Nunca tratei da tramitação de MPs, diz Mercadante

Jornal GGN – Em resposta a questionamentos da Justiça Federal, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que nunca lidou com a tramitação de medidas provisórias que beneficiaram o setor automotivo, suspeitas de terem sigo negociadas.

Sobre uma das MPs, a  nº 512/2010, o ministro disse que não tratou do assunto porque, quando assumiu o Ministério da Ciência, em 2011, a medida já havia sido elaborada e encaminhada ao Congresso. Ele argumenta que sua única participação foi “a sanção formal da lei”. Mercadante e outras 11 autoridades, entre elas a presidente Dilma Rousseff, foram arroladas como testemunhas na ação penal da Operação Zelotes.

Do O Globo

Zelotes: Mercadante diz que nunca tratou de tramitação de MPs
 
No entanto, resposta do ministro à Justiça Federal tem informação errada

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em resposta a questionamentos da Justiça Federal do Distrito Federal, disse que nunca tratou da tramitação de três medidas provisórias (MPs) que beneficiaram o setor automotivo e sobre às quais há suspeita de que possam ter sido negociadas. Sobre uma dela, a MP 512, Mercadante disse que o Congresso a aprovou em 27 de abril de 2011, quando não era mais parlamentar e ocupava o posto de ministro da Ciência e Tecnologia. No ofício entregue à Justiça, ele sustentou que a pasta comandada por ele na época não tinha relação com o assunto. No entanto, quando editada em 2010, a MP levou a assinatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de três ministros, entre eles Sérgio Machado Rezende, antecessor de Mercadante no Ministério da Ciência e Tecnologia.

“Quando da aprovação da Medida Provisória nº 512/2010, aprovada pelo Parlamento Federal, em 27 de abril de 2011, informo que não tratei do assunto objeto da citada Medida Provisória, uma vez que eu não mais detinha mandato de Senador da República, porquanto, àquele tempo, estava exercendo o cargo de Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia e Inovação, em cuja Pasta não se abarcam atribuições correlacionadas com o teor da referida Medida Provisória”, escreveu Mercadante.

Questionado pelo GLOBO porque disse não haver relação entre a pasta e a MP, o ministro respondeu, por meio da assessoria de imprensa: “Porque, quando assumi o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em janeiro de 2011, a MP 512/10 já tinha sido elaborada e encaminhada ao Congresso Nacional, em 25 de novembro de 2010. E quando a MP 512/10 foi aprovada no Congresso Nacional, em 19 de maio de 2011, eu era ministro e novamente não tive nenhuma participação em sua votação e aprovação. A única participação inerente ao cargo de ministro foi a sanção formal da lei da qual não participei nem da elaboração nem da aprovação.”

Mercadante e outras 11 autoridades, entre elas a presidente Dilma Rousseff, foram arroladas como testemunhas na ação penal da Zelotes, mas não são obrigados a comparecer na audiência. Eles podem responder por escrito. Até agora, além de Mercadante, apenas o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) já fez isso, informando que não tem nada a declarar sobre os fatos investigados.

Foi o lobista Eduardo Valadão, réu na Zelotes, que pediu para ouvir Mercadante. O ministro disse não conhecê-lo. “Por fim, exclusivamente considerando o nome Eduardo Gonçalves Valadão, registro que não reconheço referido cidadão, e, portanto, posso assegura que nunca tratei do assunto em tela, ou de qualquer outro, com essa citada pessoa”, escreveu Mercadante. Em relação à MP 471/2009, Mercadante disse que, apesar de ter mandato de senador na época, não participou da votação, uma vez que estava afastado da atividade parlamentar por ordens médicas. Já a MP 627/2013 é da época em que ele foi pela primeira vez ministro da Educação, pasta que não tinha relação com o tema.

 

Redação

10 Comentários

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  1. Incrível como uma operação

    Incrível como uma operação para investigar sonegação fiscal da elite brasileira na CARF  vira um circo contra o PT.

    E tudo começou com uma denuncia sem provas sobre o envolvimento do filho de Lula.

    A depois disso…  Lula não saiu mais da Zelotes.

    Por exemplo… a GERDAU corrompeu funcionários da CARF para reduzir sua dívida de 800 milhões para 60 milhões…

    E o SANTANDER?

    O que aconteceu afinal com a ZELOTES?

    Mais uma vez a mídia diz o que o MP, PF e juízes devem fazer?

    Querem apurar corrupção ou é uma caça a bruxa ao PT?

  2. enquanto isso, essa farsa vai

    enquanto isso, essa farsa vai sendo empurrada com a barriga pela

    grande mídia golpísta, diretamente envoklviuda nessa

      operação zelotes – a rbs, afiliada da globo..

    e o apresentador da rbs ainda manda cuspir no lula…

    brincam com fogo        

  3. Esse é confiável .
     Ele já

    Esse é confiável .

     Ele já pediu demissão em caráter IRREVOGÁVEL.

      O IRREVOGÁVEL dele durou 2 horas e 10 minutos.

       É uma figura patética !

  4. Hipocrisia: esporte nacional.

    A hipocrisia que é lubrificante permanente das relações sociais, desde os trópicos até a Groelândia, de Vladvostok até as Ilhas Galápagos.

    Todo mundo sabe que o mundo não duraria outro dia se cada um de nós dissesse o que pensa (de verdade) ao seu vizinho.

    Mas há limites, porque o lubrificante usado em viscosidade incompatível, engrossa e trava as engrenagens…ou escorre e não lubrifica nada…

    É o caso aqui na terra tupinambá.

    Ora raios, que ministro nunca tratou de tramitação de MP…Que bosta é essa, para que serve então a função de articulador institucional do governo com outras casas e poderes e sociedade civil?

    Então, um ministro, em nome da Presidenta que mandou mensagem ao Congresso ou uma MP para tratar de interesses de setores importantes da economia do país não vai receber ou tratar o tema com diversos interlocutores e não sofrerá pressões para encaixar ou excluir essa ou aquela diretriz?

    O problema é como o troço é feito, e pior, quem é o alvo ou o beneficiário.

    Se é uma ação política de um governo petista destinada a favorecer ou incrementar setores que se encaixem em sua visão estratégica (certa ou errada, quem deve julgar é o eleitor) chama-se de corrupção.

    Governos dos EUA favoreceram (e favorecem) cada setor de seu parque industrial e de serviços, promiscuindo guerras de encomenda com a Blackwater *, Haliburton, etc…

    Roosevelt meteu a mão do Estado para subvencionar e dar expertise a grandes grupos nacionais de lá para reconstruir/expandir os EUA pós-depressão. Daí nasceram as gigantes dos bens de capital, de serviços e engenharia de lá.

    Capitalismo sem dinheiro do Estado não existe, caros hipócritas.

    Quem é que paga as campanhas que a cada dia ficam mais caras pelo aprisionamento das eleições feitas pela “legislação eleitoral”, que obrigou os partidos a ficarem totalmente reféns das empresas e grupos de mídia? Aliás, esse processo em si não é uma coincidência, como podemos imaginar.

    A hipertrofia do TSE e de suas atribuições (sua existência em si é um jaboticaba com mutação genética grave) o crescimento da influência das empresas de marketing, pesquisa e das redações nas eleições é um  fenômeno em que as variáveis estão para cada um delas como causa e efeito.

    O caixa dois eleitoral passa pela atuação protagonista do Judiciário, que entra criando dificuldades, empurrando para as empresas de comunicação a construção das facilidades.

    Mas aqui é pecado capital ministro tratar de assuntos de empresas no governo. Justamente as empresas que bancaram a eleição do governo ao qual serve. O que esperavam, almoço grátis?

    Caras de pau…

    Cada governo desse país, seja em botocúndia ou na capital mais provinciana e cafona do mundo, mas metida a megalópole cosmopolita, SP, os dinheiros públicos cevaram interesses privados.

    Olha o Metrô aí minha gente, chora cavaco (e Covas)!!!

    Mas naquele caso era tudo gente francesa ou alemã, vixe!!!! Merci ou danke…

    O que é a reunião do Copom afinal?

    Um bando de gente reunida discutindo como satisfazer o apetite do Pantagruel por juros e bilhões de reais.

    E o que é pior, sem MP, sem possibilidade de mediação do Congresso ou de qualquer outro instrumento externo de controle, só a nata, o creme do creme…

    Pois é…

     

     

    *Blackwater: Maior empresa de merceenários multinacional estadunidense que chegou a ter mais tropas regulares que as FA dos EUA no Iraque. Acusados do massacre de Falujah (retaliação pela morte de “pacificadores” privados por iraquianos insurgentes). Usados pela primeira vez em solo dos EUA e contra nacionais daquele país (os pobres e pretos, naturalmente), e para estarrecimento geral, como força de “dissuasão” nos tumultos em NOva Orleans pós Katrina.

    1.  
      DE FATO, A HIPOCRISIA É O

       

      DE FATO, A HIPOCRISIA É O ESPORTE MAIS PRATICADO NO PAÍS – MESMO QUE ALGUNS PENSEM SER O FUTEBOL.

      Perfeito Mark. Mesmo concordando  com sua excelente abordagem, no meu comentário, vou descer mais ao rés-do-chão por onde chafurdam os suínos. Todos estes canalhas são, digamos assim, hipócritas acanalhados. Ou seja, são aqueles sujeitos hipócritas aparentemente normais, mas, que agregam à própria hipocrisia natural, um vezo mais infame, vil, e abjeto.  Tornando-se assim um verdadeiro velhaco, um patife, de grei acanalhada.

      Um bom exemplo de sujeito de grei acanalhda, pode ser encontrado em abundância e num variado repertório dessa espécie,  na tucanolândia. Ali você não dobra uma esquina sem que tenha tropeçado numa ruma destes indivíduos. É como uma praga daquelas que os egípcios foram vítimas, por conta da inimizade com o povo escolhido por Jeovah.

      Na tucanolândia, é assim, desde um governador tucano, ao sindicalista de resultados da Farsa Sindical, o tal de Paulinho da Farsa, FHC, Serra e etc. a um MP, PF, PM, Tribunais de Justiça e o escabau. Tudo e todos, à serviço da mais deslavada pouca vergonha, e, no mais das vezes, gozando de imoral prerrogativa de inimputabilidade. Prova inequívoca de aparelhamento do Estado, que sempre foi prerrogativa da Casa-Grande. Seus herdeiros, mesmo à beira da morte, e já em estado termina. Ainda assim, os canalhas imputam ao PT, ai como imoralidade, nomear os mesmos gilmar e brindeiro.

      Orlando

  5. Falou a verdade.

    Esse aí nunca tratou de coisa nenhuma na vida mesmo. Após um mandato absolutamente inócuo de senador, foi premiado com um cargo num Ministério inútil ao governo (porque não dá pra fazer muito agrado à base). Nesse período nunca tratou de políticas de ciência e tecnologia, gastou seu tempo no governo escrevendo um livro elogiando a política econômica de Lula e depois fazendo lobby para validá-lo como tese de Doutorado na Unicamp. Agora comanda nada menos que a educação do país, provando que o tema decididamente não faz parte da agenda prioritária do governo Dilma.

  6. Mudando de assunto

    Hoje asisti ao JN p/ ver se saia algo s/ o desvio de dinheiro da merenda escolar em SP, em mais de  150 escolas. Que nada, falaram tanto de empresas off shore e que “ela serviria p/ lavar dinheiro de compra de apartamentos no Guarujá “. Assim escancaradamente! Ai que vontade de perguntar, como a Globo fez p/ comprar os direitos de transmissão da copa ? E ainda vem aqui esses bocós falar s/ hipocrisia . Haja!

     

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