O PGR e a arte de requentar a notícia

Por Fabio Soares

Convenhamos: o Procurador-Geral-da-República sabia de antemão que oferecer a denúncia não alteraria o curso da eleição da Mesa do Senado. O objetivo dele não era esse. O objetivo dele, creio, é deixar claro a todos os demais que têm processos tramitando na PGR (ou seja, exclusivamente nas mãos do próprio e de sua mulher) que coloquem as barbas de molho pois poderão sair no momento conveniente, com direito a vazamento seletivo na mídia e cronometragem de precisão.

Não se trata de defender Renan Calheiros ou Collor. Trata-se de defender um MPF e uma PGR bem como um judiciário que, por não ter obtido um só voto popular – que se atenham às suas funções constitucionais. E que não tenha aí um Procurador que, a soldo da nação (como “servidor público”que deveria ser), valha-se da estrutura da PGR para requentar notícia para a imprensa com viés puramente político. É disso que se trata. Dizer que quem denuncia e é contrário a essa atuação do PGR está saindo em defesa de Renan e Collor é fazer uma manobra rastaquera de desviar o foco da real discussão. Ou seja: má fé. 

Luis Nassif

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