Os bastidores da prisão e da resistência de Lula no Sindicato

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Leia também: Bastidores da prisão e da resistência de Lula – parte 1

Marinho avalia que a estratégia do PT de questionar o judiciário “talvez tenha passado do ponto” e que neste tipo de processo “quanto mais a gente fala mais atrapalha”. E por isso defende que o momento é de recuar um pouco, “porque esse conflito criou um sentido de corpo no judiciário” que está prejudicando a defesa do presidente Lula. “E eu acho que existe a possibilidade de reverter isso. Se não acreditasse nisso eu iria para casa”, pontua.

Nesta mesma entrevista onde o atual candidato do PT ao governo de São Paulo defende esta tese ele revelou ao repórter que o presidente Lula recebeu proposta de asilo político. “Nos foi oferecida uma embaixada, mas nós não aceitamos…”. Qual, pergunta o repórter. “Essas coisas não se falam…”, responde. Em off, insiste o repórter. “Não falo em off”, encerra.

A última frase revela um pouco do perfil de Marinho. Sua formação no mundo sindical, onde um dos atributos mais importantes é ser duro mas negociador e conciliador, faz com que tome muito cuidado para tratar de temas partidários e de questões polêmicas. Mas nesta mesma entrevista se permitiu avançar um pouco na discussão sobre a polêmica que se estabeleceu em relação às críticas feitas pelo senador Lindbergh acerca do fato de o PT e os movimentos não terem insistido mais na resistência ao mandado de prisão de Lula.

“O povo brasileiro não tem vocação para enfrentamentos de rua. Por isso nossa aposta sempre foi no processo democrático. E não dava para ser diferente naquele momento”, registra. E acrescenta que Lula sempre dizia que não ia fazer como o Saddam Hussein, expor o seu povo a uma guerra para se defender. Não ia se suicidar como o Getúlio. E nem ia fugir como um covarde.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Cadê o povo?

    Como resistir se não havia povo ? Era preciso muita mais gente que aquele numero que tinha no sindicato dos Metalurgicos de São Bernardo. Para Lula resistir, como queria Lindenbergh, seria preciso encher as ruas das cidades brasileiras e não apenas em São Bernardo. 

    E essa questão de povo nas ruas constitui o problema da prisão de Lula. Onde esta todo o povo que abraça e diz que ama Lula quando ele passa com suas caravanas?

    Amanhã é dia de manifestações em todo Pais e fora dele também, que nos estejamos la e reivindiquemos para que essa injustiça contra Lula tenha fim.

  2. Lula cumpriu mandado judicial

    Lula cumpriu mandado judicial mesmo sabendo ser mandado ilegal. 

    Moro deixa de cumprir mandado judicial (do STF)…e fica por isso mesmo…

    Lula não tem a quem recorrer, pois como interrogaram a Carmem Lúcia: quando o STF erra, o cidadão deve recorrer a quem?

    A Moro e a Globo decerto.

  3. Lula foi muito mal

    Lula foi muito mal assessorado juridicamente. Se é golpe do judiciário, qual a razão de se confiar nele? Não há nenhum espírito de corpo no Judiciário. Há sim má fé, conluio e muita safadeza nos bastidores.

    Lula já deveria ter um plano para um embate político numa embaixada, num exílio. Assim como José Dirceu. O PT vai se arrebentar todo se desistir de Lula.

    Não teremos Eleições, está tudo bagunçado com a Globo gozando de superpoderes. Nem disfarça mais, vai lá na casa da Carmén e diz o que ela tem de fazer.

    Moro se ampara no DoD, na CIA e no desejo americano de tirar onda com a cara dos brasileiros.

    Moro só tem Ibope junto aos coxinhas mais antipetistas.

    Marinho do mundo sindical só sabe negociar o melhor para o patrão. É um bando de bunda mole. O brasileiro comum nem sabe o que está acontecendo. O brasileiro médio não recebeu nenhum chamado especial.

    Agora, convenhamos, com a OAB vendida, com os bispos conspirando contra o Papa, e com a juventude classe média se doutrinando na Joven Pan a coisa tá é feia.

  4. Ações de Juiz Moro e Promotores

    Ações, digo  atos   impensados  e  sem   seriedade  do  Juiz  Moro  e  Promotores   com  um  trabalho  sério  e  responsável  na  esfera  jurídica,  já  passaram  dos  limites , Moro  é  alvo  de  12  ações  no  CNJ  que  questionam  sua  atuação  na  operação Lava  Jato .  Já  deu  para  perceber  a  inexperiência  e  conhecimento  deste  grupo,  CNJ  deve  eliminar  urgente  o  mesmo, antes  que  o  pior  aconteça  neste  ano  neste  País, além  das  graves  consequências  que  já  causaram  no  Brasil ! 

     

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