que não seja do PT, talvez.

    Daí eu vou constatar o que pra mim é óbvio: que a História se encarrega de mostrar os eventos e que eles, concatenados, evidenciam e provam teses.

    No Brasil somente certas figuras merecem o escracho e a cadeia. Não importa o crime, não importa inclusive a existência ou ausência dele. Sendo a figura marcada para ser alvo, pouco importa: cedo ou tarde ela cairá por força do enredo criado.

    Desde que se crie a narrativa, que se crie o estado de coisas, qualquer factoide se torna factível e, ato contínuo, fato.

    E estarão lá justificativas e mais justificativas que darão suporte à verdade forjada. Coloque aí a mídia para confirmar e bombardear o evento e tornar o ato inquestionável.

    Orwell manda recordações.

  9. OH !

    Como são engraçadinhos ! Primeiro se combina o que vão falar e qual a pena (?), a partir da delação. Envia-se tudo para o Chefão Janot ( aquele que verdadeiramente sabe de tudo), para  que ele emita sua opinião. Se ele concorda e simplesmente dá sua contribuição, a mutreta segue adiante. Se não, cancele-se a Delação Premiada ou(es)premida, como já se diz por aí.

    Conclusão minha:  O dr. JANOT é o comandante SUPREMO no país, já que está por dentro de tudo. Como está sempre viajando p/ EUA, concluo que as idéias e o pagamento  são  feitos por este glorioso país.

    Estarei certa, em minha objetividade? Ou é simplismo demais p/ uma operação tão complexa, que dá orígem a tantas teses, tanto agora, mas principalmente a partir de agora.

    O PT não poderia ter ganho as eleições jamais, pois não sabiam, nem supunham o que era governar um país de crápulas. Até o Temer já está  sentindo na carne.

  10. o boca aberta da prisao

     Alguns meses na prisao da PF de um senador acostumado a vida de regalias creio que acusaria ate a mae que roubou a petrobras para sair de lá, a delação feita de forma forçada, ate mesmo torturante para o réu não tem credibilidade, a não ser que mostre fatos concretos.

  11. A cartilha da lava jato é

    A cartilha da lava jato é exatamente esta. Os operadores da investigação forjaram uma narrativa atendendo à conveniências políticas, em plena sintonia com o calendário do impeachment. Graças a conivência do STF e a bravura mal disfarçada do PGR, Eduardo Cunha liderou o processo e foi descartado quando passou a ser um empecilho ao governo ilegítimo.

    A enxurrada de prisões preventivas forneceu a munição – delações premiadas –  necessária à incriminação de alvos pré definidos. No seu depoimento, Delcídio amaral apresesenta-se como um mero espectador do esquema e atribui a autoria da organização criminosa ao Lula, é claro. Jogada mais ensaida, impossível. Assim, vai pra casa com uma tornozeleira e caso encerrado.

    Eis o desfecho do republicanismo petista. Dilma caiu e a inelegibilidade do Lula está no forno.

     

  12. Linchamento era coisa da idade média

    O caso Lava Jato tera mesmo que ser objeto de estudo nas escolas de Direito. As delações são um fraglante do tipo de jusitça que estamos vivendo. Um “no man’s land”. Eh incrivel, na forma como são feitas, de como podem ser utilizadas no indiciamento. O que aconteceu com Delcidio do Amaral antes dele aceitar a fazer uma delação? Segundo se sabe, ficou preso numa salinha, quente, inalando fumaça durante três horas….  Como diz o americano no caso Lula na ONU, o primitivo sistema judicial brasileiro”. E põe primitivo nisso.

  13. história pra boi dormir

    Mas não tinha uma história de que a delação só é válida se houver provas que a corroborem? Ou isso só serve para uns casos e outros não? Foi mesmo a convicção que substituiu as provas de uma vez por todas? 

  14. O que fazer?

    Ouço muita coisa, leio que os abusos são claros, que a conduta do Moro e MPF é, no mínimo, autoritária. Os advogados vão à ONU, juristas escrevem textos e mais textos denunciando as práticas fascistas… MAS E AÍ? O uqe de prático tem acontecido para frear este pessoal? Quando a canoa vai virar, como escreve PHA?

  15. O que fazer?

    Ouço muita coisa, leio que os abusos são claros, que a conduta do Moro e MPF é, no mínimo, autoritária. Os advogados vão à ONU, juristas escrevem textos e mais textos denunciando as práticas fascistas… MAS E AÍ? O uqe de prático tem acontecido para frear este pessoal? Quando a canoa vai virar, como escreve PHA?

  16. O que está claro no
    O que está claro no depoimento do Delcídio é que Lula deveria saber que, se a partir de certo momento o PMDB, para dar apoio ao Governo exigiu como contra-partida mandar em setores chaves da Petrobras, é porque Lula sabia também que o roubo estava prestes a tomar conta daquela empresa, já que, ao que Delcídio deixa transparecer, o PMDB é sinônimo de roubo. Acontece que Lula não poderia fazer este juízo do PMDB, mesmo que soubesse que os interesses daquele partido eram no mínimo suspeitos. Nenhum governo de coalizão pode pressupor que seus aliados estão a querer roubar nos cargos que lhes cabem preencher. Senão, o que seria do atual e festejado pela mídia governo quadrilheiro de Temer, todo composto em cima do mesmíssimo PMDB? O resto é farofa mal mexida.

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